Exame Logo

Empresa do navio naufragado suspende capitão Schettino

Advogado da Costa Cruzeiro anunciou a medida; autoridades buscam uma jovem moldávia que teria acompanhado o capitão na noite do acidente

Especialistas acreditam que Schettino será demitido pela empresa (AFP / Enzo Russo)
DR

Da Redação

Publicado em 19 de janeiro de 2012 às 16h03.

Roma - A empresa Costa Cruzeiros, proprietária do navio que encalhou na sexta-feira passada próximo à ilha italiana de Giglio, anunciou nesta quinta-feira a suspensão do capitão da embarcação, Francesco Schettino, envolvido agora na polêmica sobre a jovem de nacionalidade moldávia com quem estaria acompanhado na noite do acidente.

O advogado da empresa, Marco de Luca, informou nesta quinta-feira sobre as medidas que a companhia decidiu tomar por enquanto, entre elas a suspensão de Schettino, o que se considera um primeiro passo para sua demissão após o naufrágio, que deixa um balanço de pelo menos 11 mortos e cerca de 20 desaparecidos.

De Luca explicou que a proprietária do cruzeiro Costa Concordia acabou se tornando 'parte afetada' na investigação aberta pela Promotoria de Grosseto, que acusa o capitão, atualmente sob prisão domiciliar, de homicídio culposo múltiplo, naufrágio e abandono do navio.

O advogado alega que a empresa 'sofreu um dano patrimonial enorme', além do 'drama humano e tragédia' causados pelo naufrágio. Em sua opinião, ainda é prematuro constatar se a Costa Cruzeiros, que insiste que o acidente ocorreu por 'falha humana' quando o navio se aproximava excessivamente da ilha de Giglio, se constituirá como parte civil em um eventual processo judicial.

O que é certo da parte a Costa Cruzeiros é que ela não oferecerá assistência legal ao capitão da embarcação.

A empresa também informou nesta quinta-feira que está entrando em contato com os passageiros e as associações de consumidores para devolver-lhes o dinheiro da compra do pacote e as demais despesas materiais decorrentes do naufrágio, que provocou a retirada dos ocupantes de um cruzeiro que levava 4.229 pessoas a bordo.

O jornal 'La Repubblica' divulga nesta quinta-feira o testemunho de duas fontes 'qualificadas' ligadas à navegação. Elas contam que, quando há problemas, a última coisa que se tenta fazer é notificar a Capitania dos Portos, que se encarrega de tarefas de controle que se estendem entre 5 e 8 horas, com o consequente custo de centenas de milhares de euros decorrente do fato de ter um cruzeiro parado.

A reportagem do 'La Repubblica' indica que, após o momento do choque do Costa Concordia contra as pedras, em um período de uma hora e 15 minutos, Schettino contatou pelo menos três vezes o diretor de operações marinhas da empresa proprietária da embarcação, Roberto Ferrarini.


Uma conversa telefônica entre um oficial do Costa Concordia e outro da Capitania dos Portos de meia hora depois da colisão do navio, divulgada nesta quinta-feira pelo canal de televisão 'Sky TG24', mostra como a tripulação do cruzeiro insistia que, no início, o navio havia sofrido apenas um blecaute e dizia estar 'verificando as condições'.

Já os funcionários da Capitania dos Portos ressaltavam que a Polícia teria recebido uma ligação de um marinheiro do navio que informava sobre um teto caído e que as pessoas a bordo teriam colocado os coletes salva-vidas.

A polêmica voltou nesta quinta-feira a envolver o capitão, depois que a Promotoria de Grosseto buscava uma jovem loira de 25 anos, de nacionalidade moldávia. Ela foi vista por passageiros sentada na sala ao lado da cabine de comando do cruzeiro, jantando com o capitão na noite do naufrágio.

Trata-se de Domnica Cemortan, que não estava na lista de passageiros. Ela apareceu há poucos dias em um canal de televisão da Moldávia para explicar que também era tripulante de navio e, que por isso, tinha o direito de estar com outros oficiais na cabine de comando e não estar registrada, apesar de não estar prestando serviço no momento.

A jovem defendeu a operação de Schettino. 'Acho que ele fez um trabalho extraordinário, toda a tripulação é solidária com ele e acredita que salvou mais de 3 mil pessoas', comentou Domnica à reportagem do jornal.

Após permanecerem interrompidas durante grande parte desta quarta-feira, as tarefas de resgate de novas vítimas foram retomadas nesta quinta logo cedo. Foram identificados outros dois dos corpos encontrados até agora, pertencentes a um homem e a uma mulher, ambos de nacionalidade francesa.

As buscas por desaparecidos e de preparação para a extração do combustível da embarcação podem ser suspensas novamente nesta sexta-feira, diante da previsão de mau tempo. O ministro do Meio Ambiente britânico, Corrado Clini, informou que, nesta sexta-feira, o Conselho de Ministros da Itália abordará a já anunciada medida que pretende estabelecer uma lista de 'rotas arriscadas' para cruzeiros.

