Mundo

EUA traçam planos para ataque e sírios se preparam

EUA e seus aliados disseram estar convencidos de que Assad merece ser retaliado pelo uso de armas proibidas contra seu povo

Manifestantes durante protesto contra a intervenção militar proposta pelas potências ocidentais no centro de Londres (Olivia Harris/Reuters)

Manifestantes durante protesto contra a intervenção militar proposta pelas potências ocidentais no centro de Londres (Olivia Harris/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 28 de agosto de 2013 às 18h10.

Beirute - A população de Damasco estocou suprimentos na quarta-feira e algumas pessoas deixaram imóveis perto de potenciais alvos, enquanto autoridades dos Estados Unidos traçam planos para bombardeios aéreos multinacionais contra a Síria.

Inspetores de armas químicas da Organização das Nações Unidas (ONU) concluíram sua segunda visita a subúrbios onde, segundo rebeldes, centenas de pessoas morreram enquanto dormiam, por causa de um ataque com gás há uma semana.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu unidade entre as potências mundiais e buscou ganhar tempo para que os inspetores concluam seu trabalho. Mas os EUA e seus aliados da Europa e Oriente Médio disseram estar convencidos de que o presidente Bashar al Assad merece ser retaliado pelo uso de armas proibidas contra seu povo.

O governo sírio, apoiado principalmente pela Rússia, disse que "terroristas" rebeldes, com ajuda ocidental, espalharam toxinas em áreas sob controle da oposição, e alertou que o país será um "cemitério de invasores".

Autoridades sírias dizem também que o Ocidente está sendo manipulado em benefício de seus inimigos da Al Qaeda. A presença de militantes islâmicos entre os rebeldes impediu que potências ocidentais armassem os inimigos de Assad, mas o Ocidente diz que o uso de gás venenoso é razão suficiente para uma intervenção.

Em reunião do Conselho de Segurança da ONU em Nova York, a Grã-Bretanha conclamou os outros quatro países com poder de veto a autorizarem uma ação militar para proteger os civis sírios, mas a Rússia e provavelmente a China devem se opor a isso.

Os EUA e seus aliados dizem, no entanto, que um eventual veto no Conselho não os impedirá de agir. Diplomatas ocidentais disseram que a proposta de resolução foi uma manobra para isolar Moscou e formar uma coalizão que apoie os bombardeios. Governos árabes, a Otan e a Turquia também condenaram Assad.

Washington diz repetidamente que o presidente Barack Obama ainda não tomou uma decisão sobre como agir. Uma fonte graduada dos EUA disse que o ataque pode durar vários dias e envolver as forças de outros países.

"Estamos falando com diferentes aliados a respeito da participação em um possível ataque cinético", disse a fonte na quarta-feira.

Possivelmente, os Exércitos ocidentais aguardariam a saída dos inspetores da ONU. Seu mandato inicial, de duas semanas, termina dentro de quatro dias.

Uma segunda fonte oficial dos EUA disse que os objetivos ainda estão sendo definidos, mas que os alvos podem ser escolhidos para evitar que Assad use armas químicas no futuro. Washington, disse essa fonte, está confiante de que poderá lidar com as defesas sírias e com possíveis represálias de seus aliados, incluindo o Irã e a milícia xiita libanesa Hezbollah.

Acompanhe tudo sobre:Estados Unidos (EUA)GuerrasPaíses ricosSíria

Mais de Mundo

Eleição na Venezuela: Urnas fecham com atraso e oposição pede que eleitores acompanhem contagem

Eleições na Venezuela: compare os planos de governo de Nicolás Maduro e Edmundo González Urrutia

Maduro convoca apoiadores para mobilização de votos de última hora

Venezuelanos protestam em Miami por não poderem votar nas eleições de seu país

Mais na Exame