Escritório de Netanyahu nega ter aceitado fronteiras de 1967
O escritório do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, negou que ele tenha aceitado o estabelecimento de um Estado palestino com as fronteiras de 1967
Da Redação
Publicado em 29 de agosto de 2014 às 14h52.
Jerusalém - O escritório do primeiro-ministro de Israel , Benjamin Netanyahu, negou que ele tenha aceitado o estabelecimento de um Estado palestino com as fronteiras de 1967, como anunciou ontem à noite o presidente da Palestina , Mahmoud Abbas.
Em comunicado, o escritório negou também que Abbas e Netanyahu tenham se reunido nos dias anteriores a assinatura do cessar-fogo permanente entre o movimento islamita Hamas e Israel, como publicou na quinta-feira o jornal jordaniano "Ghad" e como insinuou o próprio Abbas.
"Nenhuma coisa (dessas) ocorreu", declarou um responsável do gabinete do prêmio ao jornal israelense "Ha'aretz".
No domingo, Ophir Akunis, vice-ministro responsável do Escritório de Netanyahu já havia afirmado que Israel jamais renunciará às colônias na Cisjordânia, ilegais segundo o direito internacional, já que considera essa região palestina parte de sua nação nativa.
"A retirada das linhas de 1967 seria pouco menos que um suicídio nacional. Os resultados da retirada de Gaza mostram que as retiradas não trazem a paz, trazem a guerra", asseverou.
Ontem à noite, e em declarações no palácio presidencial da Muqata de Ramala, divulgadas pela agência de notícias "Ma"an", Abbas assegurou que Netanyahu "afirmou diante de mim que aceita o Estado palestino e que só é preciso fixar os limites das fronteiras".
Abbas revelou que o principal negociador palestino, Saeb Erekat, e o chefe dos serviços secretos Majid Farrah, se reunirão semana que vem com o secretário de Estado americano, John Kerry, em um lugar não revelado para detalhar esta conversa e os futuros passos.
Horas antes a liderança palestina tinha anunciado sua intenção de apresentar no próximo dia 15 uma proposta ao Conselho de Segurança da ONU para que se estabeleça uma data exata para o fim da ocupação israelense e a declaração do Estado palestino.
Fontes palestinas disseram à Agência Efe que Abbas trabalha agora na próxima estratégia a seguir, que poderia consistir em convocar primeiro uma conferência internacional ou fazê-lo através da Jordânia.
Em todo caso, a questão também seria analisada na reunião que a Liga Árabe, integrada por 22 países, realizará em cinco de setembro.