Estado Islâmico está forçando milhares a deixarem Síria
"O medo é tão grande que muitas pessoas atravessaram campos minados para procurar abrigo", diz subsecretária-geral de Assuntos Humanitários da ONU, Valerie Amos
Da Redação
Publicado em 30 de setembro de 2014 às 15h45.
Nações Unidas - O subsecretária-geral de Assuntos Humanitários da Organização das Nações Unidas ( ONU ), Valerie Amos, disse que dezenas de milhares de pessoas estão deixando a Síria à medida que o grupo extremista Estado Islâmico expande o controle em grandes partes do país, apesar da campanha de bombardeiros aéreos liderada pelos EUA.
"Nas últimas duas semanas, forças do Estado Islâmico avançaram no norte de Alepo e mais de 160.000 pessoas, a maioria mulheres e crianças, fugiram para a Turquia em poucos dias", informou a subsecretária ao Conselho de Segurança da ONU.
"O medo é tão grande que muitas pessoas atravessaram campos minados para procurar abrigo".
O relatório mensal da situação humanitária da síria continuou negativo, apesar da abertura da fronteira com a Turquia em Qamishli, que Valeria afirmou ser responsável por auxiliar a obtenção de ajuda para mais 225.000 pessoas.
Em julho, o Conselho de Segurança da ONU aprovou por unanimidade a entrega de ajuda por meio de quatro fronteiras com a Turquia, a Jordânia e o Iraque sem a aprovação do governo sírio, o que Valerie vê como motivo para o atraso do processo.
De acordo com a subsecretária, 11 milhões de pessoas dentro da Síria precisam de ajuda humanitária urgente.
Ela também elogiou a doação de US$ 1 bilhão estipulada na Assembleia Geral da ONU na semana passada, mas disse que é preciso mais.
"Sem fundos adicionais, o Programa Mundial da Fome vai ser forçado a encerrar suas operações completamente em dois meses", alertou.
O embaixador da Síria nas Nações Unidas, Bashar Ja'afari, respondeu aos comentários de Valerie dizendo que "ela ainda insiste em interpretar incorretamente os fatos e a realidade da Síria".
Ele criticou a subsecretária por agradecer países vizinhos pelo envio de ajuda e não agradecer ao governo sírio, que ele afirma ser fonte de 75% da ajuda humanitária.
Fonte: Associated Press.