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Embaixada russa condena prêmio a foto de assassino de embaixador

Em mensagem, a embaixada protestou contra uma decisão "desmoralizante", dizendo que refletia uma "completa decadência da ética e valores morais"

Assassinato do embaixador russo: o júri da competição elogiou a coragem de Burhan Ozbilici, fotojornalista da agência Associated Press (AP), que fez a foto (epo Photos/Sozcu Newspaper/Reuters)
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AFP

Publicado em 14 de fevereiro de 2017 às 17h24.

A embaixada da Rússia em Ancara condenou nesta terça-feira a decisão do World Press Photo de premiar a fotografia mostrando o assassino de seu embaixador em pé perto do corpo da vítima.

Em uma mensagem postada em sua página no Facebook, a embaixada protestou contra uma decisão "desmoralizante", dizendo que refletia uma "completa decadência da ética e valores morais".

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Fazer "propaganda do horror terrorista é inaceitável", acrescentou.

O júri da competição elogiou a coragem de Burhan Ozbilici, fotojornalista da agência Associated Press (AP), que fez a foto em 19 de dezembro no momento em que Mevlüt Mert Altintas, um policial de 22 anos, atirou nove vezes contra o embaixador da Rússia em Ancara, Andreï Karlov, durante a inauguração de uma exposição.

O policial foi morto logo após o ataque, durante o qual gritou "Allah Akbar" (Deus é grande) e afirmou que queria vingar a cidade síria de Aleppo.

"Foi uma decisão muito, muito difícil, mas, no final, sentimos que a imagem do ano era uma imagem explosiva que realmente reflete o ódio de nossa época", explicou Mary F. Calvert, membro do júri, citado em um comunicado.

Contudo, a escolha da foto provocou polêmica entre os membros do júri, segundo revelou o seu presidente, Stuart Franklin, em um artigo publicado pelo jornal britânico The Guardian.

"Esta é a foto de um assassinato, o assassino e a vítima, os dois na mesma imagem, moralmente, isso é tão problemático quanto publicar uma decapitação terrorista", escreveu.

O presidente da Comissão de Assuntos Internacionais do Parlamento russo, Konstantin Kosachev, afirmou que a escolha estava "à margem da moralidade" e questionou "quantos terroristas poderiam ser inspirados por esta foto".

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