EUA não querem desfazer acordo com Irã, mas renegociar, diz fonte
"Buscando um acordo suplementar que de alguma maneira aplicaria uma série de regras adicionais que ajudem a reagir a estes desafios mais eficazmente", disse
Reuters
Publicado em 25 de abril de 2018 às 12h32.
Genebra - Os Estados Unidos não estão tentando reabrir ou renegociar o acordo nuclear com o Irã , mas esperam continuar filiados ao pacto para corrigir seus defeitos com um acordo suplementar, disse o enviado de não proliferação dos EUA, Christopher Ford, nesta quarta-feira.
"Não estamos visando renegociar o JCPOA (Plano de Ação Abrangente Conjunta, na sigla em inglês) ou reabri-lo ou mudar seus termos", afirmou Ford a repórteres nos bastidores de uma conferência de não proliferação nuclear realizada em Genebra.
"Estamos buscando um acordo suplementar que de alguma maneira aplicaria uma série de regras adicionais --restrições, termos, parâmetros, chamem como quiserem-- que ajudem a reagir a estes desafios mais eficazmente".
Na terça-feira o presidente norte-americano, Donald Trump, e o presidente francês, Emmanuel Macron, prometeram adotar medidas mais rígidas para conter o Irã, mas Trump não chegou a se comprometer a continuar no pacto nuclear de 2015 e ameaçou retaliar o regime iraniano se este retomar seu programa nuclear.
Macron disse ter conversado com Trump sobre um "novo acordo" no qual EUA e Europa tratariam de questões pendentes relativas a Teerã para além do programa nuclear.
Pela proposta de Macron, EUA e Europa acertariam bloquear qualquer atividade nuclear iraniana até 2025 e além, abordar o programa de mísseis balísticos do regime e criar condições para uma solução política que contenha o Irã no Iêmen, na Síria, no Iraque e no Líbano.
"Se conseguíssemos tratar desse desafio de unir nossos parceiros... o presidente Trump deixou claro que sua decisão de não renovar as suspensões das sanções seria revisada, e é neste ponto que espero que estejamos hoje", disse Ford.
Indagado se Macron salvou o JCPOA nas conversas com Trump, Ford respondeu: "Espero que o JCPOA tenha sido salvo no contexto do desafio que o presidente Trump estabeleceu para nós, de tentar continuar no acordo, mas no contexto de seguir adiante com nossos parceiros rumo a uma abordagem que represente uma chance bastante boa de transformar o que na prática foi um adiamento temporário... em uma resposta mais duradoura".