Entra em vigor acordo global para impor preço máximo ao barril de petróleo vendido pela Rússia
O acordo foi fechado na última sexta-feira em uma nova intensificação das sanções aplicadas desde que o presidente Vladimir Putin ordenou a invasão da Ucrânia
Da redação, com agências
Publicado em 5 de dezembro de 2022 às 05h16.
Entra em vigor nesta segunda-feira, 5 de dezembro, uma decisão dos 27 países da União Europeia (UE), do G7 e da Austrália de impor um preço máximo de US$ 60 ao barril de petróleo procedente da Rússia, segundo maior exportador mundial do combustível.
O valor está abaixo do preço de mercado — a cotação da matéria-prima gira ao redor de US$ 80.
O acordo foi fechado na última sexta-feira, em conjunto com um embargo da UE ao petróleo russo, em uma nova intensificação das sanções aplicadas desde que o presidente Vladimir Putin ordenou a invasão da Ucrânia em 24 de fevereiro.
O G7 (Estados Unidos, Canadá, Alemanha, França, Reino Unido, Itália e Japão) afirmou que pretende "evitar que a Rússia lucre com sua guerra agressiva contra a Ucrânia e apoiar a estabilidade nos mercados mundiais de energia".
A Rússia, porém, rejeitou de maneira veemente as limitações.
"Não aceitaremos esse teto", declarou o porta-voz da presidência russa, Dmitri Peskov, antes de acrescentar que Moscou está "analisando" a medida.
Os bombardeios russos das últimas semanas contra as infraestruturas do setor de energia da Ucrânia deixaram milhões de famílias sem luz, água e calefação, em um momento de temperaturas baixas com a aproximação do inverno (hemisfério norte, verão no Brasil).
"Temos que aguentar", afirmou o governador da região Mykolaiv (sul), Vitaliy Kim, no Telegram.
Putin considerou que os bombardeios são "necessários e inevitáveis diante dos ataques provocativos de Kiev", informou o Kremlin na sexta-feira.
Segundo Putin, a Ucrânia é responsável pelas explosões que destruíram parcialmente a ponte russa da Crimeia no início de outubro e, portanto, Moscou estaria no direito de bombardear infraestruturas energéticas da Ucrânia.
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Putin voltou a reclamar, em uma conversa com o chefe de Governo da Alemanha, Olaf Scholz, do apoio financeiro e militar que permitiram à Ucrânia infligir derrotas humilhantes à Rússia no maior conflito no continente europeu desde o fim da Segunda Guerra Mundial.
Mas a contraofensiva ucraniana, aparentemente, deixou de avançar com a mesma velocidade.
Os combates são particularmente "duros" no leste do país, porque "os russos tiveram tempo de preparação" após os reveses dos últimos meses, afirmou o governador da região de Lugansk, Serguei Gaidai.
A situação também é "difícil" perto de Bakhmut, na região leste de Donetsk, afirma um comunicado do Exército ucraniano. Os russos tentam conquistar esta localidade há vários meses e assumir seu controle seria uma vitória para Moscou após as derrotas recentes.
Donetsk é parte da bacia do Donbass, que a Rússia anunciou ter anexado no início de outubro, embora até agora não tenha conseguido conquistá-la por completo.
Putin pretende fazer uma visita a Donetsk "no momento oportuno", disse Peskov neste sábado, insistindo que para Moscou esta é "uma região da Federação da Rússia".
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse na quinta-feira que estava "disposto a conversar" com Putin, mas apenas se o presidente russo buscasse "uma forma de acabar com a guerra" e retirasse suas tropas do país.
O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, destacou que a Rússia rejeita as condições. "A operação militar vai continuar", insistiu, usando a terminologia oficial da Rússia para se referir à ofensiva na Ucrânia.
O governo ucraniano rejeita qualquer negociação com Putin se ele não respeitar sua integridade territorial, o que inclui a península da Crimeia, anexada por Moscou em 2014.
No sábado, a presidência da Ucrânia afirmou, nas redes sociais, que a economia da Rússia será "destruída" pelo teto ao preço imposto pelas potências ocidentais ao barril de petróleo russo.
"Sempre alcançamos nosso objetivo e a economia da Rússia será destruída. A Rússia terá que assumir a responsabilidade por todos os seus crimes", afirmou no Telegram o chefe de gabinete da presidência ucraniana, Andriy Yermak.
Yermak considerou que o teto deveria ter um valor menor, para acelerar a 'demolição' da economia da Rússia, segundo maior exportador mundial de petróleo. "Deveria ter sido fixado em 30 dólares (o barril) para destruí-la mais rapidamente”, escreveu.
— com informações da AFP
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