Erdogan afirma que Turquia não encerrará comércio com Irã após sanções
Segundo o presidente da Turquia, a posição do país a respeito das sanções contra o Irã sempre foi "muito clara"
EFE
Publicado em 6 de novembro de 2018 às 12h36.
Istambul - O presidente da Turquia , Recep Tayyip Erdogan, reiterou nesta terça-feira que não interromperá os acordos comerciais com o Irã nem mesmo depois dos seis meses de isenção das sanções que os Estados Unidos restabeleceram contra a República Islâmica desde ontem.
Acabar com a importação de gás iraniano assim que encerrar este período de isenção "nunca esteve na agenda" da Turquia, disse Erdogan ao jornal turco "Hürriyet".
"A nossa posição a respeito das sanções sempre foi muito clara, e sempre dissemos isso com relação ao petróleo. Não há alternativa. Com certeza não vamos aplicar essas sanções", disse o presidente turco.
"Importamos ao ano 10 milhões de metros cúbicos de gás natural (do Irã). Vamos deixar de importá-los e deixar que nossos cidadãos congelem de frio no inverno? Não vamos fazer algo assim, não aceitaremos isso", explicou Erdogan.
"Não nos parecem corretas essas sanções. São um passo para romper com o equilíbrio mundial. Mas o mundo quer viver um processo baseado na paz. Não queremos viver em um mundo imperialista, nem em um mundo com pressões imperialistas. Queremos um mundo no qual as pessoas possam viver em paz, tranquilidade, segurança", frisou Erdogan.
"Vou fazer tudo o que está nas minhas mãos neste assunto. A União Europeia e praticamente todos os países da UE também não consideram positivo o passo que foi dado agora. Todos discordam. Na cúpula de Paris, este tema estará na agenda. Podem haver negociações lá", anunciou Erdogan, em referência à celebração que ocorrerá na capital francesa neste domingo para comemorar o fim da Primeira Guerra Mundial.
O ministro das Relações Exteriores da Turquia, Mevlüt Çavusoglu, também advertiu hoje aos EUA que "isolar o Irã é perigoso e punir o povo iraniano não é justo".
A Turquia é um dos oito países que ficarão isentos das sanções dos Estados Unidos para continuar importando petróleo iraniano, junto com China, Índia, Itália, Grécia, Japão, Coreia do Sul e Taiwan.