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Envio de armas à Ucrânia seria aposta arriscada para os EUA

Análise de envio de tropas provém da frustração com a recusa do presidente russo, Vladimir Putin, em ceder na questão da Ucrânia

Soldados ucranianos: tropas que controlam um entroncamento ferroviário perto da cidade de Donetsk estão sob pressão dos separatistas (Manu Brabo/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 4 de fevereiro de 2015 às 09h36.

Moscou/Kiev - Ao considerar a possibilidade de entregar armas ao governo ucraniano, os Estados Unidos poderiam estar contemplando um empreendimento arriscado que, para seus defensores, iria ajudar a acabar com o conflito na Ucrânia , mas os opositores alertam que poderia inflar as chamas da guerra.

Um funcionário do governo dos EUA disse esta semana que nenhuma decisão havia sido tomada quanto a enviar armas para ajudar as forças ucranianas a combater os separatistas no extremo leste da Ucrânia, apoiados pela Rússia .

A análise de tal medida provém da frustração com a recusa do presidente russo, Vladimir Putin, em ceder na questão da Ucrânia –apesar das sanções ocidentais e a crise financeira na Rússia– e a preocupação com a onda de violência nas últimas semanas.

A questão também reflete um dilema: o que o Ocidente pode fazer se as sanções não funcionam ou se não funcionam de forma rápida?

"Um setor militar ucraniano mais forte, com capacidades defensivas aprimoradas, vai aumentar as perspectivas de negociação de uma solução pacífica", disse um relatório do Conselho do Atlântico, com sede em Washington, que sugeriu que a ajuda militar inclua mísseis antiblindagem leves, drones e veículos Humvees blindados.

Tais palavras são bem-vindas para os líderes pró-ocidentais em Kiev, cujas forças sofreram reveses no campo de batalha e que acusam a Rússia de enviar tropas e armas para apoiar os rebeldes.

Neste momento, as tropas ucranianas que controlam um entroncamento ferroviário perto da cidade de Donetsk estão sob pressão dos separatistas, cuja artilharia e ataques de mísseis seriam comandados por especialistas militares russos.

A Rússia nega as acusações de envolvimento direto e diz que Washington mostrou sua face verdadeira, apoiando o que Moscou considera ser o desejo de Kiev de acabar com a crise esmagando os rebeldes, em vez de buscar a diplomacia.

O envio de armas para Kiev pode não ter muito efeito sobre o conflito, dizem os críticos, e poderia incentivar um ataque russo em grande escala ao Exército de Ucrânia, que elevaria a possibilidade de intervenção ocidental direta.

"O envio de armas está alimentando as chamas do conflito e também, na verdade, dando força ao governo ucraniano, que está fazendo tudo o que pode para arrastar os Estados Unidos e o Ocidente ainda mais para essa disputa", disse Otfried Nassauer, diretor do Centro de Informação de Berlim para a Segurança Transatlântica.

Os governos ocidentais têm mostrado pouco interesse no envio de  forças internacionais de paz, que provavelmente teriam de incluir russos, algo inaceitável para Kiev.

E no Ocidente pode estar ganhando corpo uma linha de pensamento segundo a qual Putin só respeitaria a força e só recuaria se provocado.

Por essa análise, ele poderia mudar de posição se a Ucrânia estiver equipada com meios defensivos para transformar o conflito em uma luta prolongada da qual a Rússia possa se arrepender.

Na véspera da visita do secretário de Estado dos EUA, John Kerry, a Kiev, na quinta-feira, as apostas estão subindo, com os rebeldes e as forças de Kiev mobilizando mais forças.

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Moscou/Kiev - Ao considerar a possibilidade de entregar armas ao governo ucraniano, os Estados Unidos poderiam estar contemplando um empreendimento arriscado que, para seus defensores, iria ajudar a acabar com o conflito na Ucrânia , mas os opositores alertam que poderia inflar as chamas da guerra.

Um funcionário do governo dos EUA disse esta semana que nenhuma decisão havia sido tomada quanto a enviar armas para ajudar as forças ucranianas a combater os separatistas no extremo leste da Ucrânia, apoiados pela Rússia .

A análise de tal medida provém da frustração com a recusa do presidente russo, Vladimir Putin, em ceder na questão da Ucrânia –apesar das sanções ocidentais e a crise financeira na Rússia– e a preocupação com a onda de violência nas últimas semanas.

A questão também reflete um dilema: o que o Ocidente pode fazer se as sanções não funcionam ou se não funcionam de forma rápida?

"Um setor militar ucraniano mais forte, com capacidades defensivas aprimoradas, vai aumentar as perspectivas de negociação de uma solução pacífica", disse um relatório do Conselho do Atlântico, com sede em Washington, que sugeriu que a ajuda militar inclua mísseis antiblindagem leves, drones e veículos Humvees blindados.

Tais palavras são bem-vindas para os líderes pró-ocidentais em Kiev, cujas forças sofreram reveses no campo de batalha e que acusam a Rússia de enviar tropas e armas para apoiar os rebeldes.

Neste momento, as tropas ucranianas que controlam um entroncamento ferroviário perto da cidade de Donetsk estão sob pressão dos separatistas, cuja artilharia e ataques de mísseis seriam comandados por especialistas militares russos.

A Rússia nega as acusações de envolvimento direto e diz que Washington mostrou sua face verdadeira, apoiando o que Moscou considera ser o desejo de Kiev de acabar com a crise esmagando os rebeldes, em vez de buscar a diplomacia.

O envio de armas para Kiev pode não ter muito efeito sobre o conflito, dizem os críticos, e poderia incentivar um ataque russo em grande escala ao Exército de Ucrânia, que elevaria a possibilidade de intervenção ocidental direta.

"O envio de armas está alimentando as chamas do conflito e também, na verdade, dando força ao governo ucraniano, que está fazendo tudo o que pode para arrastar os Estados Unidos e o Ocidente ainda mais para essa disputa", disse Otfried Nassauer, diretor do Centro de Informação de Berlim para a Segurança Transatlântica.

Os governos ocidentais têm mostrado pouco interesse no envio de  forças internacionais de paz, que provavelmente teriam de incluir russos, algo inaceitável para Kiev.

E no Ocidente pode estar ganhando corpo uma linha de pensamento segundo a qual Putin só respeitaria a força e só recuaria se provocado.

Por essa análise, ele poderia mudar de posição se a Ucrânia estiver equipada com meios defensivos para transformar o conflito em uma luta prolongada da qual a Rússia possa se arrepender.

Na véspera da visita do secretário de Estado dos EUA, John Kerry, a Kiev, na quinta-feira, as apostas estão subindo, com os rebeldes e as forças de Kiev mobilizando mais forças.

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