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Disputa por liderança do FMI entra na última semana

Christine Lagarde, ministra francesa da Economia, desponta como favorita

EUA e Japão devem manter apoio à candidatura de Christine Lagarde (Khaled Desouki/AFP)
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Da Redação

Publicado em 27 de junho de 2011 às 17h11.

Washington - O processo de seleção do próximo diretor do Fundo Monetário Internacional (FMI) entra em sua semana decisiva, com a francesa Christine Lagarde como favorita, apesar dos apoios de última hora recebidos por seu rival, o mexicano Agustín Carstens.

Nesta segunda-feira, o presidente do Banco Central da China, Zhou Xiaochuan, deu seu apoio explícito à francesa, garantindo assim o voto daquele que será o terceiro país com maior peso no FMI após a nova repartição de cotas.

No final de semana, Canadá e Austrália, membros do G20, anunciaram conjuntamente seu apoio a Carstens, o que revitalizou a candidatura do mexicano, mas não o suficiente para reverter o equilíbrio de forças dentro do organismo internacional.

Apesar dos discursos e chamadas por um FMI mais representativo, o sistema de cotas de voto segue inclinando a balança a favor das economias avançadas.

Tanto os Estados Unidos, país com maior cota de votos com 16,8%, como o Japão, o segundo com 6,25%, não anunciaram seu apoio. No entanto, tudo parece indicar que manterão o respaldo à candidatura europeia, que conta com cerca de 40% da parcela de votos.

O Conselho Executivo, principal órgão do FMI formado por 24 membros que representam países ou grupos de países, deve se reunir na terça-feira para "analisar os pontos fortes" de Lagarde e Carstens. A data limite para anunciar o próximo diretor-gerente do Fundo expira na quinta-feira, 30 de junho.

Na semana passada, os candidatos foram entrevistados em Washington pelo Conselho Executivo do FMI quando expuseram suas intenções como possíveis sucessores do francês Dominique Strauss-Kahn, que renunciou no último mês de maio após ser acusado de tentativa de estupro em Nova York.

Lagarde, da Economia da França e candidata da "tradição", conta com o respaldo da União Europeia (UE), de grande parte do continente africano e de países como Indonésia, Egito e Coreia do Sul.

Durante seu discurso, a ministra francesa afirmou sua intenção que o FMI seja "mais receptivo, certamente mais efetivo e mais legítimo", descartando uma suposta complacência ou conflito de interesses provocados por sua origem europeia, em um momento no qual o continente enfrenta uma difícil situação econômica com Irlanda, Portugal e Grécia dependentes de pacotes de ajuda financeira internacional.

"Não evitarei a sinceridade e a mão dura em minhas discussões com os líderes europeus, muito pelo contrário", declarou Lagarde.

Por sua vez, Carstens, atual presidente do Banco Central do México, defendeu sua candidatura como a dos "mercados emergentes" e reiterou a necessidade do FMI de romper a tradição que todos os diretores do Fundo sejam europeus.

O mexicano criticou o excesso de representatividade da Europa na instituição multilateral e ressaltou que o FMI necessita do "olhar fresco" dos mercados emergentes para "não perder sua legitimidade".

No entanto, a candidatura de Carstens, que assim como Lagarde embarcou em uma viagem mundial para obter apoios, não conseguiu o compromisso explícito das grandes economias emergentes, como China e Índia, mas sim da grande maioria de países latino-americanos.

O Brasil, no entanto, evitou respaldar publicamente o mexicano, mas nos últimos dias funcionários deixaram entrever a possibilidade de o país votar em Carstens.

A tradição de um europeu dirigir o FMI remonta à época de sua criação, na conferência de Bretton Woods, em 1945, quando foi criada também sua instituição irmã, o Banco Mundial.

Na ocasião, as grandes potências econômicas do mundo acordaram um pacto de cavalheiros, mantido durante os 65 anos de existência, que deixou a direção do Banco Mundial para um americano.

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Washington - O processo de seleção do próximo diretor do Fundo Monetário Internacional (FMI) entra em sua semana decisiva, com a francesa Christine Lagarde como favorita, apesar dos apoios de última hora recebidos por seu rival, o mexicano Agustín Carstens.

Nesta segunda-feira, o presidente do Banco Central da China, Zhou Xiaochuan, deu seu apoio explícito à francesa, garantindo assim o voto daquele que será o terceiro país com maior peso no FMI após a nova repartição de cotas.

No final de semana, Canadá e Austrália, membros do G20, anunciaram conjuntamente seu apoio a Carstens, o que revitalizou a candidatura do mexicano, mas não o suficiente para reverter o equilíbrio de forças dentro do organismo internacional.

Apesar dos discursos e chamadas por um FMI mais representativo, o sistema de cotas de voto segue inclinando a balança a favor das economias avançadas.

Tanto os Estados Unidos, país com maior cota de votos com 16,8%, como o Japão, o segundo com 6,25%, não anunciaram seu apoio. No entanto, tudo parece indicar que manterão o respaldo à candidatura europeia, que conta com cerca de 40% da parcela de votos.

O Conselho Executivo, principal órgão do FMI formado por 24 membros que representam países ou grupos de países, deve se reunir na terça-feira para "analisar os pontos fortes" de Lagarde e Carstens. A data limite para anunciar o próximo diretor-gerente do Fundo expira na quinta-feira, 30 de junho.

Na semana passada, os candidatos foram entrevistados em Washington pelo Conselho Executivo do FMI quando expuseram suas intenções como possíveis sucessores do francês Dominique Strauss-Kahn, que renunciou no último mês de maio após ser acusado de tentativa de estupro em Nova York.

Lagarde, da Economia da França e candidata da "tradição", conta com o respaldo da União Europeia (UE), de grande parte do continente africano e de países como Indonésia, Egito e Coreia do Sul.

Durante seu discurso, a ministra francesa afirmou sua intenção que o FMI seja "mais receptivo, certamente mais efetivo e mais legítimo", descartando uma suposta complacência ou conflito de interesses provocados por sua origem europeia, em um momento no qual o continente enfrenta uma difícil situação econômica com Irlanda, Portugal e Grécia dependentes de pacotes de ajuda financeira internacional.

"Não evitarei a sinceridade e a mão dura em minhas discussões com os líderes europeus, muito pelo contrário", declarou Lagarde.

Por sua vez, Carstens, atual presidente do Banco Central do México, defendeu sua candidatura como a dos "mercados emergentes" e reiterou a necessidade do FMI de romper a tradição que todos os diretores do Fundo sejam europeus.

O mexicano criticou o excesso de representatividade da Europa na instituição multilateral e ressaltou que o FMI necessita do "olhar fresco" dos mercados emergentes para "não perder sua legitimidade".

No entanto, a candidatura de Carstens, que assim como Lagarde embarcou em uma viagem mundial para obter apoios, não conseguiu o compromisso explícito das grandes economias emergentes, como China e Índia, mas sim da grande maioria de países latino-americanos.

O Brasil, no entanto, evitou respaldar publicamente o mexicano, mas nos últimos dias funcionários deixaram entrever a possibilidade de o país votar em Carstens.

A tradição de um europeu dirigir o FMI remonta à época de sua criação, na conferência de Bretton Woods, em 1945, quando foi criada também sua instituição irmã, o Banco Mundial.

Na ocasião, as grandes potências econômicas do mundo acordaram um pacto de cavalheiros, mantido durante os 65 anos de existência, que deixou a direção do Banco Mundial para um americano.

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