Egípcias denunciam mais de 250 casos de violência sexual
Mais de 250 casos de violência sexual contra manifestantes egípcias foram registrados entre novembro de 2012 e janeiro de 2014, segundo relatório

Da Redação
Publicado em 16 de abril de 2014 às 13h42.
Cairo - Mais de 250 casos de violência sexual contra manifestantes egípcias foram registrados no país entre novembro de 2012 e janeiro de 2014, segundo um relatório divulgado nesta quarta-feira pela Federação Internacional de Direitos Humanos (FIDH).
A organização denunciou que o assédio sexual é um dos principais obstáculos para a participação das mulheres na transição política do Egito .
Além disso, considerou que os últimos governos não tomaram as medidas necessárias para dar fim à violência contra as egípcias, que continua sendo cometida "impunemente".
Segundo o presidente da FIDH, Karim Lahidji, nenhum dos autores desses crimes "foi resolvido pela Justiça", e o clima de impunidade "contribui para que se repita e se banalize na sociedade a violência contra mulheres".
Os ataques às manifestantes representam a forma "mais visível de um problema sistêmico de longa história", já que as egípcias sofrem assédios físico e verbal na rua, nos meios de transporte, nos locais de trabalho e em outros lugares públicos, apontou a federação.
A organização também criticou que frequentemente se acuse - em todas as esferas sociais, da família às instituições - as vítimas de ter "causado" os incidentes.
A vergonha impede a maioria das assediadas a denunciar os crimes e, quando fazem isso, as autoridades tendem a não acreditar ou minimizar a gravidade dos ataques, acrescentou.
Nesse sentido, a FIDH destacou que, apesar de que a nova Constituição proteja as mulheres da violência, "as autoridades ainda têm um longo caminho a percorrer contra o fenômeno, que tomou proporções de uma epidemia".
A ONU pediu em março ao Egito que vele pela segurança de mulheres e meninas nos espaços públicos, após o caso de uma jovem que foi atacada por um grande grupo de estudantes homens na Universidade do Cairo.
Segundo uma pesquisa do Conselho Nacional da Mulher no Egito, 51,6% das mulheres consultadas admitiram ter sido assediadas verbalmente, 32% disseram ter sido vítimas de atos físicos e, outros 12%, de sequestros e estupros.
Outros estudos sustentam que 90% das egípcias reconheceram ter sido assediadas em público.

2 /15(Getty Images)
- 9 de 987 que concorreram nas eleições de 2012 conseguiram se eleger
- 27,2 milhões de egípcias foram vítimas de mutilação genital
- 99,3% já sofreu assédio sexual
- 37% são analfabetas

3 /15(AHMAD AL-RUBAYE/AFP/Getty Images)
- 72,4% das mulheres nas áres rurais e 64,1% das mulheres nas áreas urbanas precisam pedir permissão aos seus maridos para irem a uma clínica de saúde
- Iraquianas precisam de autorização de um homem para obter passaporte
- Apenas 14,5% das iraquianas adultas têm um emprego

4 /15(Anwar Amro/AFP)
- Apenas 16% das mulheres trabalham
- Mais de 4 mil casos de estupro e mutilação genital contra mulheres foram relatados ao Syrian Network for Human Rights
- Mais de um milhão de mulheres sírias estão refugiadas

5 /15(MOHAMMED HUWAIS/AFP/GettyImages)
- 210 mães morrem a cada 100 mil nascimentos
- 98,9% das mulheres já sofreram com assédio sexual na rua
- 53% das meninas completam os estudos, enquanto a taxa entre os meninos é de 73%

6 /15(ASHRAF SHAZLY/AFP/Getty Images)
- A idade mínima para meninas casarem é de 10 anos
- 730 mulheres morrem para cada 100 mil nascimentos
- Por lei, mulheres podem ser presas por usarem vestido

7 /15(JOSEPH EID/AFP/Getty Images)
- Apenas em 2004 uma mulher conseguiu uma posição ministerial na política
- Mulheres que fazem abortos ilegais (quando não correm risco de morte) podem ser presas por até sete anos
- Uma lei permite que um estuprador evite a prisão caso ele se case com a vítima

8 /15(MAHMUD HAMS/AFP/Getty Images)
- Em Gaza, 51% das mulheres casadas já sofreram abuso doméstico
- Apenas 17% das mulheres têm um emprego
- O direito ao voto veio apenas em 1996

9 /15(PHIL MOORE/AFP/Getty Images)
- Em 2012, 1700 mulheres foram estupradas em campos de refugiados
- 1200 mulheres morrem a cada 100 mil nascimentos
- Apenas 39% têm um emprego. Na região controlada pelo grupo radical islâmico Al Shabaab, elas são proibidas de trabalharem

10 /15(MOHAMMED AL-SHAIKH/AFP/Getty Images)
- Mulheres só ganharam o direito ao voto em 2002
- 30% já sofreu algum tipo de abuso doméstico
- Apenas 40% trabalham

11 /15(ABDELHAK SENNA/AFP/Getty Images)
- Mulheres são condenadas por se separarem de seus maridos
- 56% das mulheres entre 15 e 49 anos são analfabetas
- Nos três primeiros meses de 2008, 17 mil casos de abusos contra mulheres foram denunciados. Em 78,8% deles, o acusado era o próprio marido

12 /15(KARIM JAAFAR/AFP/Getty Images)
- 550 casos de abusos domésticos foram relatados em 2012
- Elas precisam de permissão de seus maridos para dirigir
- 51,8% das mulheres trabalham

13 /15(YASSER AL-ZAYYAT/AFP/Getty Images)
- Não há leis sobre abuso doméstico ou estupro cometido pelo próprio marido
- Em 2005, elas ganharam o direito ao voto
- Elas têm direito a dez semanas de licença quando têm filhos

14 /15(BORIS HORVAT/AFP/Getty Image)
- 20% dos ministérios são femininos, assim como 3% do parlamento
- 50% já sofreu abuso sexual
- 35% está no mercado de trabalho

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