Embaixador brasileiro é levado ao Museu do Holocausto: 'testemunho do que os nazistas fizeram'
No encontro, ministro das Relações Exteriores de Israel afirmou que Lula 'é persona non grata em Israel até que se retrate' pelo que disse no domingo, quando comparou os ataques israelenses em Gaza ao Holocausto
Agência de notícias
Publicado em 19 de fevereiro de 2024 às 10h41.
O ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, filho de sobreviventes do Holocausto, levou o embaixador do Brasil, Federico Mayer, ao memorial do Holocausto de Israel nesta segunda-feira.
A ação foi realizada para repreendê-lo pela declaração feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no domingo, quando ele comparou os ataques israelenses na Faixa de Gaza com o Holocausto.
Diante das câmeras, Katz afirmou que Lula não é bem-vindo em Israel. O presidente, afirmou, tornou-se “persona non grata” no país até que peça desculpas pelo ocorrido. O ministro israelense declarou que a fala do líder brasileiro “é um ataque antissemita grave”, e que não seria esquecida. Ele disse, ainda, que levou Mayer ao memorial do Holocausto porque o local é um testemunho do que os nazistas fizeram aos judeus.
Testemunho
"Eu trouxe você a um lugar que testemunha, mais do que qualquer outra coisa, o que os nazistas e Hitler fizeram aos judeus, incluindo membros da minha família", disse o israelense a Mayer. "A comparação entre a guerra justa de Israel contra o Hamas e as atrocidades de Hitler e dos nazis é uma vergonha".
Katz visitou o museu com o embaixador brasileiro, e mostrou a ele o formulário com os nomes de seus avós, mortos durante a Segunda Guerra Mundial. Na época, a Alemanha nazista exterminou seis milhões de judeus, aproximadamente um terço da população judaica mundial. No domingo, o ministro de Israel já havia afirmado que a fala de Lula “profana a memória daqueles que morreram no Holocausto”.