"Dia da Raiva" global é pacífico na maioria dos países
Cerca de 250 manifestantes montaram acampamento diante da Catedral de São Paulo
Da Redação
Publicado em 16 de outubro de 2011 às 10h11.
Londres - A ressaca do "Dia da Raiva" global contra banqueiros e políticos foi tranquila para a maioria no domingo, depois de protestos pacíficos no sábado em todos os países, exceto na Itália.
Cidades do leste da Ásia até a Europa e América do Norte tiveram comícios no sábado, protestando contra o capitalismo, a desigualdade e a crise econômica, mas episódios violentos só ocorreram em Roma.
A cidade foi limpa no domingo, um dia depois de manifestantes armados e mascarados do grupo "Black Bloc" incendiarem carros, atirarem pedras e atacarem bancos. "Ontem nós mostramos ao mundo mais uma vez a anomalia da Itália e hoje, novamente, temos de sentir vergonha," disse o jornal La Stampa.
O prefeito Gianni Alemanno disse que a capital sofreria o "dano moral" do vandalismo.
Milhares de cidadãos também indignados protestaram pacificamente contra o governo da Itália, um país profundamente endividado. Dezenas de milhares também protestaram em Lisboa e Madri, embora em número menor.
"As pessoas não querem se envolver. Eles preferem assistir na TV," disse Troy Simmons, de 47 anos, durante o protesto "Occupy Wall Street" em Nova York, que inspirou o movimento mundial.
Em Nova York, algumas dezenas foram presas por delitos menores. Outras cidades dos Estados Unidos e do Canadá tiveram manifestações modestas e pacíficas.
"Eu vou começar a minha vida adulta em dívida, o que não é justo," disse o estudante de Nathaniel Brown, em Washington.
"Milhões de adolescentes de todo o país vão começar o seu futuro com dívidas, enquanto todas essas empresas estão recebendo dinheiro o tempo todo e nós não recebemos nada", completou o estudante
Acampamento na Catedral
Cerca de 250 manifestantes montaram acampamento diante da Catedral de São Paulo, próximo ao centro financeiro de Londres, prometendo permanecer no local para mostrar sua revolta com a crise econômica global.
O grupo já havia tentado ocupar uma área em frente à Bolsa de Londres, no sábado. Depois de ter o plano frustrado pela polícia, o grupo montou até 70 barracas diante da catedral. Alguns disseram que iriam ficar lá por tempo indeterminado.
"As pessoas estão dizendo basta, queremos uma democracia real, não uma que seja baseada nos interesses de grandes empresas e do sistema bancário," disse a manifestante Jane McIntyre durante o protesto.
O ministro das Relações Exteriores britânico, William Hague, disse compreender a revolta.
"É verdade que muitas coisas devem ser enfrentadas no mundo ocidental e tem havido muitas dívidas construídas pelos estados e, claramente, no sistema bancário muita coisa saiu errada", ele disse ao canal de TV britânico BBC.
"No entanto, o protesto não será a resposta para isso. A resposta será o controle de suas dívidas e déficits pelo governo. Eu sinto que os protestos nas ruas não vão resolver o problema".
"Nós apoiamos o direito a protestos pacíficos. É muito importante que esses protestos permaneçam pacíficos", acrescentou Hague.
Asiáticos
A região da Ásia-Pacífico também contou com manifestações, no sábado, embora menos expressivas. Centenas de manifestantes se reuniram no Japão e em todo o Sudeste Asiático. Na Cingapura, não ocorreram manifestações, apesar da chamada para a marcha no país.
Em uma região onde muitos países ainda estão crescendo, as queixas dos manifestantes tinham pouco a ver com a crise econômica na Europa e América do Norte.
"Anticapitalismo não é a minha causa, mas o antiautoritarismo é definitivamente a minha causa e, como cidadãos, viemos aqui para defender os nossos direitos," disse o professor Wong Chin Huat, de 38 anos, em um pequeno protesto em Kuala Lumpur.
