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EUA condenam ataque a ex-espião, mas evitam culpar Rússia

Governo de Donald Trump expressou sua "mais contundente condenação" do ocorrido e seu "apoio ao governo britânico", seu "aliado mais próximo"

Casa Branca: "O uso de um agente nervoso altamente letal contra cidadãos britânicos em solo do Reino Unido é uma atrocidade" (Wikimedia Commons/Wikimedia Commons)
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EFE

Publicado em 12 de março de 2018 às 18h14.

Washington - A Casa Branca classificou nesta segunda-feira como "atrocidade" o envenenamento do ex-espião duplo Sergei Skripal no Reino Unido e assegurou estar "do lado" do governo britânico, embora tenha evitado culpar diretamente a Rússia pelo incidente, algo que Londres considera "altamente provável".

"O uso de um agente nervoso altamente letal contra cidadãos britânicos em solo do Reino Unido é uma atrocidade. O ataque foi temerário, indiscriminado e irresponsável", disse a porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, em sua entrevista coletiva diária.

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O governo de Donald Trump expressou sua "mais contundente condenação" do ocorrido e seu "apoio ao governo britânico", seu "aliado mais próximo", acrescentou Sanders.

Perguntada se responsabiliza a Rússia pelo ocorrido, a porta-voz respondeu que o Reino Unido "está ainda esclarecendo alguns dos detalhes" do incidente e evitou assinalar algum responsável.

Sanders se pronunciou assim depois que a primeira-ministra britânica, Theresa May, assegurou que seu governo considera "altamente provável" que a Rússia esteja por trás do envenenamento de Skripal, e advertiu que interpretará isso como um ataque "direto" contra o Reino Unido se confirmar suas suspeitas.

Em um duro discurso no parlamento, a chefe do Executivo britânico garantiu que Moscou deve oferecer uma explicação alternativa "crível", ou dará como certo que o fato responde a um "uso ilegal da força por parte do Estado russo contra o Reino Unido".

Depois de se reunir com os máximos responsáveis das agências de segurança britânica, a primeira-ministra declarou perante a Câmara dos Comuns que Skripal, de 66 anos, e sua filha, Yulia, de 33, ambos em estado crítico, foram expostos a um agente nervoso de natureza militar antes de caírem inconscientes no último dia 4 de março.

Analistas do exército britânico determinaram que a substância, da qual foram encontrados traços em pelo menos um restaurante e um pub de Salisbury, no sul da Inglaterra, é do tipo "Novichok", um agente químico que a Rússia fabricou no passado e que poderia ter a capacidade de continuar produzindo, segundo May.

A partir dessa evidência, assim como do registro histórico de "assassinatos patrocinados pelo Estado" russo e "a visão da Rússia sobre alguns desertores como alvos legítimos de assassinatos", o governo britânico concluiu que "é altamente provável" que o Kremlin seja "responsável" pelo ataque, disse a primeira-ministra.

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