Disputas territoriais na Ásia remontam à Segunda Guerra
"A Europa superou mais ou menos a herança da Guerra Fria, que ainda é visível na Ásia", disse Takashi Terada, professor na Universidade Doshisha de Kioto
Da Redação
Publicado em 15 de agosto de 2012 às 15h05.
Tóquio - Quase sete décadas depois da capitulação japonesa, as iminentes mudanças de liderança política no nordeste da Ásia alimentam disputas territoriais que remontam à Segunda Guerra Mundial, um conflito em que o pano de fundo continua sem solução, segundo analistas.
Coincidindo com o 67º aniversário do término da Segunda Guerra Mundial no Pacífico, que significou o fim da ocupação japonesa em boa parte de Ásia, China e Coreia do Sul pediram novamente a Tóquio que reconheça os crimes cometidos durante este período e previamente.
Os dois países também enfatizaram suas exigências territoriais sobre uma série de ilhas reivindicadas pelo Japão, aproveitando-se, segundo analistas, da confusão política em Tóquio, onde a impopularidade do primeiro-ministro Yoshihiko Noda poderia desencadear eleições gerais até o fim do ano.
Enquanto na Europa a queda do Muro de Berlim encerrou as divisões da Guerra Fria, na Ásia a página ainda não foi virada, sustenta Takashi Terada, professor de política internacional na Universidade Doshisha de Kioto, no Japão.
"A Europa superou mais ou menos a herança da Guerra Fria, que ainda é visível na Ásia", disse à AFP.
"Muitas disputas territoriais permaneceram não resolvidas, porque a região simplesmente adiou as decisões difíceis", acrescenta.
Jia Qingguo, professor na Escola de Estudos Internacionais da Universidade de Pequim, disse que as próximas mudanças na dirigência política chinesa e sul-coreana estão reabrindo as velhas feridas.
Neste ano estão previstas na Coreia do Sul eleições gerais, e Pequim está se preparando para renovar no outono sua cúpula política, com a saída do presidente Hu Jintao, do primeiro-ministro Wen Jiabao e de outros dirigentes do Partido Comunista.
Com estas mudanças domésticas, "é mais difícil que os dois governos tirem importância das questões territoriais", explica Jia. "Então precisam agir firmemente".
O professor assistente da Universidade Chinesa de Hong Kong Wan Yu concorda: "Durante todo este período, todos os políticos devem ser falcões, têm que demonstrar aos seus apoios internos que não admitirão nenhum compromisso com uma força estrangeira".
Pequim e Tóquio exigem a soberania de uma rede de ilhas desabitadas, mas ricas em recursos naturais, situadas a menos de 200 km da costa de Taiwan.
O Japão controla as ilhas Senkaku, mas a China mantém sua reivindicação sobre o arquipélago, palco de confrontos regulares entre a guarda-costeira japonesa e pesqueiros chineses.
Por sua vez, a disputa latente de Tóquio com Seul pelo controle das ilhas a meio caminho entre os dois países foi reavivado na semana passada, quando o presidente sul-coreano, Lee Myung-Bak, visitou o arquipélago conhecido como Dokdo em coreano e Takeshima em japonês.
Em resposta, Tóquio chamou para consultas seu embaixador, mas Lee marcou pontos quando disse que o imperador do Japão Akihito deveria se desculpar pelos crimes cometidos por seu país se quisesse visitar a Coreia do Sul.
A tensão subiu ainda mais nesta quarta-feira com a visita de dois ministros japoneses ao santuário de Yasukuni, levantado em homenagem a 2,5 milhões de mortos, incluindo 14 criminosos de guerra japoneses.
Tóquio - Quase sete décadas depois da capitulação japonesa, as iminentes mudanças de liderança política no nordeste da Ásia alimentam disputas territoriais que remontam à Segunda Guerra Mundial, um conflito em que o pano de fundo continua sem solução, segundo analistas.
Coincidindo com o 67º aniversário do término da Segunda Guerra Mundial no Pacífico, que significou o fim da ocupação japonesa em boa parte de Ásia, China e Coreia do Sul pediram novamente a Tóquio que reconheça os crimes cometidos durante este período e previamente.
Os dois países também enfatizaram suas exigências territoriais sobre uma série de ilhas reivindicadas pelo Japão, aproveitando-se, segundo analistas, da confusão política em Tóquio, onde a impopularidade do primeiro-ministro Yoshihiko Noda poderia desencadear eleições gerais até o fim do ano.
Enquanto na Europa a queda do Muro de Berlim encerrou as divisões da Guerra Fria, na Ásia a página ainda não foi virada, sustenta Takashi Terada, professor de política internacional na Universidade Doshisha de Kioto, no Japão.
"A Europa superou mais ou menos a herança da Guerra Fria, que ainda é visível na Ásia", disse à AFP.
"Muitas disputas territoriais permaneceram não resolvidas, porque a região simplesmente adiou as decisões difíceis", acrescenta.
Jia Qingguo, professor na Escola de Estudos Internacionais da Universidade de Pequim, disse que as próximas mudanças na dirigência política chinesa e sul-coreana estão reabrindo as velhas feridas.
Neste ano estão previstas na Coreia do Sul eleições gerais, e Pequim está se preparando para renovar no outono sua cúpula política, com a saída do presidente Hu Jintao, do primeiro-ministro Wen Jiabao e de outros dirigentes do Partido Comunista.
Com estas mudanças domésticas, "é mais difícil que os dois governos tirem importância das questões territoriais", explica Jia. "Então precisam agir firmemente".
O professor assistente da Universidade Chinesa de Hong Kong Wan Yu concorda: "Durante todo este período, todos os políticos devem ser falcões, têm que demonstrar aos seus apoios internos que não admitirão nenhum compromisso com uma força estrangeira".
Pequim e Tóquio exigem a soberania de uma rede de ilhas desabitadas, mas ricas em recursos naturais, situadas a menos de 200 km da costa de Taiwan.
O Japão controla as ilhas Senkaku, mas a China mantém sua reivindicação sobre o arquipélago, palco de confrontos regulares entre a guarda-costeira japonesa e pesqueiros chineses.
Por sua vez, a disputa latente de Tóquio com Seul pelo controle das ilhas a meio caminho entre os dois países foi reavivado na semana passada, quando o presidente sul-coreano, Lee Myung-Bak, visitou o arquipélago conhecido como Dokdo em coreano e Takeshima em japonês.
Em resposta, Tóquio chamou para consultas seu embaixador, mas Lee marcou pontos quando disse que o imperador do Japão Akihito deveria se desculpar pelos crimes cometidos por seu país se quisesse visitar a Coreia do Sul.
A tensão subiu ainda mais nesta quarta-feira com a visita de dois ministros japoneses ao santuário de Yasukuni, levantado em homenagem a 2,5 milhões de mortos, incluindo 14 criminosos de guerra japoneses.