Em Tóquio, muitos se reuniram para reclamar sobre o vazamento da usina nuclear de Fukushima, sete meses após terremoto e o tsunami.
Londres - A ressaca do "Dia da Raiva" global contra banqueiros e políticos foi tranquila para a maioria no domingo, depois de protestos pacíficos no sábado em todos os países, exceto na Itália.
Cidades do leste da Ásia até a Europa e América do Norte tiveram comícios no sábado, protestando contra o capitalismo, a desigualdade e a crise econômica, mas episódios violentos só ocorreram em Roma.
A cidade foi limpa no domingo, um dia depois de manifestantes armados e mascarados do grupo "Black Bloc" incendiarem carros, atirarem pedras e atacarem bancos. "Ontem nós mostramos ao mundo mais uma vez a anomalia da Itália e hoje, novamente, temos de sentir vergonha," disse o jornal La Stampa.
O prefeito Gianni Alemanno disse que a capital sofreria o "dano moral" do vandalismo.
Milhares de cidadãos também indignados protestaram pacificamente contra o governo da Itália, um país profundamente endividado. Dezenas de milhares também protestaram em Lisboa e Madri, embora em número menor.
"As pessoas não querem se envolver. Eles preferem assistir na TV," disse Troy Simmons, de 47 anos, durante o protesto "Occupy Wall Street" em Nova York, que inspirou o movimento mundial.
Em Nova York, algumas dezenas foram presas por delitos menores. Outras cidades dos Estados Unidos e do Canadá tiveram manifestações modestas e pacíficas.
"Eu vou começar a minha vida adulta em dívida, o que não é justo," disse o estudante de Nathaniel Brown, em Washington.
"Milhões de adolescentes de todo o país vão começar o seu futuro com dívidas, enquanto todas essas empresas estão recebendo dinheiro o tempo todo e nós não recebemos nada", completou o estudante
Acampamento na Catedral
Cerca de 250 manifestantes montaram acampamento diante da Catedral de São Paulo, próximo ao centro financeiro de Londres, prometendo permanecer no local para mostrar sua revolta com a crise econômica global.
O grupo já havia tentado ocupar uma área em frente à Bolsa de Londres, no sábado. Depois de ter o plano frustrado pela polícia, o grupo montou até 70 barracas diante da catedral. Alguns disseram que iriam ficar lá por tempo indeterminado.
"As pessoas estão dizendo basta, queremos uma democracia real, não uma que seja baseada nos interesses de grandes empresas e do sistema bancário," disse a manifestante Jane McIntyre durante o protesto.
O ministro das Relações Exteriores britânico, William Hague, disse compreender a revolta.
"É verdade que muitas coisas devem ser enfrentadas no mundo ocidental e tem havido muitas dívidas construídas pelos estados e, claramente, no sistema bancário muita coisa saiu errada", ele disse ao canal de TV britânico BBC.
"No entanto, o protesto não será a resposta para isso. A resposta será o controle de suas dívidas e déficits pelo governo. Eu sinto que os protestos nas ruas não vão resolver o problema".
"Nós apoiamos o direito a protestos pacíficos. É muito importante que esses protestos permaneçam pacíficos", acrescentou Hague.
Asiáticos
A região da Ásia-Pacífico também contou com manifestações, no sábado, embora menos expressivas. Centenas de manifestantes se reuniram no Japão e em todo o Sudeste Asiático. Na Cingapura, não ocorreram manifestações, apesar da chamada para a marcha no país.
Em uma região onde muitos países ainda estão crescendo, as queixas dos manifestantes tinham pouco a ver com a crise econômica na Europa e América do Norte.
"Anticapitalismo não é a minha causa, mas o antiautoritarismo é definitivamente a minha causa e, como cidadãos, viemos aqui para defender os nossos direitos," disse o professor Wong Chin Huat, de 38 anos, em um pequeno protesto em Kuala Lumpur.
Em Tóquio, muitos se reuniram para reclamar sobre o vazamento da usina nuclear de Fukushima, sete meses após terremoto e o tsunami.