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Emergentes colocam luta contra inflação como prioridade

Na Ásia, a tolerância com a inflação foi alta durante os últimos dois anos, em uma decisão de que incentivar o crescimento era a prioridade

Governos de países emergentes mudam suas prioridades e, três anos depois da crise financeira internacional, trocam políticas de crescimento por políticas de controle de inflação (Wikimedia Commons)
DR

Da Redação

Publicado em 8 de maio de 2011 às 23h02.

Basileia - Governos de países emergentes mudam suas prioridades e, três anos depois da crise financeira internacional, trocam políticas de crescimento por políticas de controle de inflação. A transformação segue a linha das recomendações do Banco de Compensações Internacionais (BIS) de abandonar momentaneamente as políticas de promoção do crescimento.

Na Ásia, a tolerância com a inflação foi alta durante os últimos dois anos, em uma decisão de que incentivar o crescimento era a prioridade. Agora, BCs revertem essa tendência e a percepção é de que novos estímulos ao crescimento teriam efeitos negativos. "Qualquer tentativa de elevar as taxas de expansão do PIB acima de seu potencial apenas levarão a maior inflação, mas não gerarão nem um crescimento durável nem ganhos na criação de postos de trabalho ", afirmou Kaushik Basu, conselheiro do Ministério das Finanças da Índia na última sexta-feira.

Ele admite que, no curto prazo, cortar a inflação pode ter um impacto negativo para o crescimento. Mas essa seria a única forma de promover um crescimento sustentável. "A economia Indiana está operando no limite de sua capacidade. Não acho que devemos explorar um crescimento maior, sacrificando a inflação", disse.

Na Coreia do Sul, uma avaliação do governo admitiu que a economia enfrenta uma "persistente" inflação, mesmo diante das medidas de controle. Em abril, a taxa de inflação foi de 4,7%, quarto mês consecutivo de alta gerado pela elevação nos preços de commodities agrícolas e petróleo. Assim como ocorreu na Índia, o governo de Seul mudou sua prioridade. No lugar de promover o crescimento da economia, passou a focar no controle da inflação.

Na China, o governo chegou a punir empresas que estejam "incentivando" os temores inflacionários. A Unilever foi multada em US$ 300 mil por "espalhar informações sobre a alta nos preços". Pequim registrou no mês de março uma inflação de 5,4%, a maior em 32 meses. A alta havia sido gerada por um aumento de 11% nos preços de alimentos. O governo anunciou que o controle da inflação passou a ser prioridade e, desde outubro, elevou a taxa de juros em quatro oportunidades.

Politicamente, a inflação é considerada como uma ameaça na China, já que poderia minar os ganhos econômicos para a classe média que acaba sendo a base de sustentação política do governo. Pequim estabeleceu que empresas estão proibidas em falar em público sobre a inflação. As autoridades temem que isso leve a um espiral, aprofundando ainda mais a crise. Na avaliação do Banco Mundial, a inflação na China em 2011 ficará em 5%, um ponto porcentual acima da meta.

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Basileia - Governos de países emergentes mudam suas prioridades e, três anos depois da crise financeira internacional, trocam políticas de crescimento por políticas de controle de inflação. A transformação segue a linha das recomendações do Banco de Compensações Internacionais (BIS) de abandonar momentaneamente as políticas de promoção do crescimento.

Na Ásia, a tolerância com a inflação foi alta durante os últimos dois anos, em uma decisão de que incentivar o crescimento era a prioridade. Agora, BCs revertem essa tendência e a percepção é de que novos estímulos ao crescimento teriam efeitos negativos. "Qualquer tentativa de elevar as taxas de expansão do PIB acima de seu potencial apenas levarão a maior inflação, mas não gerarão nem um crescimento durável nem ganhos na criação de postos de trabalho ", afirmou Kaushik Basu, conselheiro do Ministério das Finanças da Índia na última sexta-feira.

Ele admite que, no curto prazo, cortar a inflação pode ter um impacto negativo para o crescimento. Mas essa seria a única forma de promover um crescimento sustentável. "A economia Indiana está operando no limite de sua capacidade. Não acho que devemos explorar um crescimento maior, sacrificando a inflação", disse.

Na Coreia do Sul, uma avaliação do governo admitiu que a economia enfrenta uma "persistente" inflação, mesmo diante das medidas de controle. Em abril, a taxa de inflação foi de 4,7%, quarto mês consecutivo de alta gerado pela elevação nos preços de commodities agrícolas e petróleo. Assim como ocorreu na Índia, o governo de Seul mudou sua prioridade. No lugar de promover o crescimento da economia, passou a focar no controle da inflação.

Na China, o governo chegou a punir empresas que estejam "incentivando" os temores inflacionários. A Unilever foi multada em US$ 300 mil por "espalhar informações sobre a alta nos preços". Pequim registrou no mês de março uma inflação de 5,4%, a maior em 32 meses. A alta havia sido gerada por um aumento de 11% nos preços de alimentos. O governo anunciou que o controle da inflação passou a ser prioridade e, desde outubro, elevou a taxa de juros em quatro oportunidades.

Politicamente, a inflação é considerada como uma ameaça na China, já que poderia minar os ganhos econômicos para a classe média que acaba sendo a base de sustentação política do governo. Pequim estabeleceu que empresas estão proibidas em falar em público sobre a inflação. As autoridades temem que isso leve a um espiral, aprofundando ainda mais a crise. Na avaliação do Banco Mundial, a inflação na China em 2011 ficará em 5%, um ponto porcentual acima da meta.

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