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EUA convocam reunião sobre a Nicarágua no Conselho de Segurança da ONU

Os EUA, que assumiram a presidência do Conselho de Segurança neste mês, defenderam que a crise na Nicarágua não é uma ameaça para a segurança internacional

Protestos Nicarágua: 481 pessoas morreram desde o início dos protestos (Oswaldo Rivas/Reuters)
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EFE

Publicado em 4 de setembro de 2018 às 17h15.

Nações Unidas - Os Estados Unidos anunciaram nesta terça-feira que convocaram para amanhã uma reunião sobre a Nicarágua no Conselho de Segurança da ONU.

Apesar da oposição de vários países-membros, esta será a primeira vez que o principal órgão de decisão da ONU analisará oficialmente a crise que atinge a Nicarágua.

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Os EUA assumiram a presidência rotativa do Conselho de Segurança neste mês. A decisão anunciada pela embaixadora do país na ONU, Nikki Haley, ocorreu mesmo com a oposição de vários países, como Bolívia, Rússia e China, que defenderam que a crise na Nicarágua não é uma ameaça para a paz e para a segurança internacional.

"Se não acreditam que a Nicarágua é uma questão de paz e segurança, peço a eles que falem com os nicaraguenses. Quantas pessoas têm que morrer para que isso se torne uma questão de paz e segurança?", questionou a embaixadora americana nas Nações Unidas.

Haley destacou a gravidade da Nicarágua e defendeu que o Conselho de Segurança cuide do caso para evitar o surgimento de "outra Síria" ou "outra Venezuela". Os EUA são um dos principais críticos à forma como o governo de Daniel Ortega está lidando com a crise.

Segundo organizações de direitos humanos locais e internacionais, desde abril, quando começaram os protestos contra Ortega, 481 pessoas morreram desde então. O governo registra 198 vítimas.

As divergências sobre a Nicarágua obrigaram o Conselho de Segurança a convocar uma sessão pública para discutir o programa de trabalho deste mês. Normalmente, a agenda é adotada por consenso, mas não houve acordo para aprová-la desta vez.

Na reunião, vários países foram contrários à inclusão da questão da Nicarágua no programa. Outros apoiaram a postura dos EUA, como o Peru e os membros da União Europeia.

No fim, Haley desistiu de aprovar a agenda americana, argumentando que o processo é uma apenas uma prática habitual no Conselho de Segurança. E anunciou que convocaria uma reunião sobre a Nicarágua para a quarta-feira.

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