EUA reconhece que apenas ataques aéreos não destruirão EI
"Ninguém disse que isto seria fácil e rápido, e ninguém deve alentar uma falsa sensação de segurança pelos ataques aéreos efetivos", disse almirante John Kirby
Da Redação
Publicado em 30 de setembro de 2014 às 21h30.
As forças americanas não poderão destruir o Estado Islâmico (EI) apenas com ataques aéreos, advertiu nesta terça-feira o porta-voz do Pentágono, contra-almirante John Kirby, ao pedir paciência diante da atual campanha para derrotar os jihadistas na Síria e no Iraque .
"Ninguém disse que isto seria fácil e rápido, e ninguém deve alentar uma falsa sensação de segurança pelos ataques aéreos efetivos", disse o almirante Kirby. "Não podemos apenas bombardeá-los para fazê-los desaparecer".
Kirby conversou com a imprensa uma semana após Washington iniciar os ataques aéreos contra o Estado Islâmico na Síria, com dezenas de bombardeios realizados por aviões americanos e árabes.
Os ataques visaram refinarias controladas pelo EI, tanques, artilharia e prédios, mas os jihadistas continuam avançando em algumas áreas, inclusive sobre uma ampla faixa na fronteira entre Síria e Turquia.
"Do mesmo modo que compartilhamos o sentido de urgência contra este grupo, também devemos compartilhar o sentido de paciência estratégica sobre toda a operação, e acredito que tem faltado isto".
Os combatentes do EI já não se deslocam em grandes grupos e se "dispersam" para evitar os ataques aéreos, mas isto não significa "que tenham parado de tentar e, em alguns casos, conseguir ocupar e manter posições", disse o almirante Kirby.
"Somos realmente honestos sobre o fato de que apenas a ação militar aérea não terá sucesso, mas isto não deve ser entendido como uma admissão de ineficiência".
"Uma indicação de que estamos influenciando é exatamente a mudança de tática dos terroristas devido aos ataques aéreos", destacou o almirante.