"Em nome do povo" será o lema de Le Pen nas eleições francesas
Marine Le Pen lidera o partido de ultra-direita que espera disputar o segundo turno das eleições presidenciais da França
EFE
Publicado em 16 de novembro de 2016 às 14h07.
Paris - A líder do ultradireitista Frente Nacional (FM), Marine le Pen, revelou nesta quarta-feira o slogan escolhido para usar nas eleições presidenciais francesas de 2017: "Em nome do povo".
"Mais do que um slogan, trata-se de uma forma de conduta, de uma profissão de fé. O presidente da República é um mero líder do povo. Por isso, em um momento no qual o povo lhe despreza, quis colocá-lo no centro das atenções", comentou na apresentação em Paris de sua sede de campanha.
Junto ao "Em nome do povo" ("Au nom du peuple", o slogan original em francês), foi apresentado um novo logotipo, uma rosa de cor azul.
"O rosa é símbolo de feminilidade em eleições nas quais serei uma das poucas mulheres candidatas à função suprema. É símbolo do reencontro da natureza com o gênio poético do homem. A rosa azul também é símbolo de que o impossível pode ser possível", sustentou.
A dirigente, cujo partido espera, segundo as pesquisas, que dispute o segundo turno das eleições presidenciais, também fez referência à outra leitura de seu logo.
"Dizem que o rosa simboliza o socialismo e o azul a direita. Nós representamos a união do povo francês, sim, mas fora dos partidos tradicionais. Somos a união dos patriotas", recalcou.
Le Pen, de 48 anos, lembrou como a voz do povo foi ouvida no Reino Unido, em 23 de junho, com o voto favorável a deixar a UE ("Brexit"), e com a inesperada eleição do polêmico Donald Trump como novo presidente dos Estados Unidos.
"Eles mostraram uma evidência. Uma democracia não é feita sem o povo. Não são as multinacionais ou os veículos de imprensa os que decidem pelo povo, mas ele mesmo", afirmou.
Segundo as pesquisas, o ultranacionalista, xenofóbico e antieuropeu Frente Nacional poderia ser o partido mais votado no primeiro turno das eleições, marcados para 23 de abril.
No entanto, se as previsões se cumprirem, seu desafio seria ganhar o segundo turno de 7 de maio, quando hipoteticamente enfrentaria um candidato da centro-direita ou da centro-esquerda, que poderiam se aliar para impedir a eleição de Le Pen.