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Egípcios protestam contra poderes especiais do "faraó" Mursi

A polícia usou gás lacrimogêneo nos arredores da praça Tahrir, epicentro da rebelião que em 2011 derrubou o regime de Hosni Mubarak

Manifestantes no Egito: assessores disseram que o decreto presidencial se destina a acelerar a transição para a democracia (AFP)
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Da Redação

Publicado em 23 de novembro de 2012 às 19h49.

Cairo - Os poderes especiais autoatribuídos pelo presidente do Egito , Mohamed Mursi, despertaram a ira da oposição e motivaram violentos protestos no Cairo e em outras cidades nesta sexta-feira.

A polícia usou gás lacrimogêneo nos arredores da praça Tahrir, epicentro da rebelião que em 2011 derrubou o regime de Hosni Mubarak, onde milhares de pessoas se reuniram exigindo a renúncia de Mursi e o acusando de dar um golpe. Houve protestos violentos também em Alexandria, Port Said e Suez.

Mursi baixou um decreto segundo o qual suas decisões não podem ser contestadas até que um novo Parlamento seja eleito. Críticos disseram que o presidente está usurpando a revolução de 2011 e se tornando um novo Mubarak, ou um "faraó".

"O povo quer derrubar o regime", gritaram os manifestantes na Tahrir, ecoando os slogans anti-Mubarak. "Mubarak, diga a Mursi que a cadeia vem depois do trono", foi outro grito entoado.

Assessores disseram que o decreto presidencial se destina a acelerar a transição para a democracia, atravancada por empecilhos jurídicos.


"Estou por todos os egípcios. Não vou discriminar contra qualquer filho do Egito", disse Mursi, um político de origem islâmica, acrescentando que está tentando estabilizar a economia e a sociedade e estabelecer a alternância de poder.

"A oposição no Egito não me preocupa, mas ela precisa ser real e forte", afirmou, reiterando seu compromisso com a revolução que derrubou Mubarak. "Adiante, sempre adiante (...) para um novo Egito", declarou, num palanque montado em frente ao palácio presidencial.

Animado pelos elogios mundiais depois de mediar uma trégua entre Israel e o Hamas, Mursi determinou na quinta-feira que a atual Assembleia Constituinte, dominada por políticos islâmicos, não pode ser dissolvida por via judicial.

O decreto também concedeu ao presidente o poder de demitir o impopular procurador-geral e abriu caminho para que Mubarak e vários assessores voltem a ser julgados.

O jornal independente Al-Masry al-Youm disse em sua manchete que Mursi virou um "ditador temporário". O político liberal Mohamed ElBaradei, que na noite de quinta-feira aderiu a um apelo de vários políticos pela revogação do decreto, afirmou pelo Twitter que Mursi "virou de ponta-cabeça todos os poderes do Estado e se nomeou o novo faraó do Egito".

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Cairo - Os poderes especiais autoatribuídos pelo presidente do Egito , Mohamed Mursi, despertaram a ira da oposição e motivaram violentos protestos no Cairo e em outras cidades nesta sexta-feira.

A polícia usou gás lacrimogêneo nos arredores da praça Tahrir, epicentro da rebelião que em 2011 derrubou o regime de Hosni Mubarak, onde milhares de pessoas se reuniram exigindo a renúncia de Mursi e o acusando de dar um golpe. Houve protestos violentos também em Alexandria, Port Said e Suez.

Mursi baixou um decreto segundo o qual suas decisões não podem ser contestadas até que um novo Parlamento seja eleito. Críticos disseram que o presidente está usurpando a revolução de 2011 e se tornando um novo Mubarak, ou um "faraó".

"O povo quer derrubar o regime", gritaram os manifestantes na Tahrir, ecoando os slogans anti-Mubarak. "Mubarak, diga a Mursi que a cadeia vem depois do trono", foi outro grito entoado.

Assessores disseram que o decreto presidencial se destina a acelerar a transição para a democracia, atravancada por empecilhos jurídicos.


"Estou por todos os egípcios. Não vou discriminar contra qualquer filho do Egito", disse Mursi, um político de origem islâmica, acrescentando que está tentando estabilizar a economia e a sociedade e estabelecer a alternância de poder.

"A oposição no Egito não me preocupa, mas ela precisa ser real e forte", afirmou, reiterando seu compromisso com a revolução que derrubou Mubarak. "Adiante, sempre adiante (...) para um novo Egito", declarou, num palanque montado em frente ao palácio presidencial.

Animado pelos elogios mundiais depois de mediar uma trégua entre Israel e o Hamas, Mursi determinou na quinta-feira que a atual Assembleia Constituinte, dominada por políticos islâmicos, não pode ser dissolvida por via judicial.

O decreto também concedeu ao presidente o poder de demitir o impopular procurador-geral e abriu caminho para que Mubarak e vários assessores voltem a ser julgados.

O jornal independente Al-Masry al-Youm disse em sua manchete que Mursi virou um "ditador temporário". O político liberal Mohamed ElBaradei, que na noite de quinta-feira aderiu a um apelo de vários políticos pela revogação do decreto, afirmou pelo Twitter que Mursi "virou de ponta-cabeça todos os poderes do Estado e se nomeou o novo faraó do Egito".

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