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EUA criam escritório para ajudar vítimas de delitos de imigrantes

Ao defender a importância do departamento, o secretário de Segurança Nacional de EUA afirmou que as vítimas desses crimes são "quase sempre ignoradas"

Crime: desde a campanha eleitoral, Trump relacionou a imigração irregular com um aumento da criminalidade (fotoember/Thinkstock)

Crime: desde a campanha eleitoral, Trump relacionou a imigração irregular com um aumento da criminalidade (fotoember/Thinkstock)

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EFE

Publicado em 26 de abril de 2017 às 14h56.

Washington - O secretário de Segurança Nacional de Estados Unidos, John Kelly, anunciou nesta quarta-feira a criação de um escritório destinado a dar "voz" às vítimas de crimes cometidos por imigrantes sem documentos e ajudá-los a obter informação sobre o processo judicial.

"Todos os crimes são terríveis, mas estas vítimas são únicas e quase sempre ignoradas", disse Kelly em uma coletiva de imprensa em Washington, na qual participaram vítimas desses delitos.

"São vítimas de crimes que nunca deveriam de ter sido cometidos, porque as pessoas que os cometeram, frequentemente, não deveriam estar dentro do país em primeiro lugar ", acrescentou.

O "Escritório para Vítimas de Delitos Cometidos por Estrangeiros Deportáveis" proporcionará informação e assistência às vítimas de imigrantes sem documentos, de maneira que "nunca mais sejam esquecidas" e tenham uma "voz" para denunciar os crimes dos quais foram alvo, segundo ressaltou Kelly.

O nome do escritório corresponde ao acrônimo de "VOICE", que significa voz em inglês e que mostra o objetivo do escritório.

Em concreto, o escritório põe à disposição um número de telefone ao qual as vítimas podem ligar para obter informação e também põe à disposição das vítimas a assistência de 27 agentes que trabalham nas comunidades locais, segundo informou ao repórter um alto responsável do Departamento de Segurança Nacional, que pediu o anonimato.

O escritório permitirá também às famílias receber de maneira automática atualizações sobre como está se desenvolvendo o processo judicial contra imigrantes sem documentos acusados de um crime.

Há dez anos, os agentes do Serviço de Imigração e Controle de Alfândegas (ICE) tomaram de maneira manual dados dentre 450 e 500 pessoas afetadas por crimes de imigrantes e foram avisando sobre as mudanças em seu caso, informou o alto oficial do Departamento de Segurança Nacional.

Dessa forma, a novidade introduzida pelo escritório é que as notificações serão automáticas e não serão realizadas de maneira manual.

As pessoas que podem pedir informação são vítimas de delitos cometidos por imigrantes sem documentos, bem como testemunhas desses delitos, pessoas que têm responsabilidade legal para agir como representantes das vítimas (como advogados) e também indivíduos que pedem informação em nome das vítimas.

O presidente dos EUA, Donald Trump, ordenou a criação do "Escritório para Vítimas de Delitos Cometidos por Estrangeiros Deportáveis" como parte de uma das ordens executivas sobre segurança fronteiriça que rubricou em 25 de janeiro, em sua primeira semana de mandato.

Desde a campanha eleitoral, Trump relacionou a imigração irregular com um aumento da criminalidade procedente do narcotráfico.

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