Depois de escândalo, Comitê Olímpico dos EUA contrata ex-diretor do FBI
A contratação é uma resposta do Comitê Olímpico às denúncias e posteriores condenações do médico Larry Nassar, por ter agredido sexualmente 332 mulheres
Estadão Conteúdo
Publicado em 21 de maio de 2018 às 18h16.
Washington - Preocupado com o escândalo de abuso sexual na ginástica, o Comitê Olímpico dos Estados Unidos decidiu contratar um ex-diretor do FBI para ocupar um cargo na entidade, com a meta de reforçar uma nova política que está sendo estabelecida para coibir e evitar novos casos de abuso sexual no esporte americano.
Wendy Guthrie será o diretor sênior para a segurança dos atletas no Comitê após ocupar o cargo de principal executivo de recursos humanos no FBI , a polícia federal dos EUA, nos últimos seis anos. Antes disso, ocupou funções de alto escalão no esporte universitário do país.
O anúncio da contratação de Guthrie foi feito nesta segunda-feira, dois dias antes de Susanne Lyons, CEO interina do Comitê Olímpico, testemunhar sobre casos de abuso sexual , ao lado de outras autoridades esportivas, em uma audiência numa comissão da Câmara dos Representantes do Congresso americano (equivalente à Câmara dos Deputados, no Brasil).
Uma outra audiência, numa comissão do Senado, estava agendada inicialmente para esta terça-feira. Mas foi adiada. Ao mesmo tempo, o Comitê Olímpico dos EUA criou uma comissão independente para investigar as denúncias de abuso sexual, com expectativa para divulgar os seus resultados nos próximos meses.
A contratação do ex-diretor do FBI e a investigação independente são uma resposta do Comitê Olímpico às denúncias e posteriores condenações do médico Larry Nassar, por ter agredido sexualmente 332 mulheres entre atletas, adolescentes e campeãs olímpicas da ginástica durante os 20 anos em que trabalhou com medicina esportiva, seja com a seleção de ginástica norte-americana ou na Universidade do Estado de Michigan.