EUA cogitam exclusão aérea na Síria por armas químicas
Essa seria a primeira a primeira intervenção direta dos EUA em dois anos de guerra civil no país árabe
Da Redação
Publicado em 14 de junho de 2013 às 19h18.
Ancara/Beirute - Os Estados Unidos cogitam impor uma zona de exclusão aérea na Síria, o que seria a sua primeira intervenção direta em dois anos de guerra civil no país árabe, disseram fontes diplomáticas na sexta-feira, depois de a Casa Branca declarar que Damasco usou armas químicas no conflito.
Após meses de deliberações, o governo dos EUA disse na quinta-feira que passará a armar os rebeldes, depois de comprovar que o governo de Bashar al Assad usou gás sarin contra seus inimigos.
Dois diplomatas ocidentais graduados disseram que Washington cogita uma zona de exclusão aérea limitada no sul da Síria, perto da fronteira com a Jordânia.
Isso exigiria que os EUA destruíssem as sofisticadas defesas antiaéreas da Síria, de fabricação russa, interferindo no conflito com o mesmo tipo de ação que a Otan realizou para ajudar os rebeldes líbios a derrubarem o regime de Muammar Gaddafi, dois anos atrás.
Oficialmente, os EUA dizem que não descartam uma zona de exclusão aérea, mas que uma decisão não é iminente. "Deixamos claro que não estamos excluindo opções, mas que a esta altura nenhuma decisão foi tomada", disse Susan Rice, embaixadora dos EUA na ONU e futura assessora de segurança nacional da presidência.
"Uma zona de exclusão aérea ... pode acarretar gastos grandes e sem limite definido para os Estados Unidos e a comunidade internacional. É um tipo de esforço bem mais complexo de realizar na Síria do que foi na Líbia, por exemplo", disse na quinta-feira Ben Rhodes, assessor-adjunto de Segurança Nacional.
A decisão também precisaria contrariar o possível veto da Rússia no Conselho de Segurança da ONU. O Kremlin, aliado da Síria, rejeita os indícios de uso de armas químicas apontados pelos EUA.
"Vou dizer francamente que aquilo que nos foi apresentado pelos norte-americanos não parece convincente", disse Yuri Ushakov, assessor de política externa do presidente Vladimir Putin.
A França disse que seria impossível impor uma zona de exclusão aérea sem autorização do Conselho de Segurança da ONU, o que a torna improvável por enquanto.
No entanto, os EUA discretamente tomam providências para facilitar isso, deslocando mísseis Patriot terra-ar, aviões de guerra e mais de 4.000 soldados para a Jordânia, oficialmente como parte de um exercício anual na última semana, mas deixando claro que os equipamentos poderão permanecer quando as atividades terminarem.
Nova fase
A guerra civil síria deriva de protestos que varreram o mundo árabe em 2011, tornando-se disparadamente a mais letal dessas rebeliões, e a mais difícil de resolver, dividindo as potências do Oriente Médio conforme critérios sectários.
Países ocidentais há dois anos exigem que Assad deixe o poder, mas se negam a usar a força como ocorreu na Líbia. Há poucos meses, os países ocidentais acreditavam que os dias de Assad no poder estavam contados, mas o pêndulo no campo de batalha oscilou em favor dele, tornando remota a chance de uma rápida queda do regime e do fim da violência.
Nas últimas semanas, milhares de experientes combatentes da milícia libanesa Hezbollah se envolveram na guerra ao lado de Assad, e na semana passada ajudaram o governo a recuperar a estratégica cidade de Qusair. O governo diz que seus soldados agora preparam uma ofensiva sobre Aleppo, maior cidade síria, que está majoritariamente nas mãos dos rebeldes desde o ano passado.
Ativistas relataram uma intensificada ofensiva em partes de Aleppo e no interior, perto da fronteira com a Turquia, na noite de quinta para sexta-feira.
Ancara/Beirute - Os Estados Unidos cogitam impor uma zona de exclusão aérea na Síria, o que seria a sua primeira intervenção direta em dois anos de guerra civil no país árabe, disseram fontes diplomáticas na sexta-feira, depois de a Casa Branca declarar que Damasco usou armas químicas no conflito.
Após meses de deliberações, o governo dos EUA disse na quinta-feira que passará a armar os rebeldes, depois de comprovar que o governo de Bashar al Assad usou gás sarin contra seus inimigos.
Dois diplomatas ocidentais graduados disseram que Washington cogita uma zona de exclusão aérea limitada no sul da Síria, perto da fronteira com a Jordânia.
Isso exigiria que os EUA destruíssem as sofisticadas defesas antiaéreas da Síria, de fabricação russa, interferindo no conflito com o mesmo tipo de ação que a Otan realizou para ajudar os rebeldes líbios a derrubarem o regime de Muammar Gaddafi, dois anos atrás.
Oficialmente, os EUA dizem que não descartam uma zona de exclusão aérea, mas que uma decisão não é iminente. "Deixamos claro que não estamos excluindo opções, mas que a esta altura nenhuma decisão foi tomada", disse Susan Rice, embaixadora dos EUA na ONU e futura assessora de segurança nacional da presidência.
"Uma zona de exclusão aérea ... pode acarretar gastos grandes e sem limite definido para os Estados Unidos e a comunidade internacional. É um tipo de esforço bem mais complexo de realizar na Síria do que foi na Líbia, por exemplo", disse na quinta-feira Ben Rhodes, assessor-adjunto de Segurança Nacional.
A decisão também precisaria contrariar o possível veto da Rússia no Conselho de Segurança da ONU. O Kremlin, aliado da Síria, rejeita os indícios de uso de armas químicas apontados pelos EUA.
"Vou dizer francamente que aquilo que nos foi apresentado pelos norte-americanos não parece convincente", disse Yuri Ushakov, assessor de política externa do presidente Vladimir Putin.
A França disse que seria impossível impor uma zona de exclusão aérea sem autorização do Conselho de Segurança da ONU, o que a torna improvável por enquanto.
No entanto, os EUA discretamente tomam providências para facilitar isso, deslocando mísseis Patriot terra-ar, aviões de guerra e mais de 4.000 soldados para a Jordânia, oficialmente como parte de um exercício anual na última semana, mas deixando claro que os equipamentos poderão permanecer quando as atividades terminarem.
Nova fase
A guerra civil síria deriva de protestos que varreram o mundo árabe em 2011, tornando-se disparadamente a mais letal dessas rebeliões, e a mais difícil de resolver, dividindo as potências do Oriente Médio conforme critérios sectários.
Países ocidentais há dois anos exigem que Assad deixe o poder, mas se negam a usar a força como ocorreu na Líbia. Há poucos meses, os países ocidentais acreditavam que os dias de Assad no poder estavam contados, mas o pêndulo no campo de batalha oscilou em favor dele, tornando remota a chance de uma rápida queda do regime e do fim da violência.
Nas últimas semanas, milhares de experientes combatentes da milícia libanesa Hezbollah se envolveram na guerra ao lado de Assad, e na semana passada ajudaram o governo a recuperar a estratégica cidade de Qusair. O governo diz que seus soldados agora preparam uma ofensiva sobre Aleppo, maior cidade síria, que está majoritariamente nas mãos dos rebeldes desde o ano passado.
Ativistas relataram uma intensificada ofensiva em partes de Aleppo e no interior, perto da fronteira com a Turquia, na noite de quinta para sexta-feira.