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EUA temem que armamentos para oposição acabem em outras mãos

O secretário de Estado dos EUA, John Kerry afirmou que há "uma disposição clara dentro da oposição síria para confirmar que as armas chegam aos opositores moderados"

Membros do exército livre da Síria: armar ou não a oposição síria é um dos principais dilemas dos países ocidentais. (Muzaffar Salman/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 4 de março de 2013 às 17h06.

Riad - O secretário de Estado dos Estados Unidos , John Kerry, expressou nesta segunda-feira sua preocupação que as armas destinadas à oposição síria acabem em "mãos erradas", ao mesmo tempo em que advertiu o Irã que as negociações sobre seu programa nuclear não serão prolongadas indefinidamente.

Em sua visita a Riad, Kerry se alinhou com os países do Golfo Pérsico frente ao Irã, mas se mostrou cauteloso em armar a oposição síria, como já fazem Arábia Saudita e Catar.

"Não há garantias que as armas não vão chegar a mãos erradas", garantiu o chefe da diplomacia americana em alusão à presença de grupos extremistas na Síria, durante uma entrevista coletiva conjunta com seu colega saudita, Saud al Faisal.

Kerry afirmou, no entanto, que há "uma disposição clara dentro da oposição síria para confirmar que as armas chegam aos opositores moderados".

O responsável americano ressaltou, além disso, a necessidade de se chegar a uma solução política para o conflito, que começou em março de 2011 e causou mais de 70 mil mortes, segundo os últimos dados da ONU.

Caso não se chegue a uma solução política, os EUA vão continuar pressionando o regime do presidente sírio, Bashar al Assad, que perdeu toda sua legitimidade, acrescentou Kerry.

Armar ou não a oposição síria é um dos principais dilemas dos países ocidentais que, por enquanto, optaram em apoiar materialmente à oposição, mas sem fornecer armamento.


Kerry anunciou a doação direta para a oposição de US$ 60 milhões durante a reunião dos "Amigos da Síria" em Roma no dia 28 de fevereiro, mas, novamente, especificou que não se tratará de armamento.

Enquanto persistem essas dúvidas, a Arábia Saudita denunciou hoje que alguns países fornecem armamento ao regime sírio, sem dizer quais.

Faisal insistiu na entrevista coletiva que Assad "perdeu o controle do país" e pediu o embargo de armas do regime sírio.

O Irã foi o outro foco das conversas entre Kerry e os responsáveis sauditas e os ministros das Relações Exteriores dos países do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG).

O secretário de Estado americano afirmou que tanto os EUA quanto a Arábia Saudita "preferem uma solução diplomática" sobre o programa nuclear iraniano.

Apesar de defender as conversas, Kerry advertiu que estas não podem ser prolongadas indefinidamente.


Nessa mesma linha, o vice-presidente americano, Joe Biden, garantiu hoje em Washington que o presidente Barack Obama "não está enganando" em seu compromisso de evitar um Irã nuclear, mas insistiu em "fazer tudo o que for necessário" diplomaticamente antes de qualquer ação militar.

O CCG, que agrupa Arábia Saudita, Catar, Emirados Árabes Unidos, Bahrein, Omã e Kuwait, é muito crítico com o regime iraniano, que acusam de interferir nos assuntos internos das monarquias do Golfo.

Kerry se reuniu separadamente com alguns dos ministros do CCG, assim como fez com o presidente da Autoridade Nacional palestina (ANP), Mahmoud Abbas, que se encontra em Riad.

Durante sua curta estadia, e antes de partir para os Emirados Árabes Unidos, o responsável americano também tratou com Faisal as relações bilaterais, baseadas na cooperação econômica e na luta contra o terrorismo.

O secretário de Estado americano encorajou a Arábia Saudita a continuar com as reformas, elogiando a recente entrada de 30 mulheres no Conselho Consultivo ("Shura") pela primeira vez na história do reino.

