EUA temem alta das atividades terroristas no norte da África
Coordenador norte-americano da luta antiterrorista afirmou que terroristas podem se apropriar das rebeliões na região
Da Redação
Publicado em 4 de março de 2011 às 12h13.
Argel - O coordenador americano na luta antiterrorista do Departamento de Estado americano, Daniel Benjamin, manifestou nesta sexta-feira em Argel que seu país teme um aumento de atividades terroristas por causa das revoltas no Norte da África e em parte do mundo árabe.
Em entrevista coletiva após uma visita de dois dias à Argélia, Benjamin advertiu que os grupos terroristas, "que não têm outro objetivo a não ser assassinar inocentes", podem se aproveitar dessas rebeliões.
"Estamos preocupados porque os fatos nestas regiões podem abrir a via aos grupos terroristas. Trabalhamos com nossos colegas e estamos determinados a atuar para impedir que estes grupos tirem proveito da situação", disse.
Benjamin ressaltou que nestas regiões o povo "expressa de forma pacífica suas aspirações à maior democracia e liberdade" e que é importante escutá-lo.
O representante americano reconheceu que seu país não observou uma mudança notável no que se refere às atividades terroristas no norte da África e em alguns países árabes, mas ressaltou que é necessário ter atenção "a fim de evitar uma maior instabilidade".
"Devemos ficar atentos. Não devemos pensar que os terroristas vão ficar com os braços cruzados diante desta oportunidade. Eles vão tentar adquirir armas e devemos impedi-los", declarou.
Benjamin lembrou que o líder líbio, Muammar Kadafi, aproveitou-se da ameaça terrorista ao acusar a Al Qaeda de estar por trás dos distúrbios em seu país.
"Kadafi perdeu toda legitimidade para governar seu povo. Deve partir para evitar o derramamento de sangue", reiterou Benjamin, quem acrescentou que o povo líbio "merece toda a atenção da comunidade internacional".
Perguntado sobre uma eventual intervenção militar na Líbia, Benjamin respondeu que as forças de seu país mobilizadas no Mediterrâneo estão em "situação de espera" e que sua missão "é apenas humanitária".
Quanto à situação na Argélia, onde foram registradas manifestações políticas e sociais, Benjamin lembrou que seu país aprovou o levantamento do estado de emergência em 24 de fevereiro, que estava em vigência há 19 anos.
Além disso, revelou que seu país apoia o direito dos argelinos de liberdade de expressão.
Por último, Benjamin ressaltou que o papel dos EUA não é o de "prescrever os próximos períodos, pois corresponde aos argelinos decidir o que eles querem".