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Empresas dos Estados Unidos procuram desesperadamente trabalhadores

Algumas pessoas temem contrair o coronavírus, outras preferem mudar o equilíbrio entre a vida privada e profissional

Cartaz com anúncio de empregos nos Estados Unidos: falta de funcionários (Justin Sullivan/Getty Images/Getty Images)

Ivan Padilla

Publicado em 24 de outubro de 2021 às 12h54.

Última atualização em 24 de outubro de 2021 às 12h55.

Para manter funcionando a recém-inaugurada sala de degustação de cerveja no estado de Nova York, nos Estados Unidos , Peter Chekijian não tem escolha a não ser fazer seus funcionários-chave trabalharem sete dias por semana. Ele tem dificuldade para contratar funcionários e aliviar a carga.

"Encontrar pessoas para terminar o trabalho é um grande problema", disse à AFP o proprietário da pequena cervejaria Twin Fork Beer.

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Muitas empresas estão enfrentando problemas na contratação de novos funcionários nos Estados Unidos.

Mais de 10 milhões de empregos estavam vagos no final de agosto. E a taxa de atividade, ou seja, a parcela das pessoas que trabalham ou procuram emprego, passou de 63,3% antes da pandemia para 61,6% em setembro.

As razões variam. Algumas pessoas temem contrair o coronavírus, principalmente se tiverem filhos ou idosos em casa. Outros se aposentaram no início da pandemia; preferem mudar o equilíbrio entre a vida privada e profissional ou simplesmente estão fartos de salários baixos.

E o fim, em setembro, dos benefícios de desemprego mais generosos lançados durante a pandemia não se traduziu em uma corrida para o emprego.

Paralelamente, com a campanha de vacinação, reabriram restaurantes, locais turísticos e espetáculos. E agora, todos os distribuidores estão se preparando para a temporada de fim de ano.

"Há muitos empregadores tentando recrutar ao mesmo tempo", diz Aaron Sojourner, economista da Universidade de Minnesota. "Isso cria um desequilíbrio".

Para atrair candidatos, "buscamos pagar o máximo que podemos (...) oferecer um conjunto de benefícios sociais", diz Chekijan. Ele coloca anúncios, faz entrevistas, vai a feiras de empregos. Mas "é terrivelmente lento".

"Guerra absoluta"

Maryclaire Hammond, diretor de recursos humanos da empresa de logística GXO, que busca recrutar 9 mil pessoas para o Natal nos Estados Unidos, acredita que "há uma competição forte em todos os níveis (...), uma guerra absoluta".

Para garantir que os pacotes sejam entregues a tempo para o Natal, grandes empresas tentam recrutar temporários a todo vapor: 150.000 vagas na Amazon, 150.000 no Walmart, 100.000 na Target, 100.000 na UPS e 90.000 na Fedex.

A GXO tem poucos empacotadores e operadores de máquinas.

Em algumas regiões, aumentou o salário mínimo de 3 para 5 dólares nos últimos oito dias, oferece gratificações de contratação e também um conjunto de benefícios - como seguro saúde, contribuições para a previdência e despesas com universidade.

A empresa tenta criar um bom ambiente no armazém. “Pode parecer bobagem, mas propor bons burritos pela manhã motiva as pessoas”, afirma a diretora.

Para enfrentar o cenário, a GXO também aumentou a automação de tarefas em seus armazéns em 40% no ano passado. "Para operadores de embalagens que precisam caminhar até 16 quilômetros por dia no depósito, um robô pode ajudá-los a encontrar produtos com mais facilidade", explica Hammond.

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