A Arábia Saudita é um reino ultraconservador com regras rígidas como a separação dos sexos em espaços públicos e as mulheres estão privadas de muitos direitos, entretanto, nos últimos meses foram adotadas uma série de reformas de abertura, porém tímidas.

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Riad - O secretário de Estado dos Estados Unidos , John Kerry, expressou nesta segunda-feira sua preocupação que as armas destinadas à oposição síria acabem em "mãos erradas", ao mesmo tempo em que advertiu o Irã que as negociações sobre seu programa nuclear não serão prolongadas indefinidamente.

Em sua visita a Riad, Kerry se alinhou com os países do Golfo Pérsico frente ao Irã, mas se mostrou cauteloso em armar a oposição síria, como já fazem Arábia Saudita e Catar.

"Não há garantias que as armas não vão chegar a mãos erradas", garantiu o chefe da diplomacia americana em alusão à presença de grupos extremistas na Síria, durante uma entrevista coletiva conjunta com seu colega saudita, Saud al Faisal.

Kerry afirmou, no entanto, que há "uma disposição clara dentro da oposição síria para confirmar que as armas chegam aos opositores moderados".

O responsável americano ressaltou, além disso, a necessidade de se chegar a uma solução política para o conflito, que começou em março de 2011 e causou mais de 70 mil mortes, segundo os últimos dados da ONU.

Caso não se chegue a uma solução política, os EUA vão continuar pressionando o regime do presidente sírio, Bashar al Assad, que perdeu toda sua legitimidade, acrescentou Kerry.

Armar ou não a oposição síria é um dos principais dilemas dos países ocidentais que, por enquanto, optaram em apoiar materialmente à oposição, mas sem fornecer armamento.


Kerry anunciou a doação direta para a oposição de US$ 60 milhões durante a reunião dos "Amigos da Síria" em Roma no dia 28 de fevereiro, mas, novamente, especificou que não se tratará de armamento.

Enquanto persistem essas dúvidas, a Arábia Saudita denunciou hoje que alguns países fornecem armamento ao regime sírio, sem dizer quais.

Faisal insistiu na entrevista coletiva que Assad "perdeu o controle do país" e pediu o embargo de armas do regime sírio.

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O secretário de Estado americano afirmou que tanto os EUA quanto a Arábia Saudita "preferem uma solução diplomática" sobre o programa nuclear iraniano.

Apesar de defender as conversas, Kerry advertiu que estas não podem ser prolongadas indefinidamente.


Nessa mesma linha, o vice-presidente americano, Joe Biden, garantiu hoje em Washington que o presidente Barack Obama "não está enganando" em seu compromisso de evitar um Irã nuclear, mas insistiu em "fazer tudo o que for necessário" diplomaticamente antes de qualquer ação militar.

O CCG, que agrupa Arábia Saudita, Catar, Emirados Árabes Unidos, Bahrein, Omã e Kuwait, é muito crítico com o regime iraniano, que acusam de interferir nos assuntos internos das monarquias do Golfo.

Kerry se reuniu separadamente com alguns dos ministros do CCG, assim como fez com o presidente da Autoridade Nacional palestina (ANP), Mahmoud Abbas, que se encontra em Riad.

Durante sua curta estadia, e antes de partir para os Emirados Árabes Unidos, o responsável americano também tratou com Faisal as relações bilaterais, baseadas na cooperação econômica e na luta contra o terrorismo.

O secretário de Estado americano encorajou a Arábia Saudita a continuar com as reformas, elogiando a recente entrada de 30 mulheres no Conselho Consultivo ("Shura") pela primeira vez na história do reino.

A Arábia Saudita é um reino ultraconservador com regras rígidas como a separação dos sexos em espaços públicos e as mulheres estão privadas de muitos direitos, entretanto, nos últimos meses foram adotadas uma série de reformas de abertura, porém tímidas.

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