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Direitos da mulher têm sido reduzidos e limitados, diz Guterres

O chefe da ONU insistiu que "os direitos das mulheres, que nunca foram iguais aos dos homens em nenhum continente, estão diminuindo ainda mais"

António Guterres: agora devemos passar das aspirações à ação", afirmou (Denis Balibouse/Reuters)

António Guterres: agora devemos passar das aspirações à ação", afirmou (Denis Balibouse/Reuters)

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EFE

Publicado em 8 de março de 2017 às 15h08.

Última atualização em 8 de março de 2017 às 15h09.

Nações Unidas - O secretário-geral da ONU, António Guterres, alertou nesta quarta-feira sobre um aumento da discriminação contra a mulher no mundo e denunciou o uso de tradições e religião para restringir seus direitos e defender práticas misóginas.

"Os direitos da mulher são direitos humanos. No entanto, nestes tempos tão difíceis, à medida que nosso mundo se volta mais imprevisível e caótico, os direitos das mulheres e as meninas são reduzidos, limitados e revogados", disse Guterres em sua mensagem por causa do Dia Internacional da Mulher.

O chefe das Nações Unidas insistiu que "os direitos das mulheres, que nunca foram iguais aos dos homens em nenhum continente, estão diminuindo ainda mais".

Guterres destacou que o "direito da mulher sobre seu próprio corpo está sendo questionado e solapado" e que as mulheres "são sistematicamente alvo de intimidação e assédio tanto no ciberespaço como na vida real".

"Nos piores casos, os extremistas e os terroristas constroem suas ideologias em torno da dominação das mulheres e das meninas, as usam como alvo da violência sexual e por razão de gênero, as submetem a casamentos forçados e fazem viver praticamente em condições de escravidão", apontou.

O diplomata português assegurou que "no mundo todo, a tradição, os valores culturais e a religião são utilizadas indevidamente para restringir os direitos das mulheres, garantir o sexismo e defender as práticas misóginas".

Guterres, cuja mensagem em vídeo foi projetada ao início do ato central com o qual a ONU celebra este 8 de março, chamou além disso a atenção sobre o aumento da disparidade econômica entre gêneros como consequência "de atitudes antiquadas e de um machismo enraizado".

"Devemos mudar essa situação empoderando as mulheres em todos os níveis, permitindo que sua voz seja ouvida e permitindo também o controle sobre suas próprias vidas e o futuro de nosso mundo", insistiu.

O chefe da ONU reiterou sua intenção de trabalhar para conseguir a paridade entre os gêneros na organização, um dos elementos centrais de sua campanha para o cargo.

"As metas anteriores não foram cumpridas. Agora devemos passar das aspirações à ação", afirmou.

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