O período de reserva dos investidores institucionais para a oferta pública inicial de ações do Banco Industrial e Comercial da China terminou com pedidos de mais de 100 bilhões de dólares, segundo o jornal britânico Financial Times. A oferta pública de ações planejada pela instituição pode alcançar 16 bilhões de dólares. Com a possibilidade de emitir um lote adicional de papéis no valor de 5,8 bilhões na bolsa de Xangai, a operação pode se tornar a maior oferta pública inicial de ações da história, superando a realizada em 1998 pela NTT Mobile Communications, que atingiu 19,8 bilhões.

A proposta original é que os investidores institucionais respondam pela compra de 95% das ações que serão emitidas. Ainda não está descartado, porém, um eventual recuo dessa participação para menos de 80%, se a demanda dos investidores de varejo for grande. O início do período de reservas para varejo começa no dia 16 de outubro, em Hong Kong. Ao contrário dos investidores institucionais, que pagarão apenas pelos papéis que efetivamente conseguirem na distribuição, os investidores de varejo deverão depositar o valor integral de seu pedido, mesmo que obtenham um volume inferior de ações. Posteriormente, a diferença será devolvida.

Para os analistas, a forte demanda pelos papéis deve-se, em parte, pelo seu preço. As ações da instituição devem ser vendidas por um valor 10% menor que o de seu principal concorrente, o Banco da Construção da China.

A operação é coordenada pela Merrill Lynch e por dois bancos de investimento chineses, o ICEA e o CICC. Também são parceiros da emissão o Credit Suisse e o Deutsche Bank. Juntos, espera-se que o consórcio fature cerca de 350 milhões de dólares, apenas com a comissão pela venda.