Em Davos, primeiro-ministro da Espanha pede 'cessar-fogo' global e critica neoliberalismo
Sánchez afirmou que as economias desenvolvidas devem pressionar os países para avançarem em negociações de paz
Agência de notícias
Publicado em 17 de janeiro de 2024 às 15h54.
Última atualização em 17 de janeiro de 2024 às 20h47.
O primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez , clamou por maior intervenção global nas tensões geopolíticas ao redor do mundo, com destaque para os conflitos em Gaza e na Ucrânia, e exigiu um cessar-fogo mundial. Segundo ele, as economias desenvolvidas devem pressionar os países para avançarem em negociações de paz.
"É preciso criar um Estado Palestino, e a comunidade global precisa tratar esta questão com mais respeito", afirmou, ao destacar que uma escalada do conflito coloca em risco toda a cadeia de abastecimento mundial. "A estabilidade do mundo está sendo decidida agora, e não estamos fazendo nada", disse.
O primeiro-ministro também criticou o que ele chamou de "corrente de neoliberalismo ", que ameaça o progresso comum, e precisa ser observada com cautela neste ano, visto que mais da metade da população global vai às urnas em mais de 70 países.
"Políticas neoliberais não funcionam e espanhóis já foram muito penalizados por isso", afirmou, ao reforçar que muitos governantes ainda "não aprenderam" isto. Sánchez disse que governos devem trabalhar junto da iniciativa privada, e que as empresas não se desenvolvem plenamente sem a participação do poder público.
Ele destacou também que o progresso recente feito no desenvolvimento da inteligência artificial é preocupante e não deve ser encarado sem que governos se atentem aos riscos que a tecnologia oferece para a democracia e para a população, sempre levando em conta os impactos a nível mundial. "Os gurus do Vale do Silício não estão interessados no pleno progresso da humanidade", afirmou.