Mundo

EUA e Japão são pressionados para conter dívida pública

FMI alertou os dois países para a necessidade de uma redução de fato do déficit, antes que os mercados percam a paciência

Strauss-Kahn, do FMI: agências de risco já começam a dar notas negativas (Franck Prevel/Getty Images)

Strauss-Kahn, do FMI: agências de risco já começam a dar notas negativas (Franck Prevel/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 28 de janeiro de 2011 às 07h18.

Tóquio/Washington - O Japão e os Estados Unidos enfrentam nova pressão para combater seus inflados déficits orçamentários, com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e agências de classificação de risco exigindo provas de que os países podem controlar a dívida pública.

O FMI disse que as duas maiores economias do G7 precisam apresentar planos críveis de redução de déficit antes que os mercados percam a paciência e vendam seus bônus.

Nesta sexta-feira, o primeiro-ministro japonês, Naoto Kan, prometeu aprovar reformas tributárias com o objetivo de conter o endividamento do país, mas a oposição pouco colaborativa e divisões dentro do próprio partido governista torna pequenas as chances de sucesso.

"O importante é manter a disciplina fiscal e garantir que a confiança do mercado nas finanças públicas do Japão", disse Kan, que assumiu em junho como o quinto premiê japonês desde 2006.

A Standard & Poor's cortou o rating de longo prazo do Japão pela primeira vez desde 2002 na quinta-feira, e horas depois a Moody's alertou que, embora pequeno, o risco de os EUA perderem a nota "AAA" está aumentando.

"Em economias avançadas, onde a sustentabilidade fiscal não tem sido uma preocupação do mercado, planos fiscais críveis para além de 2011 precisam ser implementados urgentemente para segurar o sentimento benevolente do mercado", disse o FMI no relatório "Monitor Fiscal".

Kan tornou prioridades as reformas tributária e social, incluindo uma alta planejada no imposto corporativo de 5 por cento, diante do custo crescente do envelhecimento populacional japonês e da dívida pública, que é a maior entre as nações desenvolvidas.

O premiê precisa de ajuda dos partidos de oposição para aprovar amplas reformas e um Orçamento recorde de 1 trilhão de dólares, mas analistas disseram que o rebaixamento de rating pode levar os parlamentares a apoiar a causa do governo.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaDéficit públicoEstados Unidos (EUA)FMIJapãoPaíses ricos

Mais de Mundo

Seis mortos na Nova Caledônia, onde Exército tenta retomar controle do território

Guerra nas estrelas? EUA ampliam investimentos para conter ameaças em órbita

Reguladores e setor bancário dos EUA devem focar em riscos essenciais, diz diretora do Fed

Bandeira invertida coloca Suprema Corte dos EUA em apuros

Mais na Exame