EPE: Brasil tem energia garantida para crescer
Até 2014, país tem um excedente de energia que permite crescimento econômico de até 7,5% ao ano, afirma Tolmasquim
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h42.
Rio de Janeiro - O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, disse nesta terça-feira (27) que energia não "é um gargalo ao crescimento" econômico.
Em palestra para executivos do detor de finanças do estado, Tolmasquim afirmou que o setor energético vai disponibilizar 63 mil megawatts (MW) de capacidade instalada nos próximos dez anos para atender à demanda crescente de energia do país.
Apenas com o que foi investido até agora, o Brasil terá nos próximos quatro anos um excedente de energia capaz de atender à demanda de um crescimento econômico maior do que o projetado pelo governo, de 5% ao ano.
De acordo com cálculos apresentados por Tolmasquim, se depender do atual cenário energético, o país teria condições de crescer ainda mais. "O Brasil está numa situação extremamente confortável. Até 2014, temos um excedente de energia que permite que o país cresça até 7,5% ao ano", afirmou.
A produção de energia hidrelétrica é prioritária no esforço de garantir a oferta de energia projetada. A previsão é instalar mais de 35 mil megawatts em hidrelétricas, sendo que 60% já estão contratados, em construção ou em vias de construção. Os demais 14 mil megawatts seriam disponibilizados a partir do leilão de algumas usinas, como a de Santo Antônio do Jarí, Garibaldi, Colider e Ferreira Gomes que serão leiloadas na próxima sexta-feira (30) em São Paulo.
Até o final do ano, outro leilão está previsto e deve incluir as usinas de Teles Pires e do Rio Parnaíba. Tolmasquim, no entanto, alerta que, se não houver licenças ambientais suficientes para garantir o número planejado de hidrelétricas em leilões, o setor vai recorrer às termoelétricas.
Para que as projeções de produção de energia se concretizem, o presidente da EPE estima que sejam necessários investimentos da ordem de R$ 1 trilhão até 2019. Pelo menos 70% desse valor devem ser destinados à área de petróleo e gás em uma operação de financiamento envolvendo recursos do setor público e privado.