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Egito: vinte deputados deixam Assembleia em protesto

Mais cedo, a Irmandade Muçulmana disse que faria uma coalizão eleitoral com os salafistas, que adotam uma visão extrema do Islã

Egito comemora um ano da revolta contra Mubarak (Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 4 de abril de 2012 às 23h24.

Cairo - Parlamentares laicos, cristãos e muçulmanos moderados abandonaram em protesto a Assembleia Constitucional do Egito nesta quarta-feira, após o chefe do corpo político ter dito que os trabalhos prosseguirão adiante. Mais cedo, a Irmandade Muçulmana disse que faria uma coalizão eleitoral com os salafistas, que adotam uma visão extrema do Islã, e que um corpo de clérigos terá um papel importante na redação da futura Constituição do Egito. Isso fez com que os parlamentares cristãos, seculares e muçulmanos moderados deixassem a Assembleia em protesto. A aliança política entre a Irmandade e os salafistas têm como objetivo vencer as eleições presidenciais em maio.

Alguns muçulmanos também deixaram a Assembleia em protesto, entre eles um representante da Universidade Al-Azhar do Cairo, além de representantes da comunidade copta cristã do Egito. Cerca de 10% dos 80 milhões de egípcios são cristãos. No total, mais de 20 parlamentares deixaram a Assembleia de 100 deputados. Cerca de 60 deputados são da Irmandade Muçulmana ou ligados aos grupos salafistas.

"O Islã virou apenas o que significa para a Irmandade e os salafistas", disse o deputado muçulmano moderado Ahmed el-Naggar. Os liberais, cristãos e seculares temem que um comitê dominado por islamitas escreva uma Constituição que reflita o Islã e não o conjunto da sociedade egípcia.


"Este é um comitê que foi eleito e formado para trabalhar", disse Saad el-Katatni, chefe do painel e líder da Irmandade Muçulmana. Eles disse que os parlamentares que abandonaram a Assembleia têm até a próxima terça-feira para voltarem e poderão sugerir nomes de outros parlamentares para o comitê. "Nós vamos continuar nesse caminho", afirmou.

Mais cedo, um grupo de clérigos islâmicos ultraconservadores disse que o candidato da Irmandade Muçulmana do Egito prometeu lhes dar poderes para que supervisionem a legislação do país. A Irmandade Muçulmana tenta obter o apoio dos ultraconservadores salafistas, à medida que se aproximam as eleições presidenciais egípcias em maio. O candidato da Irmandade, Khairat El-Shater, quer evitar disputas internas entre os islâmicos e unir todos em uma frente.

Nas eleições parlamentares, os partidos islâmicos ou islâmicos ultraconservadores, como os salafistas, obtiveram quase 70% dos votos. Hoje El-Shater teve uma reunião com um painel de salafistas e outros clérigos muçulmanos, chamado Comissão de Jurisprudência para os Direitos e a Reforma. Segundo os religiosos, El-Shater prometeu que, se eleito presidente, formará um conselho de clérigos para revisar a legislação para garantir que a lei egípcia esteja de acordo com a lei islâmica, a Sharia. As informações são da Associated Press.

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Cairo - Parlamentares laicos, cristãos e muçulmanos moderados abandonaram em protesto a Assembleia Constitucional do Egito nesta quarta-feira, após o chefe do corpo político ter dito que os trabalhos prosseguirão adiante. Mais cedo, a Irmandade Muçulmana disse que faria uma coalizão eleitoral com os salafistas, que adotam uma visão extrema do Islã, e que um corpo de clérigos terá um papel importante na redação da futura Constituição do Egito. Isso fez com que os parlamentares cristãos, seculares e muçulmanos moderados deixassem a Assembleia em protesto. A aliança política entre a Irmandade e os salafistas têm como objetivo vencer as eleições presidenciais em maio.

Alguns muçulmanos também deixaram a Assembleia em protesto, entre eles um representante da Universidade Al-Azhar do Cairo, além de representantes da comunidade copta cristã do Egito. Cerca de 10% dos 80 milhões de egípcios são cristãos. No total, mais de 20 parlamentares deixaram a Assembleia de 100 deputados. Cerca de 60 deputados são da Irmandade Muçulmana ou ligados aos grupos salafistas.

"O Islã virou apenas o que significa para a Irmandade e os salafistas", disse o deputado muçulmano moderado Ahmed el-Naggar. Os liberais, cristãos e seculares temem que um comitê dominado por islamitas escreva uma Constituição que reflita o Islã e não o conjunto da sociedade egípcia.


"Este é um comitê que foi eleito e formado para trabalhar", disse Saad el-Katatni, chefe do painel e líder da Irmandade Muçulmana. Eles disse que os parlamentares que abandonaram a Assembleia têm até a próxima terça-feira para voltarem e poderão sugerir nomes de outros parlamentares para o comitê. "Nós vamos continuar nesse caminho", afirmou.

Mais cedo, um grupo de clérigos islâmicos ultraconservadores disse que o candidato da Irmandade Muçulmana do Egito prometeu lhes dar poderes para que supervisionem a legislação do país. A Irmandade Muçulmana tenta obter o apoio dos ultraconservadores salafistas, à medida que se aproximam as eleições presidenciais egípcias em maio. O candidato da Irmandade, Khairat El-Shater, quer evitar disputas internas entre os islâmicos e unir todos em uma frente.

Nas eleições parlamentares, os partidos islâmicos ou islâmicos ultraconservadores, como os salafistas, obtiveram quase 70% dos votos. Hoje El-Shater teve uma reunião com um painel de salafistas e outros clérigos muçulmanos, chamado Comissão de Jurisprudência para os Direitos e a Reforma. Segundo os religiosos, El-Shater prometeu que, se eleito presidente, formará um conselho de clérigos para revisar a legislação para garantir que a lei egípcia esteja de acordo com a lei islâmica, a Sharia. As informações são da Associated Press.

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