Veja também

Roma - A empresa Costa Cruzeiros, proprietária do navio que encalhou na sexta-feira passada próximo à ilha italiana de Giglio, anunciou nesta quinta-feira a suspensão do capitão da embarcação, Francesco Schettino, envolvido agora na polêmica sobre a jovem de nacionalidade moldávia com quem estaria acompanhado na noite do acidente.

O advogado da empresa, Marco de Luca, informou nesta quinta-feira sobre as medidas que a companhia decidiu tomar por enquanto, entre elas a suspensão de Schettino, o que se considera um primeiro passo para sua demissão após o naufrágio, que deixa um balanço de pelo menos 11 mortos e cerca de 20 desaparecidos.

De Luca explicou que a proprietária do cruzeiro Costa Concordia acabou se tornando 'parte afetada' na investigação aberta pela Promotoria de Grosseto, que acusa o capitão, atualmente sob prisão domiciliar, de homicídio culposo múltiplo, naufrágio e abandono do navio.

O advogado alega que a empresa 'sofreu um dano patrimonial enorme', além do 'drama humano e tragédia' causados pelo naufrágio. Em sua opinião, ainda é prematuro constatar se a Costa Cruzeiros, que insiste que o acidente ocorreu por 'falha humana' quando o navio se aproximava excessivamente da ilha de Giglio, se constituirá como parte civil em um eventual processo judicial.

O que é certo da parte a Costa Cruzeiros é que ela não oferecerá assistência legal ao capitão da embarcação.

A empresa também informou nesta quinta-feira que está entrando em contato com os passageiros e as associações de consumidores para devolver-lhes o dinheiro da compra do pacote e as demais despesas materiais decorrentes do naufrágio, que provocou a retirada dos ocupantes de um cruzeiro que levava 4.229 pessoas a bordo.

O jornal 'La Repubblica' divulga nesta quinta-feira o testemunho de duas fontes 'qualificadas' ligadas à navegação. Elas contam que, quando há problemas, a última coisa que se tenta fazer é notificar a Capitania dos Portos, que se encarrega de tarefas de controle que se estendem entre 5 e 8 horas, com o consequente custo de centenas de milhares de euros decorrente do fato de ter um cruzeiro parado.

A reportagem do 'La Repubblica' indica que, após o momento do choque do Costa Concordia contra as pedras, em um período de uma hora e 15 minutos, Schettino contatou pelo menos três vezes o diretor de operações marinhas da empresa proprietária da embarcação, Roberto Ferrarini.


Uma conversa telefônica entre um oficial do Costa Concordia e outro da Capitania dos Portos de meia hora depois da colisão do navio, divulgada nesta quinta-feira pelo canal de televisão 'Sky TG24', mostra como a tripulação do cruzeiro insistia que, no início, o navio havia sofrido apenas um blecaute e dizia estar 'verificando as condições'.

Já os funcionários da Capitania dos Portos ressaltavam que a Polícia teria recebido uma ligação de um marinheiro do navio que informava sobre um teto caído e que as pessoas a bordo teriam colocado os coletes salva-vidas.

A polêmica voltou nesta quinta-feira a envolver o capitão, depois que a Promotoria de Grosseto buscava uma jovem loira de 25 anos, de nacionalidade moldávia. Ela foi vista por passageiros sentada na sala ao lado da cabine de comando do cruzeiro, jantando com o capitão na noite do naufrágio.

Trata-se de Domnica Cemortan, que não estava na lista de passageiros. Ela apareceu há poucos dias em um canal de televisão da Moldávia para explicar que também era tripulante de navio e, que por isso, tinha o direito de estar com outros oficiais na cabine de comando e não estar registrada, apesar de não estar prestando serviço no momento.

A jovem defendeu a operação de Schettino. 'Acho que ele fez um trabalho extraordinário, toda a tripulação é solidária com ele e acredita que salvou mais de 3 mil pessoas', comentou Domnica à reportagem do jornal.

Após permanecerem interrompidas durante grande parte desta quarta-feira, as tarefas de resgate de novas vítimas foram retomadas nesta quinta logo cedo. Foram identificados outros dois dos corpos encontrados até agora, pertencentes a um homem e a uma mulher, ambos de nacionalidade francesa.

As buscas por desaparecidos e de preparação para a extração do combustível da embarcação podem ser suspensas novamente nesta sexta-feira, diante da previsão de mau tempo. O ministro do Meio Ambiente britânico, Corrado Clini, informou que, nesta sexta-feira, o Conselho de Ministros da Itália abordará a já anunciada medida que pretende estabelecer uma lista de 'rotas arriscadas' para cruzeiros.

Acompanhe tudo sobre:DemissõesDesempregoEuropagestao-de-negociosItáliaNaviosPaíses ricosPiigsTransportes

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Mundo

Mais na Exame