Homem segura uma bandeira de Israel com as cores da Palestina: atual negociação de paz, iniciada em julho, parou por causa da insistência de Israel em ser reconhecido como um Estado judeu e ampliar seus assentamentos (Amir Cohen/Reuters)
Da Redação
Publicado em 7 de abril de 2014 às 12h15.
Jerusalém - Os esforços dos EUA para salvar as negociações de paz do Oriente Médio tiveram poucos avanços na segunda-feira, em meio a ameaças israelenses de retaliar manobras palestinas vistas como um atalho para o reconhecimento unilateral do seu Estado.
As negociações mediadas pelos EUA entraram novamente em crise na semana passada, quando Israel, exigindo dos palestinos o compromisso de manterem o diálogo após o fim do mês, descumpriram sua promessa de libertar mais de 20 presos palestinos.
O presidente palestino, Mahmoud Abbas, respondeu assinando 15 tratados globais em nome do Estado Palestino, inclusive as Convenções de Genebra sobre as condutas em guerras e ocupações, o que surpreendeu Washington e irritou Israel.
Ambos os lados se reuniram no domingo à noite para "discutir formas de superar a crise nas negociações", disse uma fonte oficial dos EUA à Reuters. As fontes palestinas disseram que voltariam a se reunir na segunda-feira à noite.
A disputa atraiu pouco interesse nas ruas, onde palestinos e israelenses já se acostumaram às décadas de impasse.
A atual negociação de paz, iniciada em julho, parou por causa da insistência de Israel em ser reconhecido como um Estado judeu e ampliar seus assentamentos em territórios ocupados - duas ações que os palestinos rejeitam.
Uma fonte oficial israelense descreveu a reunião de domingo como "normal", sem elaborar. Uma fonte palestina disse que sua parte apresentou condições para prorrogar as negociações além do prazo inicial, em 29 de abril.
Os palestinos dizem que a assinatura dos tratados internacionais na semana passada era uma progressão natural do reconhecimento do Estado Palestino pela assembleia geral da ONU, em 2012.
Em reunião ministerial no domingo, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, prometeu retaliações não especificadas aos palestinos pela adesão aos tratados internacionais.