Estado Islâmico decapita ex-chefe de antiguidades de Palmira
O grupo decapitou o ex-diretor de antiguidades da cidade síria de Palmira, que esteve à frente destas famosas ruínas por quatro décadas
Da Redação
Publicado em 19 de agosto de 2015 às 21h18.
Beirute - O grupo Estado Islâmico decapitou o ex-diretor de antiguidades da cidade síria de Palmira, que esteve à frente destas famosas ruínas por quatro décadas.
Khaled al-Asaad, de 82 anos e chefe de antiguidades de Palmira de 1963 a 2003, foi executado pelos jihadistas na tarde de terça-feira na famosa cidade antiga da província de Homs (centro), indicou à AFP o diretor de antiguidades e museus da Síria , Maamun Abdelkarim.
A Unesco, a França e os Estados Unidos denunciaram este assassinato "brutal" cometido por "bárbaros".
Os simpatizantes do grupo jihadista fizeram circular pela internet fotografias de um corpo atado a um poste em Palmira, identificando-o com um cartaz como o do ex-funcionário Khaled al-Asaad. Ao lado era possível ver uma cabeça cortada.
"O Daesh (acrônimo em árabe do Estado Islâmico) executou um dos especialistas em antiguidades mais importantes da Síria", disse Abdelkarim.
"Falava e lia o palmirio, e quando a polícia nos entregava estátuas roubadas, nos dirigíamos a ele para que determinasse se eram verdadeiras ou falsas", explicou Abdelkarim.
Reações de repulsa
No cartaz colocado no cadáver de Al-Asaad, os jihadistas o acusam de ser um partidário do regime sírio, por tê-lo representado em conferências no exterior junto com infiéis e de ser o diretor dos ídolos de Palmira.
Al-Asaad foi assassinado "em uma praça pública de Palmira, diante de dezenas de pessoas", disse o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), com sede na Grã-Bretanha.
Os jihadistas tomaram a cidade velha de Palmira, inscrita no Patrimônio Mundial da Unesco por suas famosas ruínas, em 21 de maio.
A versão extrema do Islã promovida pelo grupo EI proíbe formalmente a visita a estes sítios arqueológicos ou históricos, e considera as estátuas de figuras humanas ou animais como idolatria.
O Departamento de Estado americano "condenou nos termos mais firmes (...) um assassinato espantoso", cometido por "assassinos bárbaros". Seu porta-voz, John Kirby, afirmou que as tentativas (do EI) de apagar a rica história da Síria estão destinadas ao fracasso".
Já a diretora-geral da Unesco, Irina Bokova, se manifestou "indignada" pelo "assassinato brutal" de Assad.
"Mataram-no porque não podia trair seu compromisso profundo com Palmira", disse, em um comunicado.
O ministro francês das Relações Exteriores, Laurent Fabius, também condenou este "bárbaro assassinato" do arqueólogo, "um homem sábio", que trabalhou junto com "várias missões arqueológicas francesas".
Temor por tesouros arqueológicos
Khaled al-Asaad foi interrogado durante um mês junto ao seu filho Walid, atual diretor de antiguidades da cidade, para que revelassem o local onde uma suposta quantidade de ouro estava escondida.
No entanto, disse Abdelkarim, "não há ouro em Palmira".
Seu filho, Walid, foi libertado porque sofre de uma doença crônica nas costas.
"Trata-se de uma família notável, já que seu outro filho, Mohammad, e seu genro Khalil participaram ativamente do salvamento de 400 peças antigas no momento em que os jihadistas conquistaram a cidade", acrescentou Abdelkarim.
"Suplicamos a Khaled que abandonasse a cidade, mas se negou", disse Abdelkarim.
"Sou de Palmira e ficarei aqui até me matarem", dizia Al-Asaad, segundo Abdelkarim.
Desde a conquista de Palmira, a comunidade internacional teme que o grupo Estado Islâmico destrua os muitos tesouros arqueológicos desta cidade antiga.
O EI, um grupo ultrarradical sunita, já destruiu sítios de grande valor histórico no Iraque.
Palmira, um oásis no deserto da Síria, a nordeste de Damasco, contém as ruínas monumentais de uma grande cidade que foi um dos centros culturais mais importantes do mundo antigo.
