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Empresária que dificultou Brexit lança campanha para eleições

Gina Miller pede aos eleitores que apoiem os deputados que são a favor de uma "votação significativa" sobre os termos do acordo final do Brexit

Gina Miller: ela foi responsável por obrigar a primeira ministra britânica a pedir permissão ao Parlamento antes de ativar o Artigo 50 do Tratado de Lisboa (Dan Kitwood/Getty Images)
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EFE

Publicado em 19 de abril de 2017 às 13h12.

Londres - Gina Miller, a empresária que abriu um processo legal que obrigou Theresa May a pedir permissão ao Parlamento para ativar o " Brexit ", lançou nesta quarta-feira uma campanha na qual pede o voto "tático" nas eleições gerais de 8 de junho.

Miller disse que seu objetivo é impedir um "Brexit" que termine destruindo os direitos dos trabalhadores, e pede aos eleitores que apoiem os deputados que são a favor de uma "votação significativa" sobre os termos do acordo final que o Reino Unido firmará com a União Europeia (UE).

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A empresária ficou famosa em 2016 ao comparecer aos tribunais para obrigar a primeira ministra britânica, Theresa May, a pedir permissão ao Parlamento antes de ativar o Artigo 50 do Tratado de Lisboa, que inicia a negociação sobre a saída de um país do bloco europeu.

No início deste ano, o Tribunal Supremo, máxima instância judicial britânica, deu razão a Miller e motivou a aprovação de uma lei que autorizou o "Brexit", ativado no último dia 29 de março.

Miller disse que espera arrecadar fundos para sua campanha para as eleições de junho, convocadas ontem por May com a intenção de formar um governo forte para as negociações sobre o "Brexit".

"Precisamos impedir que os deputados e as pessoas sejam forçados a um 'brexit' extremo que não seja o melhor para o interesse do Reino Unido", declarou a empresária, que trabalha no setor de investimentos.

"Vamos apoiar os candidatos que fizeram campanha a favor de uma votação significativa do 'brexit', inclusive qualquer acordo que deixe pior o Reino Unido", acrescentou Miller, que é contra uma saída da UE que "destrua nossos direitos e nossa relação com a Europa".

Durante o trâmite parlamentar da lei que autorizou o "Brexit", a Câmara dos Lores aprovou uma emenda sobre "uma votação significativa", apresentada pelos trabalhistas, que obrigaria May a voltar a negociar se os termos do acordo não forem satisfatórios.

Ao final, essa emenda não conseguiu prosperar durante o trâmite pelas duas câmaras.

O governo já indicou que o Parlamento se pronunciará sobre o resultado das negociações, mas advertiu de que, se os deputados rejeitarem a minuta do acordo, o Reino Unido não voltaria a negociar e deixaria a UE sem acordo algum.

Hoje, os deputados britânicos debatem e votam a permissão solicitada por May para antecipar as eleições.

A chefe do governo comunicou ontem sua intenção de realizar eleições antes de 2020, ano previsto a princípio em virtude da lei sobre mandatos fixos de cinco anos no Reino Unido.

Para estas eleições de junho, May precisa do apoio de dois terços da Câmara dos Comuns, integrada por 650 deputados, dos quais 330 são conservadores e 229 trabalhistas.

O Partido Trabalhista, de Jeremy Corbyn, o maior da oposição, já indicou que apoiará a moção que o governo apresentará hoje e que deve ser votada esta tarde.

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