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EUA confirmam sanções à Rússia e expulsam 10 diplomatas

A Casa Branca diz que a sanção visa "responder ao comportamento desestabilizador da Rússia"

EUA e Rússia: a Casa Branca explica ainda que as sanções também respondem a "atividades cibernéticas maliciosas contra os Estados Unidos e seus aliados" (Maxim Shemetov/Reuters)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 15 de abril de 2021 às 11h39.

Última atualização em 15 de abril de 2021 às 12h12.

O governo dos Estados Unidos (EUA) anunciou hoje (15) novas sanções financeiras contra a Rússia e a expulsão de dez diplomatas russos, em resposta a recentes ataques cibernéticos e à interferência na eleição presidencial de 2020, atribuída a Moscou.

O presidente Joe Biden assinou decreto que permitirá punir novamente a Rússia, de forma a provocar "consequências estratégicas e econômicas", se Moscou "continuar a promover uma escalada das suas ações de desestabilização internacional", informou a Casa Branca em comunicado.

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No âmbito do decreto, o Departamento de Tesouro dos Estados Unidos proibiu as instituições financeiras norte-americanas de comprar diretamente dívida emitida pela Rússia após 14 de junho.

O texto também determina sanções a seis empresas de tecnologia russas, acusadas de apoiar as atividades cibernética dos serviços de informação de Moscou.

A decisão de Biden é uma resposta ao ataque cibernético de 2020, atribuído a Moscou, que afetou dezenas de organizações nos EUA, por meio da SolarWinds, uma empresa de software norte-americana cujo produto foi pirateado para conseguir vulnerabilidade entre os seus utilizadores, incluindo várias agências federais norte-americanas.

O governo de Joe Biden determinou ainda sanções contra 32 entidades e pessoas acusadas de tentar, em nome do governo russo, "influenciar as eleições presidenciais de 2020 nos Estados Unidos", segundo a Casa Branca.

Em parceria com a União Europeia, o Canadá, Reino Unido e a Austrália, o governo dos Estados Unidos vai impor sanções a oito pessoas e entidades "associadas à contínua ocupação e repressão na Crimeia".

Quanto às acusações de recompensas oferecidas pela Rússia aos talibãs para atacarem soldados norte-americanos no Afeganistão, a Casa Branca não se pronunciou até agora. Disse apenas que esse é um caso que está sendo tratado "por canais diplomáticos, militares e dos serviços de informações".

As sanções anunciadas hoje pela Casa Branca ocorrem em um momento particularmente delicado das relações diplomáticas entre os EUA e a Rússia, agravadas por declarações recentes do presidente Joe Biden que acusou o seu homólogo russo, Vladimir Putin, de ser um "assassino".

Resposta inevitável

Em contrapartida, a Rússia prometeu uma resposta "inevitável" às novas sanções decretadas pelos Estados Unidos e convocou o embaixador americano em Moscou para uma "conversa difícil".

"Os Estados Unidos não estão prontos para aceitar a realidade objetiva de um mundo multipolar, sem hegemonia americana (...) Esse comportamento agressivo receberá uma forte resposta", declarou a porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova.

"Washington deve entender que o preço da degradação das relações bilaterais terá que ser pago. A responsabilidade pelo que acontecer será inteiramente dos Estados Unidos", acrescentou.

Zakharova também anunciou que o embaixador americano em Moscou, John Sullivan, foi convocado ao ministério das Relações Exteriores para "uma conversa que será difícil para o lado americano".

Questionado nesta quinta-feira sobre as novas sanções americanas, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, considerou que elas "não favorecem" a organização de uma cúpula entre o presidente americano Joe Biden e o russo Vladimir Putin, proposta por Washington.

"Durante a ligação telefônica com o presidente russo, Joe Biden expressou seu desejo de uma normalização das relações russo-americanas. A ação de seu governo atesta o contrário", disse Zakharova.

Desde que o novo presidente americano assumiu o cargo em janeiro, as relações entre Moscou e Washington se deterioraram rapidamente.

O embaixador russo nos Estados Unidos foi convocado de volta depois que Biden afirmou que seu colega era um "assassino".

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