Estas pessoas foram mortas por defender o meio ambiente
Em apenas um ano, 116 ativistas ambientais foram mortos em 17 países. Brasil lidera em casos
Vanessa Barbosa
Publicado em 8 de março de 2016 às 14h32.
São Paulo - A morte da ativista de direitos humanos e meio ambiente Berta Cáceres, em Honduras , nesta semana, é uma tragédia inqualificável, mas não é a única. Historicamente, ambientalistas têm sido alvo de ataques por suas ações em defesa da natureza e comunidades tradiconais e por denunciarem injustiças.
Um relatório da ONG Global Witness constatou que, em 2014 (ano relativo ao dados mais recentes disponíveis), pelo menos 116 ativistas ambientais foram assassinados em todo o mundo — quase o dobro do número de jornalistas mortos no mesmo período, e um aumento de 20% em relação a 2013.
Os assassinatos alcançaram uma média de mais de dois por semana, sendo 40% deles indígenas. A maior parte das vítimas protestava contra atividades ligadas à empreendimentos de energia hidrelétrica, mineração e empresas do agronegócio.
Quase três quartos destas mortes ocorreram na América Central e do Sul, enquanto que o Sudeste Asiático foi a segunda região mais afetada.
A entidade compilou as mortes de ambientalistas em 17 países no mundo. O Brasil lidera em número de mortes, com 29 casos em 2014, seguido da Colômbia, com 25. Veja abaixo:
Global Witness
Mas em termos per capita, Honduras é o país mais perigoso para ativistas ambientais, segundo a entidade. De acordo com a ONG, o caso de Berta Cáceres é emblemático. A entidade diz que, desde 2013, pelo menos três de seus colegas foram mortos por protestarem contra a construção de uma megarepresa em Gualcarque, que ameaçava cortar uma fonte vital de água para centenas de povos indígenas da etnia Lenca.
Foi inclusive por sua militância contra a construção da mesma represa hidrelétrica no Río Gualcarque, que a ativista hondurenha e líder indígena recebeu o Prêmio Goldman, em 2015, considerado o Nobel do meio ambiente.
Berta foi assassinada em sua cidade natal de La Esperanza, em Honduras, no dia 3 de março. Ela faria 46 anos na última sexta-feira. Um fim trágico para a vida de uma mulher corajosa que arriscou tudo para proteger sua terra da degradação.
Sua sina parece seguir aquelas que tiveram Chico Mendes (líder ambientalista assassinado em 1988), a irmã Dorothy Stang (missinária norte-americana assassinada no Pará em 2005) e o casal José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo, assassinados em maio de 2011 após denúnciarem madeireiros e carvoeiros na Amazônia.
São Paulo - A morte da ativista de direitos humanos e meio ambiente Berta Cáceres, em Honduras , nesta semana, é uma tragédia inqualificável, mas não é a única. Historicamente, ambientalistas têm sido alvo de ataques por suas ações em defesa da natureza e comunidades tradiconais e por denunciarem injustiças.
Um relatório da ONG Global Witness constatou que, em 2014 (ano relativo ao dados mais recentes disponíveis), pelo menos 116 ativistas ambientais foram assassinados em todo o mundo — quase o dobro do número de jornalistas mortos no mesmo período, e um aumento de 20% em relação a 2013.
Os assassinatos alcançaram uma média de mais de dois por semana, sendo 40% deles indígenas. A maior parte das vítimas protestava contra atividades ligadas à empreendimentos de energia hidrelétrica, mineração e empresas do agronegócio.
Quase três quartos destas mortes ocorreram na América Central e do Sul, enquanto que o Sudeste Asiático foi a segunda região mais afetada.
A entidade compilou as mortes de ambientalistas em 17 países no mundo. O Brasil lidera em número de mortes, com 29 casos em 2014, seguido da Colômbia, com 25. Veja abaixo:
Global Witness
Mas em termos per capita, Honduras é o país mais perigoso para ativistas ambientais, segundo a entidade. De acordo com a ONG, o caso de Berta Cáceres é emblemático. A entidade diz que, desde 2013, pelo menos três de seus colegas foram mortos por protestarem contra a construção de uma megarepresa em Gualcarque, que ameaçava cortar uma fonte vital de água para centenas de povos indígenas da etnia Lenca.
Foi inclusive por sua militância contra a construção da mesma represa hidrelétrica no Río Gualcarque, que a ativista hondurenha e líder indígena recebeu o Prêmio Goldman, em 2015, considerado o Nobel do meio ambiente.
Berta foi assassinada em sua cidade natal de La Esperanza, em Honduras, no dia 3 de março. Ela faria 46 anos na última sexta-feira. Um fim trágico para a vida de uma mulher corajosa que arriscou tudo para proteger sua terra da degradação.
Sua sina parece seguir aquelas que tiveram Chico Mendes (líder ambientalista assassinado em 1988), a irmã Dorothy Stang (missinária norte-americana assassinada no Pará em 2005) e o casal José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo, assassinados em maio de 2011 após denúnciarem madeireiros e carvoeiros na Amazônia.