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Estes são os piores países do mundo para mulheres

Imersa em uma epidemia de casos brutais de estupros, a Índia está no 1º lugar do levantamento da Thomson Reuters Foundation. Veja aqui o ranking completo

Vítima de violência sexual na Índia: país foi considerado o pior do mundo para mulheres, segundo investigação conduzida com mais de 500 especialistas (Stringer/Getty Images)

Gabriela Ruic

Publicado em 26 de junho de 2018 às 09h27.

Última atualização em 26 de junho de 2018 às 10h09.

São Paulo - Em 2015, líderes globais prometeram eliminar toda e qualquer forma de violência e discriminação contra as mulheres até 2030. Apesar disso, dados sobre a vida das mulheres na atualidade mostram que o panorama é sombrio: uma a cada três delas é uma vítima de violência física ou sexual e ao menos 750 milhões de meninas se casaram antes de completar 18 anos de idade.

A constatação é da Thomson Reuters Foundation, braço filantrópico do conglomerado de mídia Thomson Reuters, que nesta terça-feira divulgou um estudo que mostra as condições de vida para as mulheres em 2018. Para tanto, consultaram 550 especialistas sobre a situação em todos os 193 países-membros da Organização das Nações Unidas (ONU).

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Os entrevistados avaliaram cada lugar de acordo com seis fatores: grau de acesso à saúde, discriminação, tradições culturais, violência sexual, outros tipos de violência e tráfico humano. A partir dessa análise, elegeram os piores países para as mulheres em cada uma dessas categorias e, com base na pontuação obtida pelos locais, compilaram um ranking geral.

Campeão em violência contra a mulher

Em 1º lugar geral do ranking está a Índia , um país que sofre com uma epidemia de violência sexual que traz à tona casos brutais, como os das adolescentes violentadas e queimadas por seus agressores em maio de 2018.

No recorte das categorias, a Índia ficou ainda em primeiro em violência sexual e em tráfico humano. Segundo a entidade, os estupros registrados pela polícia aumentaram em 83% entre 2007 e 2016 e, a cada hora, quatro casos são levados às autoridades.

Para Madhumita Pandey, pesquisadora indiana que conduz uma investigação sobre os estupros violentos no país e que falou a EXAME sobre o tema, o tamanho da Índia, bem como a diversidade cultural e religiosa da sua população, tornam ainda mais difíceis que uma política única seja adotada pelo governo para lidar com os casos de violência.

Os números assustam, mas Madhumita vê alguns pontos positivos. “Os dados mostram que mais sobreviventes estão denunciando os crimes. As leis mais severas, a cobertura da imprensa e a maior conscientização da sociedade estão fazendo com que essas vítimas sofram menos com os estigmas que acompanham a violência sexual. Vemos também um papel melhor da polícia em registrar os casos.”

Ranking

Em segundo lugar geral, está o Afeganistão , onde a prevalência da violência física e sexual contra mulheres é de 51% e do casamento infantil é de 35%, segundo dados da ONU.

Embora a lista seja majoritariamente composta por países da Ásia e da África, há um desenvolvido: os Estados Unidos . O país obteve a 10ª colocação do ranking dos piores países para mulheres. Segundo a entidade, isso se deve ao fato de a campanha #MeToo ter revelado a amplitude dos casos de abusos e assédios sexuais no país.

Chama a atenção o fato de os EUA estarem em 3º lugar, mesma colocação que a Síria (3º lugar geral) na categoria que avalia em quais países as mulheres correm os maiores riscos de serem estupradas e assediadas. Está, ainda, em 6º na categoria que avalia outros tipos de violência, como abusos mentais e físicos.

Abaixo, veja o ranking completo dos piores países do mundo para as mulheres produzido pela Thomson Reuters Foundation:

Histórico da pesquisa

O estudo, lembra a entidade, é uma recapitulação de uma investigação conduzida pela Thomson Reuters Foundation nos idos de 2011. Na ocasião, apenas cinco países foram considerados para o ranking: Afeganistão (1º), República Democrática do Congo (2º), Paquistão (3º), Índia (4º) e Somália (5º). Para avaliar o que mudou no retrato da época, a entidade expandiu neste ano a análise para dez países.

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