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Eleições americanas: Joe Biden desiste de comícios públicos por pandemia

Em contraste com a estratégia de Trump, o candidato democrata Joe Biden afirmou que vai seguir as ordens médicas e não realizará comícios durante a pandemia

Eleições americanas: Trump foi criticado por realizar um comício em Tulsa em meio à pandemia (Brendan McDermid/File Photo/Reuters)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 1 de julho de 2020 às 07h40.

O candidato do Partido Democrata à eleição presidencial de novembro nos Estados Unidos, Joe Biden , anunciou na terça-feira, 30, que não realizará atos públicos de campanha em razão da pandemia de coronavírus, em contraste com a estratégia de seu rival republicano, o presidente Donald Trump, que ignorou o risco e realizou comícios.

"Vou seguir as ordens dos médicos - não apenas por mim, mas também pelo país - e isso significa que não realizarei nenhum comício", disse Biden, que tem 77 anos, e foi vice-presidente durante os dois mandatos de Barack Obama (2009-2017). "Esta é a campanha mais incomum da história moderna" disse Biden, em uma entrevista coletiva, na qual criticou Trump por sua gestão da crise.

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"O que aconteceu? Agora já é julho e parece que nosso presidente de tempos de guerra se rendeu, agitou a bandeira branca e abandonou o campo de batalha", disse Biden em Wilmington, Delaware. "Donald Trump falhou."

Dez dias atrás, Trump realizou um comício em Tulsa, no Estado de Oklahoma, pelo qual foi duramente criticado, pois o Estado sofre aumento no número de contágios.

À medida que os Estados informam uma explosão de casos de coronavírus, Biden deve intensificar suas críticas à condução da pandemia pelo presidente e detalhar como faria para conter o vírus que já matou pelo menos 128 mil americanos e contaminou 2 6 milhões.

Biden pretende reunir um grande número de propostas que tem formulado desde janeiro, incluindo o fornecimento e testes e tratamentos gratuitos e licença remunerada para as pessoas que precisam ficar em casa sem trabalhar por causa da doença. Tais propostas constam de um documento de campanha que foi obtido pelo jornal The Washington Post.

O documento, na forma de um placar, que a campanha vai promover por redes sociais, busca convencer pessoas em áreas onde Trump está em queda. Nesse placar se inclui "a falta de franqueza do presidente para com a população americana", sua incapacidade de prover testes e tratamentos para a doença e garantir uma boa cadeia logística para equipamentos de proteção, e de não proteger os trabalhadores, os idosos e as pequenas empresas.

Biden enfatizará sua abordagem do problema à medida que as infecções aumentam em todo o país, incluindo Estados como Flórida, Texas e Arizona, onde Trump foi vitorioso em 2016, mas ele espera ser competitivo nas eleições em novembro. Embora o candidato democrata não deva anunciar novas ideias, seu discurso reunirá várias propostas com a intenção de dar uma resposta substancial à pergunta sobre como reagiria a esta crise.

Trump, pelo contrário, tentou recentemente tirar o país do foco do vírus e passou a falar sobre como estimular a recuperação econômica. Tem rejeitado usar máscara em público e realizou dois comícios - duas situações que vão contra a orientação das autoridades de saúde, incluindo as do seu governo.

O presidente também tem feito sugestões não comprovadas e às vezes arriscadas sobre como resolver o problema do coronavírus, promovendo uma droga que agora se acredita ser ineficaz e sugerindo que o vírus poderia ser tratado por meio de uma "injeção" de desinfetante no corpo.

Trump afirmou em um comício que instruiu as autoridades de saúde a "reduzir os testes" de modo a manter mais baixos os números oficiais de infecções no país. Em março, ele disse que não assumia "nenhuma responsabilidade" pelo atraso nas testagens no país.

Na semana passada, Biden atacou a decisão do governo de pedir à Suprema Corte para derrubar o Affordable Care Act dizendo que era um risco para as vidas dos americanos que dependem do seguro-saúde.

Prometendo retomar a economia de modo seguro, Biden tem prometido que contratará pelo menos 100 mil trabalhadores para criar um sistema de vigilância nacional para identificar os focos da doença. Ele também pretende ajudar os idosos e aumentar os benefícios pagos em US$ 200. Mas não explicou como os programas serão financiados. (Com agências internacionais)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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