Nos séculos I e II, Palmira juntou as técnicas greco-romanas com as tradições locais, enriquecidas pela influência persa.
Beirute - O grupo Estado Islâmico decapitou o ex-diretor de antiguidades da cidade síria de Palmira, que esteve à frente destas famosas ruínas por quatro décadas.
Khaled al-Asaad, de 82 anos e chefe de antiguidades de Palmira de 1963 a 2003, foi executado pelos jihadistas na tarde de terça-feira na famosa cidade antiga da província de Homs (centro), indicou à AFP o diretor de antiguidades e museus da Síria , Maamun Abdelkarim.
A Unesco, a França e os Estados Unidos denunciaram este assassinato "brutal" cometido por "bárbaros".
Os simpatizantes do grupo jihadista fizeram circular pela internet fotografias de um corpo atado a um poste em Palmira, identificando-o com um cartaz como o do ex-funcionário Khaled al-Asaad. Ao lado era possível ver uma cabeça cortada.
"O Daesh (acrônimo em árabe do Estado Islâmico) executou um dos especialistas em antiguidades mais importantes da Síria", disse Abdelkarim.
"Falava e lia o palmirio, e quando a polícia nos entregava estátuas roubadas, nos dirigíamos a ele para que determinasse se eram verdadeiras ou falsas", explicou Abdelkarim.
Reações de repulsa
No cartaz colocado no cadáver de Al-Asaad, os jihadistas o acusam de ser um partidário do regime sírio, por tê-lo representado em conferências no exterior junto com infiéis e de ser o diretor dos ídolos de Palmira.
Al-Asaad foi assassinado "em uma praça pública de Palmira, diante de dezenas de pessoas", disse o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), com sede na Grã-Bretanha.
Os jihadistas tomaram a cidade velha de Palmira, inscrita no Patrimônio Mundial da Unesco por suas famosas ruínas, em 21 de maio.
A versão extrema do Islã promovida pelo grupo EI proíbe formalmente a visita a estes sítios arqueológicos ou históricos, e considera as estátuas de figuras humanas ou animais como idolatria.
O Departamento de Estado americano "condenou nos termos mais firmes (...) um assassinato espantoso", cometido por "assassinos bárbaros". Seu porta-voz, John Kirby, afirmou que as tentativas (do EI) de apagar a rica história da Síria estão destinadas ao fracasso".
Já a diretora-geral da Unesco, Irina Bokova, se manifestou "indignada" pelo "assassinato brutal" de Assad.
"Mataram-no porque não podia trair seu compromisso profundo com Palmira", disse, em um comunicado.
O ministro francês das Relações Exteriores, Laurent Fabius, também condenou este "bárbaro assassinato" do arqueólogo, "um homem sábio", que trabalhou junto com "várias missões arqueológicas francesas".
Temor por tesouros arqueológicos
Khaled al-Asaad foi interrogado durante um mês junto ao seu filho Walid, atual diretor de antiguidades da cidade, para que revelassem o local onde uma suposta quantidade de ouro estava escondida.
No entanto, disse Abdelkarim, "não há ouro em Palmira".
Seu filho, Walid, foi libertado porque sofre de uma doença crônica nas costas.
"Trata-se de uma família notável, já que seu outro filho, Mohammad, e seu genro Khalil participaram ativamente do salvamento de 400 peças antigas no momento em que os jihadistas conquistaram a cidade", acrescentou Abdelkarim.
"Suplicamos a Khaled que abandonasse a cidade, mas se negou", disse Abdelkarim.
"Sou de Palmira e ficarei aqui até me matarem", dizia Al-Asaad, segundo Abdelkarim.
Desde a conquista de Palmira, a comunidade internacional teme que o grupo Estado Islâmico destrua os muitos tesouros arqueológicos desta cidade antiga.
O EI, um grupo ultrarradical sunita, já destruiu sítios de grande valor histórico no Iraque.
Palmira, um oásis no deserto da Síria, a nordeste de Damasco, contém as ruínas monumentais de uma grande cidade que foi um dos centros culturais mais importantes do mundo antigo.
Nos séculos I e II, Palmira juntou as técnicas greco-romanas com as tradições locais, enriquecidas pela influência persa.