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Cúpula Social do Mercosul apoia Dilma e pede integração

O apoio do governo venezuelano à presidente Dilma e o pedido de uma maior integração regional foram os destaques do final da XX Cúpula Social do Mercosul

Dilma Rousseff e Nicolás Maduro: movimentos sociais consideraram que o processo de impeachtment contra Dilma é "um ataque" à democracia brasileira "sem precedentes" (Roberto Stuckert Filho/PR)
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Da Redação

Publicado em 1 de julho de 2016 às 22h02.

Montevidéu - O apoio do governo venezuelano de Nicolás Maduro à presidente afastada Dilma Rousseff e o pedido de uma maior integração regional foram os destaques da declaração final da XX Cúpula Social do Mercosul, emitida nesta sexta-feira em Montevidéu após uma reunião de dois dias.

Os movimentos sociais consideraram que o processo de impeachtment contra Dilma é "um ataque" à democracia brasileira "sem precedentes" e pediram que "os governos da região não reconheçam o governo interino do golpista Michel Temer no Brasil".

O encontro reuniu desde quinta-feira em Montevidéu as organizações sociais e sindicais do bloco, formado por Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela, com a Bolívia em processo de adesão.

A reunião foi precedida pela polêmica gerada a respeito da transferência da presidência rotativa do Mercosul do Uruguai para a Venezuela, que será feita em uma cúpula de chanceleres e não de chefes de Estado, segundo anunciaram na segunda-feira os ministros das Relações Exteriores de Argentina e Uruguai, Susana Malcorra e Rodolfo Nin Novoa, respectivamente.

Isso motivou a reclamação do chanceler paraguaio, Eladio Loizaga, que lamentou que os colegas de Uruguai e Argentina tenham anunciado essa disposição sem consultar os demais países do bloco e mostrou o descontentamento de seu país em relação à presidência temporária da Venezuela.

As organizações sociais repudiaram em declaração "todas as tentativas de alguns governos de quebrar a institucionalidade do Mercosul ao se opor à transferência da presidência rotativa à Venezuela".

Além disso, exigiram "respeito ao povo venezuelano e a seu governo legitimo, democrático e constitucional liderado pelo presidente operário Nicolás Maduro" e pediram "a cessação do bloqueio econômico e financeiro contra o povo venezuelano".

Em ato simbólico, o representante do governo uruguaio para as Cúpulas Sociais, Federico Gomensoro, fez a transferência do comando desta instância à delegação venezuelana e pediu "respeito ao direito internacional".

A integração da região nos aspectos sociais, comerciais e econômicos em uma agenda externa do Mercosul é outro dos pontos fundamentais da declaração.

O documento reconhece que o processo de integração do Mercosul tem questões pendentes e que essas deficiências estão sendo usadas para destruir e "substituir (o bloco) com um modelo de livre-comércio" que, na sua opinião, só trará mais miséria e desigualdade.

"O déficit de democracia, de redistribuição e de desenvolvimento que o Mercosul mostra hoje só se soluciona com mais Mercosul. Lutaremos por nosso projeto de integração e não aceitaremos projetos de exclusão política, social e econômica", indica o texto.

A coordenadora da Unidade de Apoio à Participação Social (UPS) do Mercosul, a argentina Mariana Vázquez, disse em discurso no fechamento do encontro regional que estes movimentos sociais "deram a vida" pela integração, soberana e inclusiva "de coração", como povos irmãos.

O analista político e diretor acadêmico do Centro de Formação para a Integração Regional (Cefir), o uruguaio Gerardo Caetano, detalhou que o papel dos movimentos sociais "é fundamental", já que "ajudam a reivindicar" interesses comuns.

"Os movimentos sociais reivindicaram o Mercosul possível. Quando o Mercosul era comercialista, as Cúpulas Sociais eram as que falavam das complementações produtivas, de direitos humanos, da necessidade de pensar o projeto de desenvolvimento juntos e políticas ambientais", concluiu.

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Montevidéu - O apoio do governo venezuelano de Nicolás Maduro à presidente afastada Dilma Rousseff e o pedido de uma maior integração regional foram os destaques da declaração final da XX Cúpula Social do Mercosul, emitida nesta sexta-feira em Montevidéu após uma reunião de dois dias.

Os movimentos sociais consideraram que o processo de impeachtment contra Dilma é "um ataque" à democracia brasileira "sem precedentes" e pediram que "os governos da região não reconheçam o governo interino do golpista Michel Temer no Brasil".

O encontro reuniu desde quinta-feira em Montevidéu as organizações sociais e sindicais do bloco, formado por Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela, com a Bolívia em processo de adesão.

A reunião foi precedida pela polêmica gerada a respeito da transferência da presidência rotativa do Mercosul do Uruguai para a Venezuela, que será feita em uma cúpula de chanceleres e não de chefes de Estado, segundo anunciaram na segunda-feira os ministros das Relações Exteriores de Argentina e Uruguai, Susana Malcorra e Rodolfo Nin Novoa, respectivamente.

Isso motivou a reclamação do chanceler paraguaio, Eladio Loizaga, que lamentou que os colegas de Uruguai e Argentina tenham anunciado essa disposição sem consultar os demais países do bloco e mostrou o descontentamento de seu país em relação à presidência temporária da Venezuela.

As organizações sociais repudiaram em declaração "todas as tentativas de alguns governos de quebrar a institucionalidade do Mercosul ao se opor à transferência da presidência rotativa à Venezuela".

Além disso, exigiram "respeito ao povo venezuelano e a seu governo legitimo, democrático e constitucional liderado pelo presidente operário Nicolás Maduro" e pediram "a cessação do bloqueio econômico e financeiro contra o povo venezuelano".

Em ato simbólico, o representante do governo uruguaio para as Cúpulas Sociais, Federico Gomensoro, fez a transferência do comando desta instância à delegação venezuelana e pediu "respeito ao direito internacional".

A integração da região nos aspectos sociais, comerciais e econômicos em uma agenda externa do Mercosul é outro dos pontos fundamentais da declaração.

O documento reconhece que o processo de integração do Mercosul tem questões pendentes e que essas deficiências estão sendo usadas para destruir e "substituir (o bloco) com um modelo de livre-comércio" que, na sua opinião, só trará mais miséria e desigualdade.

"O déficit de democracia, de redistribuição e de desenvolvimento que o Mercosul mostra hoje só se soluciona com mais Mercosul. Lutaremos por nosso projeto de integração e não aceitaremos projetos de exclusão política, social e econômica", indica o texto.

A coordenadora da Unidade de Apoio à Participação Social (UPS) do Mercosul, a argentina Mariana Vázquez, disse em discurso no fechamento do encontro regional que estes movimentos sociais "deram a vida" pela integração, soberana e inclusiva "de coração", como povos irmãos.

O analista político e diretor acadêmico do Centro de Formação para a Integração Regional (Cefir), o uruguaio Gerardo Caetano, detalhou que o papel dos movimentos sociais "é fundamental", já que "ajudam a reivindicar" interesses comuns.

"Os movimentos sociais reivindicaram o Mercosul possível. Quando o Mercosul era comercialista, as Cúpulas Sociais eram as que falavam das complementações produtivas, de direitos humanos, da necessidade de pensar o projeto de desenvolvimento juntos e políticas ambientais", concluiu.

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