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Enviado da ONU diz que trégua na Síria pode abrir nova etapa

De Mistura reconheceu que, após a assinatura do acordo para o cessar-fogo, observou-se uma redução da violência na Síria

Staffan de Mistura: o diplomata destacou a relevância das negociações que acontecem hoje em Astana (Denis Balibouse/Reuters)
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EFE

Publicado em 16 de fevereiro de 2017 às 11h05.

Moscou - O enviado especial da ONU para a Síria , Staffan de Mistura, disse nesta quinta-feira em Moscou - ao se reunir com o ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu - que se o governo de Damasco e os três países fiadores do cessar-fogo (Turquia, Rússia e Irã) forem capazes de consolidar a cessação de hostilidades, "será o começo de grandes mudanças no conflito" sírio.

O diplomata sueco destacou a relevância das negociações que acontecem hoje em Astana com o objetivo de fortalecer o cessar-fogo em vigor no país árabe desde o dia 30 de dezembro e fixar os mecanismos para seu cumprimento e supervisão.

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"Já vi muitas tréguas no Líbano, nos Bálcãs. Nestes casos é importante prestar atenção aos possíveis incidentes", afirmou a respeito.

De Mistura reconheceu que após a assinatura do acordo para o cessar-fogo - impulsionado pelos três países fiadores -, "observamos uma redução da violência na Síria".

"Ainda há regiões onde a luta continua. Mas há uma diferença em relação ao passado", destacou.

Shoigu afirmou que após a entrada em vigor da trégua "já não há combates diretos" entre as tropas governamentais sírias e a oposição moderada.

Ao mesmo tempo, manifestou que espera dos reunidos em Astana que acertem "a criação de um mapa que nos permita finalmente determinar as posições (no terreno) da oposição moderada que se somou ao cessar-fogo e daqueles que não o fizeram".

"Mas o mais importante é (fixar no mapa) os lugares onde estão os terroristas do Estado Islâmico e da Frente al Nusra, contra os quais vamos continuar lutando junto com a oposição moderada e nossos aliados: Turquia e o Irã", ressaltou o titular da Defesa.

Nove grupos armados sírios participam das negociações que acontecem na capital cazaque, entre eles os influentes Exército Livre Sírio e Jaysh al-Islam (Exército do Islã), cujo líder, Mohammed Alloush, lidera a delegação da oposição no processo de Astana.

"Em geral se debate a criação de um grupo operacional que supervisionará o regime da suspensão do fogo", explicou aos jornalistas Aydarbek Tumatov, chefe do departamento de Ásia e África do Ministério das Relações Exteriores cazaque.

O mecanismo de supervisão da cessação de hostilidades contemplará um regime de sanções para as partes que violem o cessar-fogo.

A reunião deve servir de prólogo ao reatamento de conversas de paz entre uma delegação governamental síria e outra da oposição em Genebra a partir do próximo dia 20.

Na reunião que desta manhã com o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, De Mistura antecipou que a nova Constituição para a Síria, a formação de um governo de transição e a realização de eleições sob supervisão da ONU serão os temas a serem tratados nas negociações de Genebra.

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