EUA e China discutem Coreia do Norte e tensão territorial
Diplomatas dos dois países avançaram na intenção de sugerir sanções à Coreia do Norte por testes nucleares
Da Redação
Publicado em 23 de fevereiro de 2016 às 23h12.
Washington - Os chefes da diplomacia dos Estados Unidos , John Kerry, e da China , Wang Yi, finalizaram nesta terça-feira um acordo para que o Conselho de Segurança da ONU castigue a Coreia do Norte por suas últimas "provocações", e tentaram aproximar posturas perante as disputas territoriais no Mar de China Meridional.
Kerry e Wang se reuniram em Washington pela terceira vez em um mês e alcançaram avanços em sua intenção de redigir uma minuta de resolução para o Conselho de Segurança da ONU, que a priori incluiria sanções a Coreia do Norte por seus últimos testes nucleares e de mísseis.
"Fizemos avanços importantes nas consultas e nos assomamos à possibilidade de chegar a um acordo na minuta de resolução e aprová-la em um futuro próximo", garantiu Wang em entrevista coletiva junto a Kerry depois da reunião.
O projeto de resolução, que ainda deve receber o sinal verde final de Washington e Pequim antes de ser apresentado aos demais membros do Conselho de Segurança, "irá além de tudo o que se aprovou previamente" em relação à Coreia do Norte na ONU, disse Kerry.
"O objetivo disto não é entrar em um ciclo de castigos repetitivos, mas que (o líder norte-coreano) Kim Jong-un reconheça que os países do mundo estão unidos, como estivemos com o Irã, na hora de reconhecer que o mundo não terá segurança com mais armas nucleares", acrescentou o chefe da diplomacia americana.
Os dois diplomatas concordaram em sua vontade de retomar os diálogos de seis lados (China, Japão, Rússia, EUA e as duas Coreias) para a desnuclearização da península coreana, paralisados desde 2009.
"Esperamos que em um futuro próximo emerja uma oportunidade para o reatamento do diálogo de seis lados", declarou Wang.
Por outra parte, Kerry se referiu ao receio da China sobre o polêmico escudo antimísseis THAAD que os Estados Unidos pretendem instalar em breve na Coreia do Sul.
"Deixamos claro que não estamos desejosos nem buscando a todo custo uma oportunidade de instalar o THAAD", afirmou o chefe da diplomacia americana.
O governo sul-coreano antecipou hoje que esta semana assinará um acordo com os Estados Unidos para iniciar oficialmente as conversas sobre o escudo antimísseis, mas Kerry lembrou que "ainda não se tomou uma decisão" sobre sua instalação.
"Se pudermos chegar a uma desnuclearização, não haverá necessidade de instalar o THAAD", ressaltou Kerry, convidando a Coreia do Norte a retornar ao diálogo de seis lados se quer evitar a instalação desse sistema defensivo em sua região.
Kerry e Wang conversaram também sobre as tensões em torno da soberania de várias ilhas em águas do Mar da China Meridional, que são disputadas por diversos países da Ásia, alguns deles aliados de Washington.
"Queremos pôr fim à expansão e a militarização de lugares ocupados. Achamos que todo o mundo se beneficiaria de uma verdadeira desmilitarização", destacou Kerry.
Na semana passada, a emissora americana "Fox News" informou que a China dispõe de um sistema de lançamento de mísseis terra-ar na ilha Woody, em um dos arquipélagos disputados nestas águas (o Paracel), o que voltou a elevar as tensões.
Pouco antes da reunião entre Kerry e Wang, o chefe do Comando dos Estados Unidos no Pacífico, o almirante Harry Harris, disse em uma audiência perante o Senado americano que a China está "claramente militarizando o Mar da China Meridional", e que pensar o contrário é como "acreditar que a terra é plana".
No entanto, Wang voltou a negar essa informação, ao assegurar que "tanto a China como os Estados Unidos e os países da Asean (Associação de Nações do Sudeste Asiático) se comprometeram com a não militarização".
Sem culpar abertamente à China, Kerry afirmou que "infelizmente, há mísseis, aviões de combate e armas, artilharia e outras coisas no Mar da China Meridional, e isso é uma grande preocupação para qualquer um que dependa desse mar para o comércio pacífico".
"Nossa esperança é que isto se resolva mediante o diálogo, e o ministro (Wang) diz que quer o mesmo", afirmou Kerry.
O ministro das Relações Exteriores chinês, por sua parte, ressaltou que o Mar da China Meridional "não deveria se transformar em um assunto" bilateral.
