EUA exortam Mianmar a conceder cidadania a minoria étnica
Maioria dos 1,1 milhão de muçulmanos rohingyas não tem cidadania e vive em condições semelhantes às do apartheid sul-africano
Da Redação
Publicado em 13 de novembro de 2014 às 15h45.
Naypyitaw - Os Estados Unidos exortaram Mianmar nesta quinta-feira a elaborar um novo plano para permitir que os membros da minoria étnica rohingya se tornem cidadãos e a descartar uma proposta anterior de enviá-los a campos de detenção caso se recusem a se identificar como bengalis.
A maioria dos 1,1 milhão de muçulmanos rohingyas não tem cidadania e vive em condições semelhantes às do apartheid sul-africano no Estado de Rakhine, no oeste do país predominantemente budista.
Quase 140 mil ficaram desabrigados após os confrontos com budistas da etnia rakhine em 2012.
O Plano Estatal de Ação Rakhine irá exigir que os rohingyas se identifiquem como bengalis --termo amplamente rejeitado por implicar que são imigrantes de Bangladesh, apesar de viveram em Mianmar há várias gerações-- para terem a possibilidade de obter cidadania.
De acordo com o rascunho de um plano obtido pela Reuters, o governo propôs que as autoridades construam campos "para aqueles que se recusem a serem registrados e aqueles sem documentos adequados".
O plano viola "direitos universais" e põe em cheque as reformas em Mianmar, declarou o vice-conselheiro de segurança nacional para comunicações estratégicas dos Estados Unidos, Ben Rhodes.
"Gostaríamos de ver um novo plano que permita aos rohingyas se tornarem cidadãos através de um processo normal, sem terem que fazer qualquer tipo de identificação pessoal", disse ele a repórteres na capital de Mianmar, onde o presidente norte-americano, Barack Obama, se reúne com líderes na cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean).
Na quarta-feira, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, disse ter expressado a Mianmar sua preocupação com os rohingyas, "que enfrentam discriminação e violência".
Sua fala desencadeou uma reação das autoridades de Mianmar, muitas das quais rejeitam o termo rohingya, insistindo que a população é conhecida historicamente como bengali.
Rhodes afirmou que o governo Obama entende que existem "visões contestadas da história" , mas que estas não deveriam interferir nos direitos humanos.
Na sexta-feira, Obama irá viajar para Yangon, maior cidade de Mianmar, para se encontrar com a líder opositora Aung San Suu Kyi em sua casa, onde ela passou mais de 15 anos em prisão domiliciar por sua oposição à ex-junta militar do país.
Suu Kyi, que conquistou o Prêmio Nobel da Paz em 1991, tem se mostrado notavelmente indiferente ao sofrimento dos rohingyas. Rhodes a incentivou a se manifestar.
"Sua opinião é obviamente muito importante", ele disse.
Naypyitaw - Os Estados Unidos exortaram Mianmar nesta quinta-feira a elaborar um novo plano para permitir que os membros da minoria étnica rohingya se tornem cidadãos e a descartar uma proposta anterior de enviá-los a campos de detenção caso se recusem a se identificar como bengalis.
A maioria dos 1,1 milhão de muçulmanos rohingyas não tem cidadania e vive em condições semelhantes às do apartheid sul-africano no Estado de Rakhine, no oeste do país predominantemente budista.
Quase 140 mil ficaram desabrigados após os confrontos com budistas da etnia rakhine em 2012.
O Plano Estatal de Ação Rakhine irá exigir que os rohingyas se identifiquem como bengalis --termo amplamente rejeitado por implicar que são imigrantes de Bangladesh, apesar de viveram em Mianmar há várias gerações-- para terem a possibilidade de obter cidadania.
De acordo com o rascunho de um plano obtido pela Reuters, o governo propôs que as autoridades construam campos "para aqueles que se recusem a serem registrados e aqueles sem documentos adequados".
O plano viola "direitos universais" e põe em cheque as reformas em Mianmar, declarou o vice-conselheiro de segurança nacional para comunicações estratégicas dos Estados Unidos, Ben Rhodes.
"Gostaríamos de ver um novo plano que permita aos rohingyas se tornarem cidadãos através de um processo normal, sem terem que fazer qualquer tipo de identificação pessoal", disse ele a repórteres na capital de Mianmar, onde o presidente norte-americano, Barack Obama, se reúne com líderes na cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean).
Na quarta-feira, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, disse ter expressado a Mianmar sua preocupação com os rohingyas, "que enfrentam discriminação e violência".
Sua fala desencadeou uma reação das autoridades de Mianmar, muitas das quais rejeitam o termo rohingya, insistindo que a população é conhecida historicamente como bengali.
Rhodes afirmou que o governo Obama entende que existem "visões contestadas da história" , mas que estas não deveriam interferir nos direitos humanos.
Na sexta-feira, Obama irá viajar para Yangon, maior cidade de Mianmar, para se encontrar com a líder opositora Aung San Suu Kyi em sua casa, onde ela passou mais de 15 anos em prisão domiliciar por sua oposição à ex-junta militar do país.
Suu Kyi, que conquistou o Prêmio Nobel da Paz em 1991, tem se mostrado notavelmente indiferente ao sofrimento dos rohingyas. Rhodes a incentivou a se manifestar.
"Sua opinião é obviamente muito importante", ele disse.