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Egito ratifica acordo polêmico que cede ilhas à Arábia Saudita

O acordo virou um assunto sensível e provocou protestos entre os egípcios irritados com a soberania nacional

Egito: presidente voltou atrás da decisão (Peter Macdiarmid/Getty Images)

Egito: presidente voltou atrás da decisão (Peter Macdiarmid/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 24 de junho de 2017 às 16h48.

Última atualização em 24 de junho de 2017 às 16h51.

Cairo - O presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, ratificou um acordo de demarcação marítima que prevê a cessão da soberania do Egito sobre duas ilhas desabitadas do Mar Vermelho à Arábia Saudita, afirmou o governo neste sábado.

O acordo virou um assunto sensível para al-Sisi, que conta com a Arábia Saudita como aliada-chave, após o acordo alimentar críticas públicas generalizadas e protestos de rua entre os egípcios irritados com a soberania nacional.

Na semana passada, o parlamento egípcio apoiou o plano que cede o controle das ilhas de Tiran e Sanafir para a Arábia Saudita, mas o acordo também se tornou objeto de uma disputa legal sobre jurisdição entre diferentes tribunais.

"O presidente Abdel Fattah al-Sisi ratificou o acordo de demarcação marítima entre a República Árabe do Egito e o Reino da Arábia Saudita", afirmou o comunicado do gabinete.

Nesta semana, o Tribunal Constitucional suspendeu temporariamente as decisões judiciais sobre o acordo até decisão sobre qual instituição teria a palavra final na matéria.

O governo de al-Sisi anunciou no ano passado o acordo marítimo com a Arábia Saudita, um aliado que deu bilhões de dólares de ajuda ao Egito. Os governos egípcio e saudita dizem que as ilhas são sauditas, mas que estão sujeitas à proteção egípcia.

A Arábia Saudita ajudou al-Sisi após a derrubada do presidente Mohamed Mursi, da Irmandade Muçulmana, em 2013.

Mas os egípcios estão aumentando a crítica sobre o estado do renascimento econômico do país, após anos de agitação política e uma desvalorização da libra egípcia, do aumento de impostos e de cortes de subsídios introduzidos pelo governo al-Sisi.

 

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