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Dizendo estar bem, Trump minimiza pandemia e sofre penalidades nas redes

Ainda com Covid-19 e isolado na Casa Branca, Trump tweetou que se sente bem e comparou a pandemia da doença a gripes comuns, que matam muito menos

Donald Trump: redes sociais penalizam presidente americano por postar informações incorretas sobre a Covid-19 (Alex Brandon-Pool/Getty Images)
FS

Fabiane Stefano

Publicado em 6 de outubro de 2020 às 18h25.

O Facebook e o Twitter penalizaram publicações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, nesta terça-feira (6), por minimizarem os perigos da covid-19.Um dia depois de receber alta do hospital onde foi internado com covid-19, Trump usou as duas redes sociais para dizer que " A temporada de gripe está chegando! "

"Vamos fechar nosso país? Não, aprendemos a conviver com ela, assim como estamos aprendendo a conviver com a covid, que na maioria das populações é muito menos letal", acrescentou o presidente, que foi visto com dificuldade para respirar após ter deixado o hospital.

Com mais de 210.000 mortos nos últimos sete meses, a covid-19 caminha para ser a terceira causa de morte nos Estados Unidos este ano. A gripe sazonal causou, entretanto, entre 22 mil e 51 mil mortes anuais nos últimos cinco anos.

O Facebook excluiu a publicação de Trump. " Removemos informações incorretas sobre a gravidade da covid-19, por isso removemos sua postagem ", disse a rede social à AFP. Já o Twitter manteve o tuíte, mas incluiu uma mensagem indicando que Trump estava infringindo as regras sobre "informações enganosas e potencialmente perigosas relacionadas à covid-19" e adicionou um link com informações confiáveis.

Depois de deixar o hospital na segunda-feira, onde recebeu tratamento para combater o coronavírus durante três dias, Trump tirou a máscara assim que chegou à Casa Branca e prometeu voltar rapidamente à campanha para as eleições de 3 de novembro. Pouco antes, ele tuitou que os americanos não deveriam temer o vírus.

Em agosto, o Facebook já havia retirado do ar um vídeo do presidente em que ele afirmava que as crianças "são quase imunes" ao vírus, informação que a rede social descreveu como "desinformação prejudicial sobre a covid". A rede social enfrenta pressões para impedir a difusão de informações falsas e, ao mesmo tempo, é acusado de silenciar pontos de vista ao solicitar a publicação de informações verdadeiras.

16 pontos atrás de Biden

A campanha de Trump o apresenta como um "guerreiro", mas sua reeleição é incerta. Enquanto Trump tuíta da Casa Branca, Biden continua percorrendo o país em busca de votos: nesta terça, está previsto para falar em Gettysburg, Pensilvânia. Além disso, as pesquisas de opinião pública são favoráveis ao democrata.

De acordo com a última pesquisa CNN/SSRS divulgada na manhã desta terça-feira, Biden aparece agora 16 pontos à frente de Trump (57% contra 41% das intenções de voto). Outra pesquisa da NBC/WSJ divulgada no domingo estabeleceu uma diferença de 14 pontos em relação ao seu rival republicano (53% a 39%).

Biden tem ainda uma pequena vantagem sobre Trump na maioria dos estados considerados "campos de batalha" nesta eleição, cruciais para ganhar a disputa.

 

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