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Diário revela detalhes do dia a dia de líderes nazistas

Os diários já haviam sido descobertos em 1991 na Rússia, onde estão arquivados mais de 2,5 milhões de documentos da Wehrmacht, o exército da Alemanha nazista

Himmler: os diários já haviam sido descobertos em 1991 na Rússia, onde estão arquivados mais de 2,5 milhões de documentos da Wehrmacht, o exército da Alemanha nazista (Divulgação / Wikpedia)
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Da Redação

Publicado em 4 de agosto de 2016 às 13h22.

Jantares, família, discursos e visitas aos campos da morte... O diário de Heinrich Himmler, publicado durante toda a semana pelo jornal alemão Bild, revela detalhes chocantes do cotidiano de um dos principais responsáveis pelo Holocausto.

As notas datilografadas, encontradas na Rússia em 2013, descrevem a atividade frenética, às vezes a cada 15 minutos, de um dos líderes nazistas mais próximos de Adolf Hitler e um dos planejadores do extermínio dos judeus.

"Os documentos ajudam a ordenar de maneira mais clara os fatos e a entender quem participou das decisões do regime", explicou à AFP Matthias Uhl, pesquisador do Instituto Histórico Alemão de Moscou, que trabalha com os documentos.

"Agora podemos dizer exatamente com que pessoa Himmler se reuniu a cada dia, onde estava, quem eram seus colaboradores mais próximos", disse Uhl.

Os textos, encontrados nos arquivos do ministério da Defesa russo, cobrem os anos 1938, 1943 e 1944. O instituto alemão quer publicar uma versão com notas no fim de 2017 ou início de 2018.

Os diários de 1941 e 1942 já haviam sido descobertos em 1991 na Rússia, onde estão arquivados mais de 2,5 milhões de documentos da Wehrmacht, o exército da Alemanha nazista.

"Ficamos surpresos com a necessidade de Himmler de se envolver em cada pequeno detalhe", disse Uhl.

Graças a estes documentos, descobrimos que este homem que orquestrava o horror nazista era um homem familiar.

No dia 3 de janeiro de 1943, Himmler fez uma massagem terapêutica, participou de várias reuniões, telefonou para sua mulher e filha, antes de ordenar, por volta da meia-noite, a morte de várias famílias polonesas.

"O número de contatos, assim como as tentativas de Himmler de aumentar sua influência, graças às SS, nas principais instâncias do partido, do Estado e do exército são impressionantes", comentou Uhl.

Segundo o Bild, Himmler se reuniu com mais de 1.600 pessoas entre 1943 e 1945. "Tentou, durante a guerra, estender seu poder", explicou o historiador.

Os secretários de Himmler também anotavam suas frequentes visitas aos campos. No dia 10 de março de 1938, um dia após uma visita a Dachau, Himmler vai a Sachsenhausen, nos arredores de Berlim, com o responsável de propaganda nazista, Joseph Goebbels. No dia 12 de fevereiro, inspeciona o campo de extermínio de Sobibor.

"Himmler queria ter uma demonstração da 'eficácia' do extermínio com gás", escreveu o jornal alemão.

Nos trechos publicados, também figuram aspectos de sua vida privada, como no dia 3 de março de 1943, quando depois de uma série de encontros e reuniões terminou seu dia "olhando as estrelas" de 00h00 à 00h15.

"O homem que planejou o Holocausto organizava sua vida de forma obsessiva. Entre o gás, as ordens de execução e as milhares de reuniões, se dedicava a sua família, a sua amante e a seus passatempos", acrescentou o Bild.

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Jantares, família, discursos e visitas aos campos da morte... O diário de Heinrich Himmler, publicado durante toda a semana pelo jornal alemão Bild, revela detalhes chocantes do cotidiano de um dos principais responsáveis pelo Holocausto.

As notas datilografadas, encontradas na Rússia em 2013, descrevem a atividade frenética, às vezes a cada 15 minutos, de um dos líderes nazistas mais próximos de Adolf Hitler e um dos planejadores do extermínio dos judeus.

"Os documentos ajudam a ordenar de maneira mais clara os fatos e a entender quem participou das decisões do regime", explicou à AFP Matthias Uhl, pesquisador do Instituto Histórico Alemão de Moscou, que trabalha com os documentos.

"Agora podemos dizer exatamente com que pessoa Himmler se reuniu a cada dia, onde estava, quem eram seus colaboradores mais próximos", disse Uhl.

Os textos, encontrados nos arquivos do ministério da Defesa russo, cobrem os anos 1938, 1943 e 1944. O instituto alemão quer publicar uma versão com notas no fim de 2017 ou início de 2018.

Os diários de 1941 e 1942 já haviam sido descobertos em 1991 na Rússia, onde estão arquivados mais de 2,5 milhões de documentos da Wehrmacht, o exército da Alemanha nazista.

"Ficamos surpresos com a necessidade de Himmler de se envolver em cada pequeno detalhe", disse Uhl.

Graças a estes documentos, descobrimos que este homem que orquestrava o horror nazista era um homem familiar.

No dia 3 de janeiro de 1943, Himmler fez uma massagem terapêutica, participou de várias reuniões, telefonou para sua mulher e filha, antes de ordenar, por volta da meia-noite, a morte de várias famílias polonesas.

"O número de contatos, assim como as tentativas de Himmler de aumentar sua influência, graças às SS, nas principais instâncias do partido, do Estado e do exército são impressionantes", comentou Uhl.

Segundo o Bild, Himmler se reuniu com mais de 1.600 pessoas entre 1943 e 1945. "Tentou, durante a guerra, estender seu poder", explicou o historiador.

Os secretários de Himmler também anotavam suas frequentes visitas aos campos. No dia 10 de março de 1938, um dia após uma visita a Dachau, Himmler vai a Sachsenhausen, nos arredores de Berlim, com o responsável de propaganda nazista, Joseph Goebbels. No dia 12 de fevereiro, inspeciona o campo de extermínio de Sobibor.

"Himmler queria ter uma demonstração da 'eficácia' do extermínio com gás", escreveu o jornal alemão.

Nos trechos publicados, também figuram aspectos de sua vida privada, como no dia 3 de março de 1943, quando depois de uma série de encontros e reuniões terminou seu dia "olhando as estrelas" de 00h00 à 00h15.

"O homem que planejou o Holocausto organizava sua vida de forma obsessiva. Entre o gás, as ordens de execução e as milhares de reuniões, se dedicava a sua família, a sua amante e a seus passatempos", acrescentou o Bild.

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