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Duterte xinga bispos das Filipinas por criticarem guerra a drogas

Trata-se do segundo ataque de Duterte à Igreja em dois dias, depois que o presidente chamou sacerdotes e bispos de "hipócritas"

Rodrigo Duterte: "guerra contra as drogas" se deparou com uma forte oposição da Igreja desde os púlpitos (Lean Daval Jr/Reuters)
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EFE

Publicado em 19 de janeiro de 2017 às 09h36.

Manila - O presidente das Filipinas , Rodrigo Duterte, chamou nesta quinta-feira os bispos do país de "filhos da p...", um ataque que acentua sua guerra contra a Igreja Católica pela oposição da instituição a suas políticas e, especialmente, a sua guerra às drogas.

Os bispos filipinos "pediram carros de luxo a Gloria (Macapagal-Arroyo, presidente de 2001 a 2010) quando a polícia mal tinha veículos suficientes", criticou Duterte em discurso televisionado por ocasião da designação de novos cargos da Polícia Nacional (PNP).

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"Se você tem um (Mitsubishi) Pajero, é um filho da p...", continuou o presidente, famoso por sua incontinência verbal, durante a cerimônia no palácio presidencial de Malacañán, diante de centenas de funcionários da PNP.

Rodrigo Duterte pediu aos religiosos respeito à "separação entre Igreja e Estado" que estabelece a Constituição e também os acusou em seu discurso de hoje de encobrir casos de abuso de menores e de práticas "homossexuais".

Trata-se do segundo ataque de Duterte à Igreja em apenas dois dias, depois que na quarta-feira o presidente chamou de "hipócritas" sacerdotes e bispos e os convidou, em tom sarcástico, a provar o "shabu", o tipo de metanfetamina mais popular do país, por se oporem a sua polêmica campanha antinarcóticos.

A "guerra contra as drogas", que causou mais de 6.200 mortos desde junho pelas mãos de policiais e de milícias populares, se deparou com uma forte oposição da Igreja desde os púlpitos e através de outras campanhas, como a colocação de cartazes de protesto nas paróquias.

Outra frente na disputa aberta entre governo e Igreja é a política de planejamento familiar de Duterte, que inclui, entre outras medidas, a distribuição de preservativos nas escolas para combater o alarmante aumento da propagação do HIV e as frequentes gestações indesejadas.

Tanto os clérigos como os políticos católicos mais conservadores se opuseram ferozmente a esta estratégia ao considerar que a mesma fomenta a promiscuidade.

Seu ataque contra a Igreja filipina chega um dia depois que Duterte enviou uma carta de agradecimento ao papa Francisco por sua visita ao país em janeiro de 2015.

A carta do presidente, que após aquela visita também chamou de "filho da p..." o pontífice por ter contribuído para alterar o trânsito durante sua estadia, foi entregue ontem em Roma por um representante oficial do governo filipino.

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