"O secretário (Kerry) e eu decidimos continuar nosso diálogo sobre o Mar da China Meridional para aprofundar nosso entendimento mútuo. É importante evitar qualquer erro de cálculo", concluiu Wang.
Washington - Os chefes da diplomacia dos Estados Unidos , John Kerry, e da China , Wang Yi, finalizaram nesta terça-feira um acordo para que o Conselho de Segurança da ONU castigue a Coreia do Norte por suas últimas "provocações", e tentaram aproximar posturas perante as disputas territoriais no Mar de China Meridional.
Kerry e Wang se reuniram em Washington pela terceira vez em um mês e alcançaram avanços em sua intenção de redigir uma minuta de resolução para o Conselho de Segurança da ONU, que a priori incluiria sanções a Coreia do Norte por seus últimos testes nucleares e de mísseis.
"Fizemos avanços importantes nas consultas e nos assomamos à possibilidade de chegar a um acordo na minuta de resolução e aprová-la em um futuro próximo", garantiu Wang em entrevista coletiva junto a Kerry depois da reunião.
O projeto de resolução, que ainda deve receber o sinal verde final de Washington e Pequim antes de ser apresentado aos demais membros do Conselho de Segurança, "irá além de tudo o que se aprovou previamente" em relação à Coreia do Norte na ONU, disse Kerry.
"O objetivo disto não é entrar em um ciclo de castigos repetitivos, mas que (o líder norte-coreano) Kim Jong-un reconheça que os países do mundo estão unidos, como estivemos com o Irã, na hora de reconhecer que o mundo não terá segurança com mais armas nucleares", acrescentou o chefe da diplomacia americana.
Os dois diplomatas concordaram em sua vontade de retomar os diálogos de seis lados (China, Japão, Rússia, EUA e as duas Coreias) para a desnuclearização da península coreana, paralisados desde 2009.
"Esperamos que em um futuro próximo emerja uma oportunidade para o reatamento do diálogo de seis lados", declarou Wang.
Por outra parte, Kerry se referiu ao receio da China sobre o polêmico escudo antimísseis THAAD que os Estados Unidos pretendem instalar em breve na Coreia do Sul.
"Deixamos claro que não estamos desejosos nem buscando a todo custo uma oportunidade de instalar o THAAD", afirmou o chefe da diplomacia americana.
O governo sul-coreano antecipou hoje que esta semana assinará um acordo com os Estados Unidos para iniciar oficialmente as conversas sobre o escudo antimísseis, mas Kerry lembrou que "ainda não se tomou uma decisão" sobre sua instalação.
"Se pudermos chegar a uma desnuclearização, não haverá necessidade de instalar o THAAD", ressaltou Kerry, convidando a Coreia do Norte a retornar ao diálogo de seis lados se quer evitar a instalação desse sistema defensivo em sua região.
Kerry e Wang conversaram também sobre as tensões em torno da soberania de várias ilhas em águas do Mar da China Meridional, que são disputadas por diversos países da Ásia, alguns deles aliados de Washington.
"Queremos pôr fim à expansão e a militarização de lugares ocupados. Achamos que todo o mundo se beneficiaria de uma verdadeira desmilitarização", destacou Kerry.
Na semana passada, a emissora americana "Fox News" informou que a China dispõe de um sistema de lançamento de mísseis terra-ar na ilha Woody, em um dos arquipélagos disputados nestas águas (o Paracel), o que voltou a elevar as tensões.
Pouco antes da reunião entre Kerry e Wang, o chefe do Comando dos Estados Unidos no Pacífico, o almirante Harry Harris, disse em uma audiência perante o Senado americano que a China está "claramente militarizando o Mar da China Meridional", e que pensar o contrário é como "acreditar que a terra é plana".
No entanto, Wang voltou a negar essa informação, ao assegurar que "tanto a China como os Estados Unidos e os países da Asean (Associação de Nações do Sudeste Asiático) se comprometeram com a não militarização".
Sem culpar abertamente à China, Kerry afirmou que "infelizmente, há mísseis, aviões de combate e armas, artilharia e outras coisas no Mar da China Meridional, e isso é uma grande preocupação para qualquer um que dependa desse mar para o comércio pacífico".
"Nossa esperança é que isto se resolva mediante o diálogo, e o ministro (Wang) diz que quer o mesmo", afirmou Kerry.
O ministro das Relações Exteriores chinês, por sua parte, ressaltou que o Mar da China Meridional "não deveria se transformar em um assunto" bilateral.
"O secretário (Kerry) e eu decidimos continuar nosso diálogo sobre o Mar da China Meridional para aprofundar nosso entendimento mútuo. É importante evitar qualquer erro de cálculo", concluiu Wang.