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EUA: desemprego cai para 9%, apesar de alta modesta das contratações em janeiro

O relatório mostra que a proporção de pessoas ativas empregadas aumentou apenas 0,1% em relação a dezembro, abaixo do nível de janeiro de 2010

Estados Unidos: a criação líquida de empregos do mês alcançou um quarto do previsto pelos analistas (Wikimedia Commons)
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Da Redação

Publicado em 4 de fevereiro de 2011 às 18h44.

Washington - A taxa de desemprego nos Estados Unidos caiu para 9,0% em janeiro, o nível mais baixo desde abril de 2009, apesar de uma alta modesta do emprego, segundo números oficiais publicados nesta sexta-feira.

Um exame profundo dos dados divulgados pelo departamento de Trabalho mostra que a melhoria nas condições do desemprego não é tão boa como parece à primeira vista e que a desaceleração das contratações é menos dramática do que se pode pensar.

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De fato, os dados sofreram a interferência do mau tempo no inverno e da modificação feita pelo departamento do Trabalho na mostra da população que serve de base para o cálculo da taxa de desemprego, entre dezembro e janeiro.

"Em resumo, nenhum destes números é confiável", estimou o economista Ian Shepherdson, do instituto de estudos HFE.

Consequentemente, será necessário esperar os dados e revisões que serão publicados no início de março, ou de abril, para se ter uma ideia mais clara da situação.

Nigel Gault, do gabinete IHS Global Insight, estima, no entanto, que o relatório de janeiro sugere "uma melhoria subjacente no mercado de trabalho oculta sob a neve e o gelo".

O relatório mostra que a proporção de pessoas ativas empregadas aumentou apenas 0,1% em relação a dezembro, abaixo do nível de janeiro de 2010.

Outra surpresa: a criação líquida de empregos do mês - medida com base em uma estatística diferente - alcançou um quarto do previsto pelos analistas e foi três vezes menor que a de dezembro. Segundo o departamento de Trabalho, em janeiro a economia americana criou apenas 36 mil empregos a mais do que os que foram perdidos.

O setor privado, que atrai todos os olhares, parece ter criado apenas 50 mil postos líquidos, registrando assim sua pior performance desde a reativação do emprego, que, segundo a nova estimativa do Trabalho, começou em março.

As duas pesquisas do relatório de janeiro - a do emprego e sobre o desemprego - não concordam, já que em geral admite-se que é preciso, no mínimo, 150 mil novos postos de trabalhos mensais para reduzir o desemprego.

Consequentemente, é muito provável que o número de criação de empregos de janeiro seja revisto em alta no próximo mês, já que dezenas de milhares de funcionários que foram impedidos de chegar aos seus locais de trabalho, por causa do tempo, puderam ser excluídos das estatísticas.

O relatório indica, por exemplo, que o setor da construção, no qual o Trabalho contabilizou a perda de 32 mil postos líquidos em janeiro, "pode ter sido afetado pelo rigoroso inverno que atingiu várias regiões do país durante o período de referência da pesquisa".

O presidente do Federal Reserve (Fed, banco central americano), Ben Bernanke, estimou na quinta-feira que, a mais de um ano e meio do fim da recessão, ainda não se pode considerar que a reativação econômica esteja "realmente consolidada", devido à lentidão da melhoria do emprego.

Esta lentidão foi confirmada pela revisão anual dos dados do departamento de Trabalho, mostrando que o país recuperou apenas um milhão de empregos do total de oito milhões de postos perdidos durante a crise.

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