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Enquanto reabre escola e futebol, Argentina tenta evitar caos dos vizinhos

Na província de San Juan, onde as aulas voltam a partir de hoje, não há novos casos de coronavírus há uma semana. Mas contágio vem crescendo na Argentina

PREPARAÇÃO DE ESCOLA PARA VOLTA EM SAN JUAN: a Argentina tenta evitar o cenário de Brasil, México e Peru (Télam/Governo da Argentina/Divulgação)
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Carolina Riveira

Publicado em 10 de agosto de 2020 às 06h36.

Última atualização em 14 de junho de 2021 às 13h01.

A Argentina se prepara para mais uma etapa de reabertura. O país começa nesta segunda-feira, 10, a reabrir algumas escolas em caráter experimental, um dos passos mais avançados de flexibilização da quarentena nos países, e volta também a permitir treinos de futebol.

Das 24 províncias, só quatro voltarão às aulas agora, findadas as férias de julho. A primeira nesta semana será a de San Juan, onde algumas escolas reabrem com turmas menores e prioridade para alunos das séries finais de cada etapa escolar. Por lá, são somente 22 casos de coronavírus desde maio e não há novos casos há uma semana. Outras três províncias começam a voltar na semana que vem. Nas demais, ainda não há previsão.

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Com quase 242.000 casos e 4.556 mortes por coronavírus, o contágio pela covid-19 vem crescendo na Argentina, sobretudo nas periferias. O país vem tendo mais de 100 mortes e mais de 6.000 casos diários. Há um mês, no começo de julho, os números eram metade disso.

Ainda assim, a Argentina segue entre os melhores sul-americanos no controle da pandemia. Em mortes por milhão, só está pior do que o Uruguai. A Argentina tem 101 mortes por milhão, 48º país do mundo nesse ranking, segundo o Worldometers. Fica muito à frente das 631 vítimas do Peru (pior da América Latina e 5º pior do mundo), 473 do Brasil (11º do mundo) e 403 do México (13º).

Já no futebol, estão autorizados a partir desta semana treinos de preparação para a Copa Libertadores, em 15 de setembro. Nos testes feitos para a volta, ao menos dez jogadores tiveram diagnóstico positivo. Enquanto isso, o campeonato doméstico ainda não tem previsão de retorno, ao contrário do que aconteceu em alguns outros países da região.

O Brasil voltou com o futebol no começo de junho, um dos primeiros sul-americanos. As aulas por aqui ainda não recomeçaram. No México, o futebol voltou há duas semanas. O Peru tentou voltar na semana passada -- mas o campeonato foi novamente paralisado após aglomeração de torcedores fora de um estádio. O Uruguai, mesmo sendo um dos raros exemplos latino-americanos de controle da covid-19, só voltou com o futebol neste fim de semana. Países como Chile, Bolívia e Equador ainda não voltaram.

Enquanto tentam controlar a pandemia, os argentinos estarão ainda nesta semana às voltas com os últimos detalhes de uma negociação da dívida de 65 bilhões de dólares com credores internacionais. Advogados se debruçam sobre os contratos para bater o martelo no acordo firmado na semana passada -- o que, segundo o cronograma, deve acontecer nos próximos dias.

O acordo obtido pela equipe econômica do presidente Alberto Fernández foi visto como positivo para os argentinos. Restará agora o desafio hercúleo de salvar a economia, com previsão de queda de 9,9% em 2020, segundo o Fundo Monetário Internacional. Evitar um avanço do coronavírus nos moldes vistos pelos vizinhos será imprescindível nessa tarefa.

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