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10 anos sem Jean Charles, assassinado pela polícia londrina

A tragédia causou grande comoção e colocou em cheque o profissionalismo da polícia metropolitana (Scotland Yard)

Giovani de Menezes e Maria da Silva, irmão e mãe do brasileiro Jean Charles de Menezes: pelo aspecto físico, as forças da ordem o associaram a um suposto terrorista (Carl de Souza/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 22 de julho de 2015 às 07h10.

Londres - Nesta quarta-feira se completam dez anos desde que o jovem Jean Charles de Menezes foi assassinado a tiros pela polícia ao ser confundido com um terrorista suicida no metrô de Londres , mas sua família ainda luta para que os responsáveis pelo incidente sejam punidos.

Durante todo esse tempo, a família do brasileiro fez uma intensa campanha para levar à Justiça os autores da tragédia, que causou grande comoção e colocou em cheque o profissionalismo da polícia metropolitana (Scotland Yard).

O jovem eletricista tinha 27 anos quando na manhã de 22 de julho de 2005 foi morto a queima-roupa pela polícia na estação de metrô de Stockwell, no sul de Londres.

Os agentes estavam sob forte pressão, pois buscavam os responsáveis pelos atentados malsucedidos do dia anterior contra a rede de transporte londrina e que pretendiam ser uma repetição dos realizados duas semanas antes, no dia 7 de julho, contra três trens do metrô e um ônibus.

A casa de Jean Charles no sul de Londres foi vigiada a noite inteira por agentes que suspeitavam que um dos autores dos atentados do dia 21 de julho morava no local. Quando o brasileiro saiu de manhã para ir ao trabalho, foi seguido pela polícia.

Pelo aspecto físico do eletricista, moreno e de olhos escuros, as forças da ordem o associaram a um suposto terrorista suicida.

Jean Charles chegou à estação de Stockwell enquanto era seguido por dois agentes armados e, ao entrar em um dos vagões, foi atingido por sete tiros na cabeça e um no ombro.

Diante do olhar atônito de outros passageiros, os agentes, que pertenciam à unidade armada de elite CO19, acreditavam ter evitado um novo massacre em Londres.

Em meio à confusão inicial, a polícia afirmou - sem divulgar dados concretos que fizessem os agentes pensarem que Jean Charles era um suposto terrorista - que o jovem usava uma roupa volumosa e que não parou quando os agentes gritaram, fato que pareceu ser falso, segundo investigações posteriores sobre o caso.

Não houve nenhuma vítima nos ataques do dia 21 de julho, mas nos do dia 7 morreram 56 pessoas, entre elas os quatro terroristas suicidas, que explodiram as bombas que carregavam em suas mochilas.

Após o caso de Jean Charles, a promotoria decidiu desculpar de responsabilidade criminal os agentes envolvidos.

A polícia metropolitana foi multada em 175 mil libras por não cumprir a Lei sobre Saúde e Segurança no Trabalho, uma ampla legislação trabalhista que exige o cuidado dos funcionários e de terceiros que possam ser afetados no exercício de um trabalho determinado.

Em 2006, a comandante Cressida Dick, a cargo da operação contra o brasileiro, foi promovida a assistente do subcomissário, o que provocou uma forte reação da família, que considerou a promoção como "repugnante".

Em 2009, a Scotland Yard e os parentes de Jean Charles chegaram a um acordo que incluía o pagamento de cem mil libras pelas forças da ordem como indenização.

A polícia também já havia repassado recursos para financiar a repatriação do corpo a seu local de nascimento.

Mas a decisão de não processar nenhum dos policiais fez com que a família levasse o caso ao Tribunal Europeu de Direitos Humanos, que atualmente atende atualmente essa reivindicação.

Esse processo foi apresentado por uma prima de Jean Charles, Patricia Armani da Silva, e a expectativa é que o tribunal divulgue sua decisão nos próximos meses.

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Londres - Nesta quarta-feira se completam dez anos desde que o jovem Jean Charles de Menezes foi assassinado a tiros pela polícia ao ser confundido com um terrorista suicida no metrô de Londres , mas sua família ainda luta para que os responsáveis pelo incidente sejam punidos.

Durante todo esse tempo, a família do brasileiro fez uma intensa campanha para levar à Justiça os autores da tragédia, que causou grande comoção e colocou em cheque o profissionalismo da polícia metropolitana (Scotland Yard).

O jovem eletricista tinha 27 anos quando na manhã de 22 de julho de 2005 foi morto a queima-roupa pela polícia na estação de metrô de Stockwell, no sul de Londres.

Os agentes estavam sob forte pressão, pois buscavam os responsáveis pelos atentados malsucedidos do dia anterior contra a rede de transporte londrina e que pretendiam ser uma repetição dos realizados duas semanas antes, no dia 7 de julho, contra três trens do metrô e um ônibus.

A casa de Jean Charles no sul de Londres foi vigiada a noite inteira por agentes que suspeitavam que um dos autores dos atentados do dia 21 de julho morava no local. Quando o brasileiro saiu de manhã para ir ao trabalho, foi seguido pela polícia.

Pelo aspecto físico do eletricista, moreno e de olhos escuros, as forças da ordem o associaram a um suposto terrorista suicida.

Jean Charles chegou à estação de Stockwell enquanto era seguido por dois agentes armados e, ao entrar em um dos vagões, foi atingido por sete tiros na cabeça e um no ombro.

Diante do olhar atônito de outros passageiros, os agentes, que pertenciam à unidade armada de elite CO19, acreditavam ter evitado um novo massacre em Londres.

Em meio à confusão inicial, a polícia afirmou - sem divulgar dados concretos que fizessem os agentes pensarem que Jean Charles era um suposto terrorista - que o jovem usava uma roupa volumosa e que não parou quando os agentes gritaram, fato que pareceu ser falso, segundo investigações posteriores sobre o caso.

Não houve nenhuma vítima nos ataques do dia 21 de julho, mas nos do dia 7 morreram 56 pessoas, entre elas os quatro terroristas suicidas, que explodiram as bombas que carregavam em suas mochilas.

Após o caso de Jean Charles, a promotoria decidiu desculpar de responsabilidade criminal os agentes envolvidos.

A polícia metropolitana foi multada em 175 mil libras por não cumprir a Lei sobre Saúde e Segurança no Trabalho, uma ampla legislação trabalhista que exige o cuidado dos funcionários e de terceiros que possam ser afetados no exercício de um trabalho determinado.

Em 2006, a comandante Cressida Dick, a cargo da operação contra o brasileiro, foi promovida a assistente do subcomissário, o que provocou uma forte reação da família, que considerou a promoção como "repugnante".

Em 2009, a Scotland Yard e os parentes de Jean Charles chegaram a um acordo que incluía o pagamento de cem mil libras pelas forças da ordem como indenização.

A polícia também já havia repassado recursos para financiar a repatriação do corpo a seu local de nascimento.

Mas a decisão de não processar nenhum dos policiais fez com que a família levasse o caso ao Tribunal Europeu de Direitos Humanos, que atualmente atende atualmente essa reivindicação.

Esse processo foi apresentado por uma prima de Jean Charles, Patricia Armani da Silva, e a expectativa é que o tribunal divulgue sua decisão nos próximos meses.

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